sexta-feira, dezembro 21, 2007
 
:: Um Sonho

Alice já era um bebezão, e então eu procurava um cirurgião plástico para operar os seios. Precisava trocar meus mamilos tipo 1 (0-6 meses) por tipo 2 (6-12 meses).


terça-feira, dezembro 18, 2007
 


- São azuis sim, ó!





segunda-feira, dezembro 17, 2007
 
Aí vem alguém e diz: que gracinha! É menino ou menina? E você não liga, porque sua filha ainda tem aquela cara assexuada dos bebês de uma semana, e o "que gracinha" inclusive foi uma bondade tremenda do sujeito.

Então você veste na sua filha um body cor de rosa, e eis que vem alguém e diz: ô coisinha rica da tia! É menino ou menina? E você pensa que tudo bem, porque os tempos mudam e as cores podem mesmo ser usadas com mais liberdade.

Pra garantir você bota nela lindos brinquinho de ouro. E vem alguém e diz: cuti-cuti-cuti, é menino ou menina? E você deixa pra lá, porque os brincos são tão miúdos e delicados que vai ver a pessoa não viu.

E aí vocês vão numa festa e sua filhinha está deslumbrante de BRINCOS, BANDANA FLORIDA na cabeça e VESTIDO cor de ROSA de BABADOS. Nunca houve no planeta menininha tão encantadora!

E nisso chega alguém e diz: ô lindeza mais linda de Deus!, é menino ou menina?


quinta-feira, dezembro 13, 2007
 

:: O que fazer com um bebê acordado?

Há alguns meses eu era uma barriguda que lia tudo sobre bebês e me preparava para: dar de mamar, trocar fralda e dar banho. E só. Porque um bebê apenas mama e dorme e faz sujeira, certo? Pois é. Mas um belo dia ele termina de mamar e, em vez de revirar os olhinho e capotar de sono, olha pra você com cara de "e aí?". Então você olha de volta esperando o sono chegar, e ele não chega, e os olhinhos continuam pregados em você, abertíssimos, e você se dá conta de essa criança simplesmente NÃO VAI DORMIR NAS PRÓXIMAS HORAS. Pânico! Porque eu não tinha pensado nessa possibilidade. Não me ocorreu que em algum momento eu precisaria entreter a Alice, além de limpar e alimentar trocentas vezes por dia. Céus! O que fazer, meu Deus, com um bebê acordado???

Alice tinha pouco mais de um mês quando resolveu acordar pro mundo. E eu não tinha idéia de como interagir com ela. Sabe falta de assunto? Era mais ou menos isso - e ela sacou e deu pra reclamar, dominada por um tédio mortal. Porque vejam só: a bichinha é absolutamente inepta para o mundo. Tirando funções fisiológicas (bem básicas, diga-se de passagem), ela não sabe fazer absolutamente nada a não ser estar ali, de olhos arregalados, esperando que o mundo se apresente como um lugar interessante.

Foi com muito alívio que percebi que, pra quem não conhece nada, "interessante" pode ser QUALQUER coisa. Basta pôr ao alcance da vista da Alice um brinquedo, um pano, uma revista, uma caixa de remédio. Ou fazer careta, ou levá-la pra frente do espelho, ou acender abajures coloridos.

Barulhos também são muito eficientes. Escovar os dentes na frente dela, por exemplo, funciona surpreendentemente bem. Estalar os lábios, batucar, sapatear. Cantar! Bastar ter um bebê em casa que o impulso de cantar vem incontrolavelmente, já repararam? De Nana Nenê a Sidney Magal, eu despejei nos ouvidos dela o repertório de uma vida. Quando não ocorre música nenhuma, apelo pro lá-lá-lá, hmm-hmm-hmm e até pro ridículo recurso do falar cantando, que funciona assim: “Agora Alice vai tomar banho, pra ficar cheirosinha e ficar bem bonitinha pra visitar a vovóóó”, em ritmo de Marcha Soldado ou coisa parecida. Métrica e rima não importam, mas uma voz bem aguda é fundamental. Ela se esbalda e dá risinhos franzindo o nariz, uma coisa!

Só não tive sucesso ainda com cheiros. Na primeira experiência radical – amassei uma folhinha de manjericão e dei pra ela cheirar – o resultado foi olhão arregalado + choro convulsivo, acho que de susto. Tentei também chocolate, suco de laranja e pasta de dente, sem grandes resultados. Talvez o conceito de cheiro ainda seja muito sofisticado pra ela, sei lá. Ou ela já tenha o cheiro mais delicioso do mundo (mistura de Johnson's, amaciante de roupa e aquele cheirinho de leite típico dos filhotes) e qualquer outra coisa seja inadequada.

Enfim. O fato é que, passado o susto, um bebê acordado é mil vezes mais divertido do que um dormindo. Um bebê acordado ri, levanta as sobrancelhas e dá gritinhos de alegria quando a gente chega perto. Um bebê acordado conversa com os peixes do móbile. Um bebê acordado resmunga bravinho quando sua brincadeira lhe parece cretina ou simplória demais. Bebês acordados são irresistivelmente interativos e fofos. E tudo isso me leva a questionar: por que, meu Deus, os bebês precisam dormir tanto???



quarta-feira, dezembro 05, 2007
 
::Bebêsta II

Então a gengivona da Alice deu pra coçar horrores, tadinha. Ela se desespera e baba e solta impropérios bem alto naquele idioma dos bebês (ãããã... grrrrrr... aeaeae), o que deixa todo mundo em volta meio aflito e morrendo de dó. Diante disso, resolvemos presenteá-la com um mordedor bem borrachudo pra ela gastar a gengiva toda nele.

Aí foi assim: ela agarrou o mordedor com seus dedos gordinhos e tchum! dentro da boca. A mão, não o mordedor.

E ficou ali, feliz da vida, chupando vorazmente a mãozinha enquanto o mordedor batia no nariz.



sexta-feira, novembro 30, 2007
 

:: Bebêsta (ô dó...)

Alice no trocador sorrindo pra mamãe um sorriso de gengivas, os bracinhos se agitando no ar naquela alegria incontida dos bebês, sabe como? Num puxão brusco das mãos ela acerta uma muqueta no próprio nariz. E chora, chora, chora.

Desconfio que era o orgulho, e não o nariz, que estava ferido.



segunda-feira, novembro 26, 2007
 
Foi com muita surpresa que eu soube que NINGUÉM entendeu a foto de Jesus lá embaixo.

Ok, Jesus foi um certo exagero. Foi pra causar mais impacto e ornar com a historia da santa, mas a verdade verdadeira é que na primeira vez que bati os olhos no copo eu vi Dom Pedro II.

É um cabeção de perfil, gente. Fiz um esquema explicativo pra vocês entenderem melhor, ó:




quarta-feira, novembro 21, 2007
 
:: Jesuiscristo Super(na minha sala de)star!


Santa na janela já virou clichê.



Foda mesmo é quando Jesus Cristo, J.C. HIMSELF!, aparece no fundo do copo.





Já posso antever as romarias que virão à porta da minha casa se a notícia se espalhar...


segunda-feira, novembro 19, 2007
 
:: Mãe Coruja



Porque laçarotes só são cafonas nos filhos dos outros.


sexta-feira, novembro 16, 2007
 

:: Do instinto materno e outros mitos

A primeira vez que eu saí pra passear com Alice, me senti uma impostora. Era como se algo estivesse fora do contexto, como se eu andasse pela rua empurrando um carrinho de supermercado ou coisa do tipo. Uma má atriz interpretando um papel que não combina, sabe? Alguma coisa fora de lugar. A verdade é que o papel de mãe demorou um pouco pra servir pra mim.

Porque eu achava que não tinha vocação pra coisa. Eu cresci entre moleques, brinquei como um moleque e a única Barbie que tive na vida perdeu os braços no dia em que saiu da caixa. Brinquedo pra mim era Comandos em Ação e Escrete. Quem podia imaginar que eu seria a primeirona da turma a ter um filho – e de propósito? Mais ainda: quem podia imaginar que eu viraria uma supermãe convicta, dessas que fazem propaganda e campanha pras amigas engravidarem logo? Pois eu virei.

As pessoa me dizem que, como mãe, estou sendo uma bela surpresa. Acho que sim. Dois meses e meio e eu ainda não bati com a cabeça da Alice, não deixei a cara dela cair dentro da água do banho nem tirei um naco de pele na hora de cortar as unhas. Ela está crescendo gordota, saudável e simpática e todos se apaixonam por ela instantaneamente - como haveriam de não se apaixonar, fofa que ela é? Então, por incrível que pareça, estou cumprindo a missão direitinho.

Mas confesso que ainda é um pouco esquisito. Às vezes ter uma filha me pega de surpresa. Eu olho pra ela e acho surreal aquela pessoinha deitada na minha cama, batendo as perninhas e rindo banguela pra mim. Como pode, meu bom Deus?, essa perfeição toda (ha-ha!) saiu de mim? Fui eu que fiz? Porque o pai tudo bem, o pai dela é o mais incrível de todos os tempos. Mas EU??? Eu e minha inadequação, eu e minha imaturidade, eu e minhas pernas tortas? Como posso ter tido uma filha? Uma boneca adorável de olhos azuis, ainda por cima? Até a palavra filha ainda soa estranha na minha boca. Minha filha. Céus! É quase inconcebível.


Sabe aquele papo de que quando nasce um bebê nasce também uma mãe? Falta dizer que ambos, mãe e bebê, não estão de forma alguma prontos quando nascem. É depois de uns bons meses e muito choro de ambas as partes que a coisa começa a funcionar direitinho. Isso derruba aquele mito do instinto materno no sentido de que somos mães prontinhas, infalíveis e incondicionalmente amorosas no instante em que nasce o filho. O instinto existe sim no sentido de proteção, de você de alguma maneira saber garantir a sobrevivência daquele ser tão pequenininho. Mas aquela aura de mãe , aquele amor instantâneo que eu achava que ia me arrebatar no instante em que olhasse pra Alice, esse não foi bem assim.

O primeiro sentimento, pelo menos pra mim, foi assombro. Eu estava revendo o vídeo do parto e a minha cara na hora em que ela nasce é impagável. Eu olho pro Carlos com os olhos arregalados e um sorriso que diz “Ai cacilda!”. Aí o médico põe ela no meu colo e eu mando única frase possível naquele momento: mas eu não sei pegar! Como se não tivesse sido patético o suficiente, ainda emendo um Ai, ela tá molhada! Falta de jeito total. Passei a primeira semana em pânico, olhando pra cara da Alice e pensando: E agora? O que se faz com um bebê desse tamanho? E agora tô aqui, trocando fraldas como uma profissional e achando minha filha a coisa mais incrível desse mundo.

Enfim, tudo isso pra dizer que ser mãe é coisa que se aprende. Ser e gostar de ser. A gente chora, se descabela e bate cabeça, até que um belo dia se dá conta, sem dúvida nenhuma, que nasceu pra isso.



segunda-feira, novembro 12, 2007
 

:: Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz

Se Chico Buarque falou, eu obedeço.

Portanto, poucas coisas me fazem mais feliz do que pedir pro Carlos trocar as fraldas da Alice às 4 da manhã.



quinta-feira, novembro 08, 2007
 
:: Baby Fat

Deixando a modéstia um pouco de lado: eu era uma grávida-espetáculo. Sério mesmo. Poucas vezes eu me senti tão gostosa na vida. Gostosa, macia e cheirosa. E paparicadíssima, ainda por cima. Voltar ao normal já seria difícil. Que dizer então de voltar nesse estado tão... pós-parto?

Passado aquele triste espetáculo do pós-parto imediato, com todas as dores e olheiras e cheiro de leite azedo, sobraram a barriga e 5kg a mais.

Os 5kg são administráveis e devem ir embora assim que eu me convencer que não devo mais comer como uma grávida louca, o que deve acontecer depois do Reveillon - porque antes disso eu me recuso. Regime no Natal? Sem chance. Aproveitarei a desculpa estou amamentando para me jogar na ceia e a desculpa pari há pouco (4 meses = pouco???) para dourar minhas carnes excedentes nas areias do Rio sem nenhum pudor.

A barriga é que complica. Porque não é só uma questão de gordura. O problema são os músculos, que esticam horrores na gravidez e ficam molegos quando o barrigão vai embora. Então você tenta fazer um mísero abdominal e acha dificílimo, os músculos tremendo como se nunca tivessem sido usados na vida. Resultado: barriga de borracha. Que é feia e causa risos debochados nos mais íntimos, mas por outro lado é ótima de apertar, como aquelas bolinhas que as pessoas apertam pra relaxar, sabe? Várias noites dormi embalada por mim mesma só beliscando a pancinha, tóim-tóim. Uma delícia.

Foi divertido, mas agora chega. Um Projeto Verão se faz necessário.

Ou eu desencano e trato de encomendar o segundo herdeiro logo, aproveitando o corpinho já adaptado. Porque emagrecer 5 kg e conquistar uma barriga respeitável pra engravidar logo depois não dá.

Comentário do Carlos diante desse meu comentário: "Então você quer engravidar por preguiça de emagrecer. Sua cara mesmo."

Pior que é.


segunda-feira, novembro 05, 2007
 
:: Atendendo a pedidos

A Lu pediu e eu obedeço.

!


domingo, novembro 04, 2007
 

:: Big Boobs?

Estou me sentindo um pouco enganada.

Pô, cadê o peitão?

Ninguém me avisou que o visual voluptuoso duraria tão pouco. É assim: primeiro os peitos ficam enormes e descontrolados, o que é ruim (leite esguichando sem aviso prévio) mas é bom (peitões de atriz pornô). Com um mês e pouco de amamentação vem a ordem e vão-se os peitos: o corpo aprende a produzir a quantidade exata para o apetite do bebê e a produção diminui bastante. O que é bom (você se livra dos desmoralizantes absorventes de seios e pára de manchar de leite blusas queridas) mas é ruim (adeus decotes abusados). Como tudo na vida, é apenas uma questão de perspectiva.

Então meus dias de moça peituda foram poucos, mas bons. Porque quem me conhece sabe que me faltam certos predicados. Se juntar duas de mim não dá meia Pamela Anderson, peitoralmente falando.

Não que isso seja um problema. Já foi, mas está superado há muito tempo. Porque trauma de peito é coisa de adolescente: à medida que a gente cresce cresce também a bunda, a barriga, o culote a sabedoria, e aí o peito se torna, literamente, o menor dos problemas. E depois, Carolina Ferraz fez por mim o que anos de análise não fariam, de forma que eu e meus dois pequenos peitos nos gostamos muito e somos felizes juntos.

Mas que eu estava gostando da idéia de ter peitões, isso eu estava. Pra variar um pouco, sabe? Fazer o gênero boazuda uma vez na vida. Foi divertido e deu pra ter idéia de como seria a vida com silicone.

Caso silicone vazasse de hora em hora, claro.



quarta-feira, outubro 24, 2007
 
:: Apelidinhos ridículos

Quem já lidou com bebês sabe que dar apelidos é irresistível. Bebês são criaturinhas engraçadas e na maior parte do tempo nos remetem a muitas coisas, menos a seres humanos, e portanto é raro que consigam carregar nome de gente sem que isso pareça pretensioso.

Vejam a Alice, por exemplo. Ela tem cara de um bocado de coisas, mas definitivamente não tem cara de Alice, não ainda. E mesmo que tivesse, que tipo de mãe eu seria se a chamasse de "Alice" o tempo todo? Além de ser formal demais, iria soar como bronca, e ela nem tamanho tem pra tomar bronca. Então, enquanto ela for pequetita, vou me virando com esses apelidos carinhosos e fofos e dados com muito amor (ainda que não pareça):

Fauna:
tico-tico
minha passarinha
tartaruguinha (variação: tortuguita)
meu lagartinho
minha minhoquinha fofa (homenagem a um dos filmes da minha vida...)

Descritivos:
minha gorduchinha
zóioazul
banguelinha mais linda
coisiquinha gengivuda
vesguinha querida
carequinha da mamãe

Gastronômicos:
minha rãzinha à provençal
meu leitãozinho à pururuca
meu coxão-mole
meu biscoitinho (esse quem deu foi a Vanda)


O bom de nenê novinho é que eles não entendem, não se ofendem e não reclamam.



terça-feira, outubro 23, 2007
 

:: Eu sou uma índia, sou filha da lua, sou filha do sol

Todo mundo sabe que peito de mãe não tem dono.

A gente passa a vida guardando os peitos dos olhares alheios (a.k.a. regulando mixaria) pra descobrir que, uma vez mãe, o peito cai na roda e se mostra para quem estiver por perto, sem respeitar raça, cor ou credo. Acontece que o peito fica à total disposição nossos filhos, na hora e local em que eles bem entenderem. Azar de quem não gostar - no caso, a proprietária do par em questão.

Comigo começou no pré-parto. A camisolinha semi-transparente do hospital não cobria nada, e dá-lhe visitas de boa sorte. Em vias de parir, a última coisa na minha cabeça era o fato de estar expondo os peitos pras visitas, até porque eu estava prestes a expor coisas bem mais íntimas para pessoas bem menos íntimas.

Quando Alice, com minutos de nascida, veio para o meu colo, veio junto a mão da enfermeira, sem a menor cerimônia (e se tem uma coisa que enfermeiras de hospital não podem ter é cerimônia), pra pegar meu mamilo enfiar na boca da pobre criança. Pronto, perdi os peitos, pensei.

De fato, eles viraram domínio público dali em diante. Precisando, saco a peitarola e faço o serviço onde for preciso. Alice nem sempre coopera e, bobinha, dá de não encontrar o mamilo nas horas mais embaraçosas, adiando por longos minutos a conveniente cobertura mamária proporcionada pelo cabeção.

Some-se isso ao fato de mamilos rachados – e eles racham, viu? – precisarem de ar pra cicatrizar e inviabilizarem qualquer tentativa de se colocar uma blusa, e voilà: eu agora ando semi-desnuda pela casa, tal qual uma índia guarani. Na frente das visitas, inclusive. De vizinhos a amigos de infância, não escapou ninguém. Paguei peitinho na frente de amiga. Namorado de amiga. Pai de amiga. Amigo de irmão. E por aí vai.

É tipo calcinha da Britney Spears: só não viu quem não quis.



sexta-feira, outubro 19, 2007
 
:: Extreme Makeover

Quando o mundo me felicitava por ter um bebê calmo, Alice resolve dar show. Faz 3 dias que ela chora non-stop. O que é muito espertinho da parte dela, porque tá tão bochechuda e irresistível que ganha colinho na hora. Fosse há um mês, quando ainda era magrelinha e parecia o Costinha, sei não...


eu era assim...


...fiquei assim!


segunda-feira, outubro 15, 2007
 
:: A descida do leite

Imagine dormir sobre uma melancia.

Pois é.

Então eu passei a gravidez toda sonhando com o dia em que poderia dormir de bruços novamente, sem o barrigão inviabilizando a coisa.

Aí Alice-melancia saiu de dentro de mim e fui, toda prosa, me virando na cama, pronta pro sono mais confortável da minha vida. E não rolou.

Porque é assim, de uma hora pra outra. Você dorme Carolina Ferraz e acorda Danielle Winits.

Imagine dormir sobre dois melões.

É. Pois é.



sábado, outubro 13, 2007
 
:: Das pequenas transgressões 3

Ter filhos é ter em quem jogar a culpa caso lhe escape um pum na frente da tia-avó do seu marido.

(É claro que isso não aconteceu, gente. É só um exemplo hipotético, ok? Meu marido nem tem tia-avó...)


 
:: Das pequenas transgressões 2

Ter filhos é estimular que façam cocô/pum/arrotão na frente da tia-avó do seu marido.


terça-feira, outubro 09, 2007
 

:: Das Pequenas Transgressões

Ter filhos é poder falar cocô, pum e arrotão na frente da tia-avó do seu marido.



 

:: É bom para o moral!

Ainda falando da episiotomia: eu disse que não se pode fazer nada, mas é mentira. Existe uma medida providencial que, se não resolve o problema, ajuda bastante: almofada de hemorróidas. Aquela com o furo no meio, sabe? Um pouco ridículo, eu sei, mas desconfio que a última coisa na cabeça de uma recém-mamãe que senta de ladinho, anda com peitos de fora e cheira a leite azedo é manter a dignidade.



segunda-feira, outubro 08, 2007
 

:: Pra bom entendedor...

Agora que você, amiga mulher, já relaxou bastante quanto ao parto, vou contar uma verdade pouco dita: parto é brincadeira de criança perto de um procedimento mínimo e infernal chamado episiotomia.

Episiotomia é um corte , pra evitar que a passagem do bebê cause danos maiores (os médicos preferem um cortezinho controlado ao risco de um rasgo descontrolado). Na hora não se sente nada. Já no dia seguinte (e no outro, e no outro, e no outro, ad infinitum)...

Então você anda e dói. Você senta e dói. Você não faz nada e dói. Não bastasse a dor, você fica toda tortinha e ainda se constrange ao explicar pros desavisados onde dói.

E tem mais: o corte fica perto demais dali, sabe? Aí você pensa: Deus do céu, e quando eu precisar fazer aquilo? Então você se entope de mamão e suco de ameixa pra tentar amaciar a coisa. E reza pros pontos não arrebentarem a cada chamado da natureza.

O pior é que não tem o que fazer. Só nos resta sentar e chorar. Opa! Mas sentar não é solução, é parte do problema!

Então, minha amiga, faça como eu: chore deitada. E de ladinho.



sexta-feira, outubro 05, 2007
 

:: Pra quem tem medo de parto normal

O obstetra passou a minha gravidez inteira dizendo que parto normal é uma delícia. “Uma delícia”, assim mesmo, nesses termos. Eu sempre achei muito engraçadinho da parte dele, enquanto homem que nunca passou por isso, fazer tal afirmação. Mas ok: adoro meu médico, achei a intenção nobre e fingi que acreditava.

Aí veio o parto e, adivinha?, foi uma delícia! Anestesia é tudo, minha gente! As contrações vieram vindo suavemente, tipo coliquinha menstrual, e quando a coisa começou a ficar pesada pedi a anestesia e pronto. Tá certo que a dor não é eliminada totalmente (porque a mulher precisa continuar sentindo contrações e fazendo força), mas o anestesista mantém a dor sempre num nível bem aceitável, aumentando a dose de anestésico conforme necessário. Só no final, na hora da expulsão, ele dá uma dose-nocaute, e aí não se sente nada, nadinha mesmo. Portanto, esqueça aquela gritaria que a gente vê nos filmes. Com anestesia a coisa é bem diferente, graças a Deus.

O nascimento da Alice aconteceu numa sala especial para parto humanizado, com banheira, cadeira de parto, visitas à vontade e estrelinhas no teto. CD classudo rolando, as famílias entrando e saindo o tempo todo, o Carlos tranquilão, o anestesista fazendo gracinhas, o médico morrendo de rir. Eu, entre uma contração e outra, ainda fazia a humorista pra não ficar excluída da panelinha de piadistas. Realmente, uma delícia - só faltou a cervejinha!

E pra não me acusarem de omitir os fatos, verdade seja dita: a picada da peridural nas costas é aflitiva. A anestesia dá uma tremedeira horrorosa e te impede de mexer as pernas por horas. A boca seca. A posição é humilhante. A coisa toda dura hooooras, o que dá uma certa gastura. E é isso. De resto, só alegria!



terça-feira, outubro 02, 2007
 

:: Entendendo porque mães são seres aflitos

Atenção: fraldas descartáveis podem se incendiar. Para a segurança de suas crianças, mantenha-as sempre longe do fogo

*OH-MY-GOD*



segunda-feira, setembro 24, 2007
 
:: De volta

Eu e minha grande boca. 3 horas e meia depois do meu post-desafio sobre a lua, começaram as contrações.

Alice nasceu às 17h10 de terça, dia 28. Parto normal, 3kg, cabeludinha, com todos os dedinhos e surpreendentemente linda para um recém-nascido, sério mesmo.

Desde então tenho feito o que TODAS as mães me aconselharam: ela dorme, eu durmo. Isso ocupa basicamente o dia inteiro, entre uma mamada e outra, por isso a falta de notícias. Quando der passo por aqui pra registrar a loucura que tem sido a vida com a pessoinha tão engraçada que é Alice, essa aí embaixo, ó:

Oi?


terça-feira, agosto 28, 2007
 
:: Barriga 0 X 1 Lua

**A BZ mandou avisar que foi ali parir e já volta.

Ela esta aliviada porque a Alice vai nascer antes do capitulo mais importante da novela, em que a gemea ma vai morrer no gas. E ela diz do celular, la da maternidade: "imagina se a Alice resolvesse nascer justo na quinta, que é o dia mais importante da novela e ninguem viesse me visitar?"
Foi tudo engracado, como costuma ser mesmo, porque hoje eu acordei bem cedinho com a noticia super em primeira mao, de que ela ja estava na maternidade. Ai, passaram umas horas e meu telefone toca e simplesmente é ela. Sim, ela me ligou da mesa de parto (é assim que chama?) pra me encomendar esse post (na verdade, so a primeira parte com **). E, claro, se ela gravida ja comovia todo mundo, imagina diretamente do hospital, com Alice quase la (ou aqui)? E tem mais: esta toda feliz porque ainda nao tiraram o esmalte rosa pink dela (e eu pensei, ufa!), mas um pouco tensa porque ainda nao deixou o intestino como ela realmente pretende.
Esta toda glamurosa como sempre, nao se abalou a minima. Eu pensei que quando esse momento chegasse talvez ela ficasse um pouco mais normal, mas nao. Nada. Esta ainda pior.
E agora a gente esta com um pouco de medo pensando o que sera que ela vai fazer daqui pra frente com esse sexto sentido de mae. Antes era, "ai, to gravida". Agora vai ser, "atencao, sexto sentido". E todo mundo vai ficar assustado. Porque essa de ela chutar o dia da Alice assim, sem mais nem menos (ela nunca foi boa em matematica) e acertar. Ui. Isso é sexto sentido de mae, e funciona.
Bom, pessoas, recado dado. Todo mundo concentrando as energias positivas (como se ela precisasse). Vamos nos concentrar na Lua (rarara). Depois disso, ela voltara com aquela pequena no colo para escrever as historias pos-parto enquanto Alice dorme. Ela ha de aproveitar esses dias que os bebes so dormem e mamam. E ainda vai ficar no maior topete com o peitao. Segura!

(isso aqui foi escrito por mim luiza fecarotta e nao pela BZ, mas faz tanto tempo que nao entro que esqueci a minha senha e ela la da maternidade, teve de me falar a dela. aquela situacao toda que so acontece no parto da alice mesmo)


segunda-feira, agosto 27, 2007
 
::Barriga X Lua

Amanhã é a data prevista pro nascimento da Alice, mas eu bem que tô tentando segurar a bichinha até o fim de semana.

Pra dar tempo do meu irmão voltar de viagem (o picareta adiou a passagem de volta covardemente quando eu falei que queria uma ajudinha yogue na hora do parto...). Pra ir na festa de aniversário do meu sobrinho-dançante-rockstar. Pra manter minhas unhas coloridas mais um pouquinho. Pra curtir o restinho do barrigão, agora que ele impressiona tanto os transeuntes. Pra tentar me preparar psicologicamente. Por cagaço, of course.

Mas olha só: essa madrugada a lua fica cheia, e quando eu menciono isso as pessoas olham pra mim com um olhar todo cheio de significados e fazem "hum...".

E aí eu descubro que ainda vai ter eclipse total da lua.

E aí eu recebo um spam dizendo que ocorrerá nessa madrugada o raríssimo fenômeno das "2 luas" - na verdade, não são 2 luas mas marte, que estará muito perto parecendo uma segunda lua cheia (deve ser mentira, mas vai saber...).

Caramba!

Eu não dou muita bola pra esse papo e me recuso a permitir que a lua seja mais influente que eu na decisão do dia do parto, mas pombas!, justo agora ela tinha que estar tão saliente?

Pois eu não tô nem aí pra lua, ok? A barriga é minha e Alice fica aqui guardadinha aqui dentro até segunda ordem, não tem mané lua pra atrapalhar minha agenda!

Amanhã eu conto quem ganhou a disputa.
(Ou não - e nesse caso, provavelmente ela ganhou. Ui!)


quinta-feira, agosto 23, 2007
 
::Parir, verbo defectivo

Tenho uma dificuldade tremenda com o verbo parir. Sendo ou não defectivo (cada dicionário diz uma coisa, como pode?), o fato é que ele não funciona como deveria pra grávidas em primeira pessoa.

- Não venha me estressar, olha que eu PARO, hein?

Certo ou errado, é indiscutivelmente horrível.

Deve ser pra evitar que a mulherada use o verbo em tom de ameaça. Grávidas precisam mesmo de limites.

:: Da série Sempre a última a saber

Na manicure, eu felicíssima com minha unhas impecáveis, recém pintadas de rosa-choque.

Não sou uma grande entusiasta do rosa nas unhas, mas foi pra fazer a linha mamãe-glamour, e achei combinaria com as camisolinhas azuis do hospital.

Ficou um luxo! Pronto, pode vir, Alice! Agora sim mamãe tá pronta pra te conhecer!

A manicure termina. Olha pras minhas mão, orgulhosa do trabalho bem feito, e manda essa:

- Prontinho! Só não pode dar à luz agora, hein?, que eles te tiram todo o esmalte no hospital!



segunda-feira, agosto 20, 2007
 

:: O Efeito Supermercado

Eu me dei conta de que vou parir em breve por causa de um iogurte.


No começo da gravidez, o dia 28 era tão, mas tão remoto que era quase inconcebível. Uma abstração, apenas. A gravidez parecia que ia durar pra sempre.

Pra reforçar essa sensação reconfortante, passei a sofrer do Efeito Supermercado, que consiste em usar as validades das compras pra se tranqüilizar quanto à passagem de tempo. O Efeito Supermercado segue 2 princípios básicos:
1- coisas que duram muito vão durar um bocado após o nascimento.
2- coisas que duram pouco ainda serão muito consumidas até chegar o dia D.
Em um caso ou em outro, o raciocínio é: ainda falta muito tempo, ufa!

Complicado? Tomemos dois exemplos ilustrativos:

1- Ando pelo supermercado caçando produtos que sobreviverão, com folga, ao dia 28. Leite condensado, açúcar, sabão em pó. Olho as datas de validade e penso: quando minha filha tiver 2 anos isso ainda vai estar bom... ou que interessante, usarei este mesmo pacote para cozinhar a comida da Alice em 2010! As coisas que duram muito têm um efeito tranqüilizador. Sabe aquele futuro hipotético que nunca chega? Começo de gravidez é assim, como produtos não perecíveis: parece que a gente nunca vai alcançar a data limite.

2- Adapta-se o mesmo raciocínio reconfortante ("Tenho tempo, tenho tempo!") aos produtos frescos. Um queijo branco, por exemplo. Eu vou comprar e comer uns 24 queijos iguais a esse e Alice não vai ter nascido ainda! O produto fresco tem vida curta. Ele implica num imediatismo que nós grávidas não temos, o que é um alívio tremendo.


O Efeito Supermercado funcionou perfeitamente pra mim até recentemente, quando reparei que o iogurte aqui de casa é válido até 6 de setembro. Setembro! Quer dizer, o iogurte que está na geladeira vai mais longe que a minha gravidez.

Foi o fim do Efeito Supermercado tal como eu o havia elaborado. Chegou o momento da inevitável inversão, o dia mágico em que você percebe que a barriga passará mas o iogurte ficará. Isso, meus amigos, é o começo do fim – fim tanto do efeito supermercado quanto da própria gravidez.

E então hei de ser mamãe antes da bandeja de Danone estragar. Céus! Torçam por mim, ok?



quinta-feira, agosto 16, 2007
 

:: Alguém me explica, por favor?

Tá, eu não entendo picas de direito civil, contratos nupciais ou coisa do tipo. Mas que certas coisas nesse campo cheiram muito mal, isso cheiram.

Por exemplo: a ex-mulher do filho do Maluf pede, E GANHA, 217 mil reais por mês de pensão. O valor estipulado tinha sido 80 mil, mas foi pouco para a tal senhora, que recorreu ao Tribunal de Justiça e conseguiu quase triplicar o montante.

Agora me diz: que tipo de argumento será que ela usou para conseguir uma pensão de 217 mil? Me refiro aos argumentos que podem ser dito às claras, em público, no tribunal - porque, por baixo do pano, a negociação com certeza fede, e muito. Ex-mulher sabe demais e tem um poder de barganha enorme, ainda mais no clã Maluf. Que essa argumentação não dita regula o acordo é até muito fácil de entender. O que realmente me intriga é a encenação toda: O QUÊ, meu Deus, essa senhora declara, na frente de um juíz, para convencê-lo que merece ganhar 217 mil por mês?

Será que ela diz “o safado pode pagar” e pronto, é simples assim?

Será que diz que a titica de 80 mil/mês não é suficiente para cobrir as despesas dos 2 filhos deles?

Será que ela apela para a lógica da indenização moral, "eu fiquei anos casada com esse mané, eu mereço", ou "217 mil é meu preço por ter meu nome vinculado aos Maluf"? (Não sei... não me parece muito convincente e ela corre o risco do tiro sair pela culatra, "você casou com um Maluf e vem me falar em merecimento, minha senhora?, faça-me o favor!")

Será que ela consegue dizer que vale 217 mil SEM CORAR?

São coisas para se pensar.

(Em tempo: não estou defendendo o filho do Maluf e não me importo nem um pouco que ele perca as botas por causa da ex - coisa que, convenhamos, não vai acontecer com ele por causa de 217 mil por mês. O distinto ex-casal que se mate. O que ME mata é o absurdo da coisa, entre tantos outros absurdos nessa história. DUZENTOS E DEZESSETE MIL POR MÊS, CACETE! É muita cara de pau!)




quarta-feira, agosto 15, 2007
 

:: O Dia D

Um dia, lá atrás, você é uma feliz gestante recém-descoberta e faz sua primeira consulta pré-natal. Desse dia em diante um número passa a reger sua vida: a data provável do parto.

Você não precisa e nem vai acreditar nela, por várias razões. Primeiro porque um bebê não é um relógio suíço e, estando mais ou menos pronto, pode decidir cair fora a hora que bem entender. Segundo, porque a contagem do tempo de gestação não conta de fato o tempo de gestação. Seu médico vai pegar a data da sua última menstruação, contar 40 semanas e voilá!, você tem a data provável do parto. Só que, veja bem: você não estava grávida no dia da sua última menstruação, certo? Você engravidou pelo menos 2 semanas depois, e isso se for reguladinha como nos livro de biologia. Se seu ciclo é irregular (e qual não é?), esquece. Impossível saber a idade real da gestação. O ultra-som pode até dar uma dica, mas mesmo os padrões medidos por ele são variáveis: no mesmo exame seu filho pode ter um coração de 12 semanas, fêmur de 11, cérebro de 13, peso de 10, e por aí vai. Um pequeno Frankenstein em formação.

Frente a todas essas dificuldades, seu médico vai simplesmente fazer a continha descrita acima e chutar a tal data provável do parto, não sem antes avisar que a margem de erro é de 2 semanas pra cima ou pra baixo - o que é muito cruel porque significa que você vai ficar um mês inteirinho achando que vai parir a qualquer momento.

Mas nada disso importa. Importa que você tem uma data pra chamar de sua. Pra marcar na agenda. Pra dizer pros amigos quando eles perguntarem quando nasce. Por mais imprecisa que ela seja, a data provável do parto vai virar uma grande referência na sua vida.

A minha é 28 de agosto (que além de tudo é dia de lua cheia, e as pessoas amam dizer que lua cheia é sinal de partos, muito partos, oh God!). Eu sei que a chance da Alice nascer justamente no dia 28 é mínima, mas mesmo assim esse dia passou a reger minha existência. Me preparo pra ele desde janeiro, quando fiz meu primeiro exame pré-natal.

Agora faltam só 13 dias.

O enxoval tá pronto. A malinha do hospital, idem. O quarto, quase.

Eu? Acho que eu não ficaria pronta em mil anos.

Ainda bem que filho não espera.



terça-feira, agosto 14, 2007
 

:: Momento de carência

Pessoas queridas: quando forem mandar "um beijo pra Alice", lembrem de mandar um pra mim também, tá?



quinta-feira, agosto 09, 2007
 

:: Uma verdade inconveniente

Neném na barriga é como pão na torradeira: só pula quando não tem ninguém olhando.



terça-feira, agosto 07, 2007
 

:: Como eu virei mamãe em apenas 8 horas

(ou: Mãe Louca – você ainda vai ser uma)


20h30. Baladinha na casa de amigos. Minha barriga pula e todos se divertem muito. A amiga médica vem pra tentar definir a posição do bebê. Aperta aqui, cutuca ali, crava os dedos lá embaixo da barriga e abre um sorriso: achei a cabeça!, diz enquanto mexe com a bolinha de um lado pro outro. Excitação geral.

20h31. Outra amiga, horrorizada: pára de chacoalhar a Alice, coitada! Todos riem há-há-há, inclusive eu.

20h32. Alice tem um ataque de soluço. Longo. Mãos na minha barriga, todos riem há-há-há, inclusive eu – mas é um riso meio tenso, confesso. Será que ela assustou? Será que soluços podem ser efeito (contrário) do susto???

23h15. Voltando pra casa, no carro. Comentários gerais sobre a noite, lembramos do episódio. Coitada, levou um susto, há-há – risinho amarelo.

4h30. Meu sono é interrompido por um ataque de pânico. Pulo da cama e fico ligadíssima em 2 segundo. E se aconteceu alguma coisa? E se minha amiga apertou a moleira da Alice sem querer e espremeu o cérebro da minha filha? E se o dedo furou um olho dela? E se o nariz quebrou? E se aquele ataque de soluços foi na verdade uma reação agoniada de dor? Como eu deixei isso acontecer, como??? Que espécie de mãe eu sou??? Mea culpa, mea culpa, mea culpa!!!

Parabéns, Mariana! Você agora é oficialmente uma mamãe!
Bem-vinda ao clube das desvairadas!

(E enquanto isso Alice dorme, serena e despreocupada...)



sexta-feira, agosto 03, 2007
 
:: ALI(c)EN, a oitava passageira.

Então minha filha fez as malas, mandou um tchau-tchau pra quem fica (meu coração?, meu baço?), e se mudou pro lado direito da minha barriga. Fugindo da vizinhança barulhenta, talvez. O fato é que ela se embolou toda à direita e lá ficou, na sua rotinazinha de mini-bailarina: piruetas, chutes e treino de step usando como degraus minhas costelas.

Isso aconteceu há uns 3 meses – naquela época ela pesava 450 gramas, vejam vocês. O tempo passou, ela foi se recheando toda e agora é um filézão de uns 2,300kg. O lado direito ficou pequeno pra tanta carne, de modo que:

A bunda da minha filha fez as malas, mandou um tchau-tchau pra quem fica (todo o resto do corpo?) e se mudou pro lado esquerdo da minha barriga. Buscando seu próprio espaço, provavelmente. O fato é que ela, a bunda, fez da esquerda sua morada e lá ficou, rebolandinho e dando pinotes.

Agora Alice vive dobradinha como um pretzel dentro de mim, crescendo vertiginosamente e tentando se acomodar como possível. Vez ou outra nota-se um calombinho (mãos?, pés?, joelhos?, seria o nariz???) andando por baixo da minha pele, o que apesar de aflitivo é muito bom pra impressionar as visitas.

E a pergunta que fica é: com um bebê ocupando todo o espaço disponível, onde diabos foram parar todos os meus órgãos?


quarta-feira, agosto 01, 2007
 
:: Pornopolítica


pra quem duvida que poder é afrodisíaco...





medo!


segunda-feira, julho 30, 2007
 

:: Infantil, eu?

Então eu fui com mamãe conhecer o mundo encantado dos bebês, também conhecido como Alô Bebê. De bombinha de nariz a berço, eles têm TUDO o que você precisa – e o que não precisa, como é o caso da própria bombinha de nariz.

O mundo encantado dos bebês é bastante divertido, mas tem uma particularidade irritante: divide o mundo em rosa e azul. Se você não souber o sexo do bebê eles te permitem arriscar um amarelinho, um verde clarinho, no máximo um branco (que é polêmico por ser clean demais, e por alguma razão desconhecida as pessoas preferem um bebê empetecado a um bebê clean. Hello?? Menos é mais, minha gente!). Se você sabe o sexo, é praticamente obrigada a levar paninhos azuis ou rosas, sob pena de ser olhada com olhos horrorizados pelas vendedoras e pelas outras mamães que estão no local.

Alice, até segunda ordem, é menina, portanto estávamos sendo arrastadas para o lado rosa da Força. Medo!

(Cabe aqui abrir parênteses para esclarecer que eu adoro rosa. Sério mesmo. Depois de uma infância completamente machinha – entrarei nessa questão num outro post, porque ela explica muito sobre mim – eu descobri, melhor ainda, eu me permiti o rosa, e me converti totalmente. Eu penso rosa, eu ajo rosa e eu acho rosa o auge do glamour. Não se trata portanto de uma questão de cor, e sim de uma questão de princípios: não me parece correto o mundo obrigar minha filha a usar cor-de-rosa. Simples assim. Ok? Fecha parênteses.)

Pra piorar, o rosa vem acompanhado pelos seguintes (e apenas eles) temas infantis: bonecas de trancinhas, bichinhos peludinhos, flores, no máximo borboletas. So boring. Achei aquilo irritante e então, depois de muito ponderar, decidi que só me restava fazer a chata - por quê não?

Eu adoro azul! (mentira) - e pedi pra ver o enxoval “dos meninos”. Mas só tem azul bebê? (voz de decepção.) Não, tem amarelinho, e verdinho, e branquinho. E a moça traz opções, muitas opções. Não sei, não sei... escuta, não tem nada mais adulto, não? Não, óbvio. Achei que a vendedora ia me mandar atravessar a rua e procurar meu enxoval “adulto” nas Lojas Marisa, mas ela permaneceu fina até o fim. Que pena... então deixa eu ver os bichinhos. E lá vem a fauna. Ursinho. Não. Cachorrinho. Não. Coelhinho. Não. Vem cá, todos os bichinhos são assim, fofos? Por que isso?

Foi divertido por uns minutos, confesso. Mas aí começou a ficar tarde, a barriga pesou, minha mãe queria morrer de vergonha, e nada de achar qualquer coisa que estivesse dentro das minhas exigências de pessoa chata. Eu precisava comprar alguma coisa, era o mínimo que eu devia à vendedora, tão solícita e simpática. Por outro lado, não queria sair da personagem, entende? É gostoso, é refrescante e é terapêutico ser uma víbora de vez em quando. Sobretudo na gravidez, quando ninguém briga com a gente.

E aí? Como comprar na Alô Bebê mantendo-se fiel ao postulado “sem cores pastéis, sem delicadeza, sem fofices de qualquer tipo”?

E aí que eu voltei pra casa com a toalha de lesminha e o macacão marrom-cocô.

Céus!

Pelo menos foi uma pechincha. A economia de hoje é a terapia infantil de amanhã.

Mal aí, Alice...



domingo, julho 29, 2007
 
:: alice

2.

do seu nariz, escorre o universo.

os dedos ainda não servem para contar.
por eles as temperaturas anunciam um colapso.
alice atravessa as paredes,
em suas falangetas as rachaduras são ensaios.

3.

alice, como fazer rabo de cavalo
com tão poucos cabelos?

é preciso antes, o cavalo.


sexta-feira, julho 27, 2007
 
:: Dos medinhos - um adendo

Eu perguntei. Yes, I did.

Respirei fundo e mandei, na lata:

- Mas doutor... a mulher tá lá, fazendo força... ("A Mulher". Assim, bem genérico. Não tive o despudor de me colocar na cena. Você também não teria, aposto.) ...a mulher tá lá, fazendo força, pernão aberto... me diz: ela não faz cocô, não?

- Faz
(CÉUS! HORROR, HORROR!). E xixi também.


Por que ninguém nunca mostrou isso nos filmes, por quê???



quarta-feira, julho 25, 2007
 
:: Pelo MSN

. márcio . diz:
tava pensando nesses dias em alice
. márcio . diz:
aih me dei conta q ela jah existe no meu imaginário
BZ diz:
hehe
BZ diz:
ela existe, cara. ta embutida, mas ta aqui. estranho, ne?
. márcio . diz:
acho q ela nasceu qdo eu perguntei pro carlos se ele estava feliz
. márcio . diz:
aih ele de um sorrisao e pum, alice nasceu.


terça-feira, julho 24, 2007
 

:: Dos medinhos


Eu não sei que tipo de mecanismo regula esse fenômeno, mas ele existe: mulheres à beira de dar à luz perdem o medo do parto.

Chocante!

Parir é um dos cagaços universais da mulherada (converse com meia dúzia de amigas pra saber), mas na hora do vamos ver a gente entra em comunhão com a Mãe Terra, encarna a deusa da fertilidade e adquire a calma de um Rinpoche. Entrou tem que sair, baby. É a lei da natureza. Então a gente se resigna e acha lindo e diz amém. Tenho visto muito isso acontecer, aquelas grávidas estourando de barrigudas e com aquela expressão serena de quem sabe o que ninguém mais sabe. Cara de informação privilegiada, sabe como? Uma calma transcendental. Não sei que milagre é esse, mas acontece. A invenção da anestesia deve ter alguma coisa a ver com isso.

É bom que seja assim, porque a mulher grávida é por definição uma criadora de pavores criativíssima e incansável.

Há os medos-padrão: medo da responsabilidade, de botar um filho no mundo doido de hoje, da criança nascer com algum problema, complicações, 6 dedinhos nos pés, etc etc. Esses são universais e relevantes e continuarão existindo até o fim dos tempos. E existem aqueles medinhos específicos de que pouco se fala. São medinhos fúteis, que abafamos pra não parecer que estamos invertendo o valor das coisas. Como todo mundo diz, o importante é vir com saúde, o resto é lucro. Claro. Mas o resto é importantíssimo quando a grávida é você. E dá-lhe medos fúteis: e se a anestesia não pegar? E se eu fizer cocô na hora do “empurra, empurra!”? E se meu filho nascer feio e eu não conseguir mentir que achei ele bonito? E se a barriga não voltar e eu ficar buchuda para todo o sempre? E se meu filho continuar careca e gengivudo até a pré-escola? Por aí vai.

O meu grande medinho-fútil é o do peito rachado. Só o termo já me dá arrepios. Conforme a gravidez avança também avança a necessidade mórbida que os outros têm de te assustar, e você descobre que o parto não é nada comparado com a primeira semana de amamentação. Dizem que dói pacas até o peito engrossar, ficar cascudo e a prova de puxões (e aí você pensa: o que é pior, peito cascudo ou peito rachado? Sinuca de bico...). Os relatos são pavorosos: o bico sangra, as mamas (reparem que peito de grávida sempre vira “mama”) endurecem, vem uma bactéria e faz o leite virar polenguinho. As mães choram, batem o pé e fazem careta – mas não tiram o filho do peito, que espécie de mãe tiraria? Você já está considerando seriamente contratar uma ama-de-leite, ainda existe isso?, quando vem alguém e te indica ações preventivas que vão salvar seus peitos e as mamadas do seu filho: esfregar o peito com bucha no banho e tomar bastante sol. Bora engrossar esses mamilos, mulherada!

No meu caso, esfolar os peitos com a buchinha não é uma opção. Difícil contar isso aqui sem adentrar em detalhes íntimos, mas basicamente é o seguinte: na gravidez os mamilos pulam pra fora como mini dedinhos e a impressão é que vão descolar e cair no chão a qualquer momento. Esfregá-los diariamente não é de forma alguma uma possibilidade. Então me sobrou o sol. Ok, parece fácil e até divertido.

Segue então uma breve historinha da minha primeira e única tentativa de bronzeamento peitoral:

Carlos viajou e eu fui ficar uns dias na casa dos meus pais (e minha casinha da vida inteira) pra matar a saudade, ser mimada e tomar horrores de sol – o quintal lá é mais reservado do que o daqui.

Eram umas 11 da manhã. Sentei-me na grama, levantei a blusa e puxei a calça de moletom até cobrir a barriga – a preguiça de passar protetor solar exigia tais cuidados, de modo que me encapotei toda deixando apenas a linha dos mamilos de fora. Até um chapéu de palha estilo Verão de 78 em Ibiza eu arranjei. Então eu estava ali sentadona, de chapelão, óculos de sol, peitolas de fora, muito digna, tomando meu solzinho. E aí vejo passar por mim um par de pés desconhecidos.

Acontece o seguinte: meu irmão é professor de yoga e dá aulas em casa, num salão no fundo do quintal. Óbvio que isso foi considerado por mim quando decidi fazer um embaraçoso topless no quintal, mas a aula tinha terminado às 10h30, portanto não haveria mais aluno nenhum pra testemunhar aquele triste espetáculo.

Isso era o que eu pensava, mas o fato é que passaram os tais pés, carregando uma moça com cara de assustada. Era uma aluna que tomava banho ali mesmo pra ir direto pro trabalho, o que explicava sua presença naquela hora. Cumprimentamo-nos cordialmente como se nada fosse, me cobri discretamente como se nada houvera e ficamos ali, 15 segundo de silêncio mortal, as duas tentando fazer crer que tomar sol de chapéu de palha, moletom até os peitos e mamilos de fora é algo absolutamente normal. Aí ela seguiu andando e, antes de chegar no portão, se virou e disse: Faz muito bem. Eu tomei bastante sol no peito e consegui amamentar até os 11 meses.

Oh God! Ela ainda foi fofa! Se eu não estivesse quase chorando, teria perguntado se ela me emprestava a casa dela para as próximas sessões.



quinta-feira, julho 19, 2007
 
:: Paradoxos da gravidez II

Ok, acabou a brincadeira. Você está grávida, então é hora de virar adulta. A maturidade vem e se instala. Certo?

Errado. Erradíssimo.

Não tem período melhor na vida pra, depois de grande (ra-ra), você virar uma criança de 5 anos de idade.

Porque perceba o que vai acontecer: os seus pedidos mais descabidos serão atendidos. Seu choro será compreendido. Seu ataques, tolerados. Você vai precisar de alguém para amarrar seus sapatos. Você vai comer todos os Baconzitos que não deu conta de comer até esse ponto da sua vida. Você vai, inevitavelmente (disse meu médico - fear!), fazer um xixizinho nas calças em algum momento lá do final da gravidez.

Enfim, o horror. E mesmo assim todo mundo vai gostar pencas de você durante esse período bizarro, porque você tá grávida e isso é lindo, pô!

É mais ou menos como ser uma criancinha de novo, insuportavelzinha mas tão adorável que dá vontade de morder!


terça-feira, julho 17, 2007
 
:: alice

alice nem nasceu e é a menina mais bonita do hemisfério.
ela é meio pessoa e meio sugestão.
- vais ser poetisa!
- a sua!

alice consegue se finger de ausente, mas seus ouvidos supersônicos
já perceberam a música do silêncio das notas graves.
- samba alice! no surdo do coração!
- bum! bum! bum!

alice cacofônica desenha na espuma da placenta
o abstrato que representa seus pensamentos.
- não presta atenção na metalinguagem!
- o gosto de língua é de verdade.

alice percebeu a variação de temperatura na sua barriga.
na abóboda, ela se encontrou em astrolábios e umbigos.
- uma sugestão? não esqueça do pessoa.
- eu gesto minha mãe para ser mãe.


domingo, julho 15, 2007
 
:: Ando tendo dias de Gisele Bündchen.


Não que eu tenha entrado na lista dos 100 Mais Ricos da Forbes ou dos 50 Mais Sexies da People. Ainda não. Mas nos últimos dias adquiri a envergadura da Gisele!


A envergadura da coluna, pra ser mais exata.


Saca a famosa quebradinha da moça? Aquela gingada de quadril que ela sempre dá no final da passarela?

gingadinha sexy (com lordose)

Pois eu sei fazer igualzinho!

E com a vantagem do barrigão, que se prejeta pra frente criando uma nova curva e harmonizando as formas. Reparem como o conjunto fica mais equilibrado:


Viram, viram?

Há! Toma, Bündchen!



quarta-feira, julho 11, 2007
 
:: Paradoxos da gravidez

Nunca estive tão gorda, e nunca me senti tão magra.


terça-feira, julho 10, 2007
 
"A Pixar é o novo Godard!"

do Carlos, chocado, durante a sessão lotada (de adultos) de Ratatouille no Espaço UnibanCool, segunda às 4 e meia da tarde.


quinta-feira, julho 05, 2007
 
:: From Hell

Quando parecia que Lost tinha estragado a minha vida o suficiente me aparece o infernal Prison Break pra ocupar o resto dos meus (poucos) dias de moça sem filhos e com tempo de sobra. Resultado: eu abandonei os sonhos com Alice (já falei que sonhava com ela toda noite?) e substituí-a, à minha própria filha!, por Michael Scofield e sua corja de malfeitores. Eu agora só consigo sonhar com maneiras de fugir de Fox River.

Essa noite foi assim: eu subia por um telhado, entrava na casa da consulesa da Síria (que era a Ri) e me escondia debaixo de uma fatia de halawi. Fazia sentido, juro! O legal dos sonhos é que as coisas, por mais patéticas que sejam, sempre fazem muito sentido. Eu simplesmente tinha conseguido a fuga do século me escondendo debaixo de uma fatia de halawi (que, pra quem não sabe, é aquele doce árabe da latinha verde, que costuma ser servido em quadradinhos de 6x6cm). Gênia!

O chato disso tudo é que os sonhos com Alice estavam divertidos, e um processo evolutivo interessante vinha acontecendo. Ela foi migalha de pão, um peixe, um mini-leitão, um poodle, uma criança de 3 cm e finalmente um bebê mais ou menos normalzinho. Eu queria ver pra onde isso ainda poderia evoluir nos próximos 2 meses (ela nascer com 20 e poucos anos e diplomada em Harvard, talvez?), mas aí veio o Prison Break e acabou com a festa. Ver o meu interesse, mesmo que só em sonho, migrar da minha filha para um presídio de Chicago é um bocado deprimente e me faz sentir uma pessoa terrível.

Então, se você ainda não foi pego por Prison Break (ou qualquer outro desses seriados do capeta cuja intenção secreta é roubar a alma de quem assiste): run for your life! Sério. Porque essas porcarias tiram o foco do que é realmente importante na vida da gente.


segunda-feira, julho 02, 2007
 
:: Coisas divertidas dos 7 meses

- lanches da tarde

- usar cuecas (que têm o elástico soltinho e acolhem as bandas da bunda por inteiro em vez de dividí-las ao meio como fazem as calcinhas)

- agarrar os amigos pra dançar forró e ver a cara de aflição deles por causa da sua barrigona dura

- ter sempre alguém disposto a amarrar seu tênis ou pegar do chão objetos que você derrubou

- ser café-com-leite nas aulas de yoga e observar os colegas se torcendo enquanto você descansa confortavelmente em lótus

- pedir pro maridão cortar as unhas do seu pé e observar os 5 segundos de pânico dele até você dizer que é brincadeira (pero no mucho...)


:: Coisas não tão divertidas dos 7 meses

- descobrir, aos 27 anos, o que é azia

- sufocar sempre que deitar de barriga pra cima

- ter que andar encurvada pra frente (mas sem perder a majestade!) por causa das contrações de Braxton-Hicks

- botar um biquíni e não enxergar a virilha pra saber se tá tudo ok

- a dificuldade de fechar a porta de banheiros públicos sem amassar a barriga


segunda-feira, junho 25, 2007
 
:: Ela voltou!



(Preciso dizer que eu tô aqui quase me acabando de alegria?)


terça-feira, junho 19, 2007
 

:: O que é, o que é


Um boneco de lama? Um docinho de coco queimado?


O monstrinho da fossa? Um detalhe de pintura renascentista?


O novo quadro do Vik Muniz?


.tic.
.tac.
.tic.
.tac.


Não! É a pequena e linda e tímida glamourosa Alice protestando contra os paparazzi intra-uterinos!



Alice desabafa: "leave me alone!"


(Pronto, editado. Agora tira o calcanhar das costelas da mamãe, tá?)


segunda-feira, junho 18, 2007
 
:: aniversário

para lembrar os anos desta pessoa querida cujos os dias tive ainda tão pouco.
bjs


sexta-feira, junho 15, 2007
 
Em tempo:

eu adoraria ter inventado o título do post abaixo, mas na verdade eu tirei desse livro, ó:


A bíblia da gestante. Recomendo!


 

:: How to have a babe and be a babe

Se me contassem, eu achava que era balela. Mas é sério, seríssimo! Mulherada, tratem de encomendar um herdeiro agora, já! - é o meu conselho.

A gente tá acostumado a pensar na gravidez como um grande sacrifício. Uma fase inchada e desconfortável que a mulher enfrenta pra ter como recompensa um bebê novinho em folha depois de 9 loooongos meses. Basicamente trata-se de deixar de ser mulher pra virar uma Mamãe, serena e assexuada. Na melhor das hipóteses você vira uma grávida-sem-sal com cara de beata, vestida de branco e acariciando a barriga em propaganda de hidratante. Na pior, você embucha. Pouquíssimo animador. Mas isso não é nada perto da magnitude de gerar um filho, e blá, blá, blá.

Eu ia então me preparando pro começo do fim. Comprei meus hidratantes e ensaiei meu melhor sorriso de Virgem Maria. Conformada e agradecida, como tinha que ser.

Mas aí, em vez de Virgem Maria, me baixou uma diva louca.

Eu acho que funciona assim: talvez você embuche. Acontece. Os hormônios ficam malucos e os resultados são imprevisíveis. Mas se você der a sorte de não embuchar, minha filha, então prepare-se pra uma das melhores fases da sua vida! A grávida que não embarangou adquire uma aura divina que vem com um monte de acessórios incríveis, tais como:

-Peitos exuberantes;

-Cabelos brilhantes e longuíssimos de Rapunzel (inclusive você vai ser acusada de ter colocado megahair);

-Pele de pêssego, bochechas rosadas, pernas macias e à prova de pêlos encravados;

-Unhas fortes crescendo numa velocidade assustadora;

-Uma lordose que, embora incômoda, valoriza a bunda que é uma beleza;

-E, claro, a barriga. Esse é um ponto polêmico: há quem ache barriga de grávida uma deformidade e há quem ame profundamente. Eu amo profundamente. Primeiro porque ela faz com que pessoas sorriam pra você na rua, cedam suas cadeiras, façam um carinho ou até mesmo beijem seu umbigo sem nenhuma cerimônia. Depois, porque ela pode ser exibida sem pudor. Mais do que pode, ela tem que ser exibida, já que blusa nenhuma consegue mantê-la coberta. Se antes a barriguinha era um problema a ser disfarçado, agora o barrigão é um trunfo a ser ostentado com orgulho!

Junte tudo e faça as contas: peitão-bundão-cabelão-barrigão(durinho, há!), e de repente você descobre que virou uma baita duma gostosa. Incrível! Aquela expressão serena das grávidas é só um truque pra disfarçar a Poderosa Afrodite, a Sex Goddess, a Rainha da Luxúria que baixou ali!

E se isso ainda parece pouco, olha o saldo da minha consulta médica de ontem:

Dr. (que eu amo e me faz feliz!) Roberto:

-Ok, tá tudo ótimo. E você engordou pouco. Então pode comer mais, tá? Coma muito, muitas vezes por dia. Coma o tempo todo. E de tudo. Você precisa de calorias, muitas, milhares de calorias. Malhar? Não, agora não é hora. Você precisa de reservas pra você e o bebê. Faz assim: come muito e não faz nada, tá? Ponha as pernas pra cima e descanse. Qualquer coisa me ligue. Até o mês que vem, tchau.

E assim eu descubro minha vocação de parideira e fico imaginando Carlos, eu e nossos 12 filhinhos, mas que linda familia feliz!


sexta-feira, junho 08, 2007
 

No princípio era o nada.

Você nada sente. Nada vê no ultrasom. Se concentra e tenta se conectar com a barriga: nada. A própria barriga ainda é o (quase) nada de sempre.

A única coisa que você tem é: de repente ficou chata, burra e incapaz de ir ao banheiro (a não ser pra vomitar). Parece que arranjou dois problemas sérios, um gástrico e um neurológico. É bom mesmo que haja uma outra coisa pra justificar, e se essa outra coisa envolver um bebê rosinha e bochechudo no fim de uns meses, melhor ainda. Gravidez, nos primeiros meses, é puramente uma questão de fé.

Com 3 ou 4 meses você não está mais chata, mas continua bem burra (aliás, a burrice acompanha o processo todo e é chamada de síndrome cerebral: o sangue do seu corpo esquece da cabeça e desce todo pro baixo ventre. Isso explica derrubar coisas, atravessar a rua perigosamente e esquecer o número do seu celular). A situação do banheiro se resolveu e as coisas entram e saem por onde deveriam, como Deus quis. A barriga já dá sinais, mas tem aquela cara de pancinha sem-vergonha de chopp e talvez você ainda receba uns olhares feios no ônibus quando sentar nas cadeiras reservadas. Mas, de novo, nem sinal de alguém lá dentro. Você fecha os olhos, põe as mãos e se esforça muito pra estabelecer uma comunicação, e a única coisa que percebe é o seu umbigo sendo ejetado dia após dia. Neste momento, tentar cantar para sua barriga ou desenhar nela uma carinha sorridente só vai te fazer sentir ridícula. Não recomendo.

A coisa vai ficando divertida lá pelos 6 meses, quando um belo dia sua barriga - que nesse ponto já é uma barriga de responsa e pode ser ostentada, principalmente no ônibus!, como um troféu - começa a quicar. Primeiro timidamente, ataquezinhos de soluço. Depois furiosamente, e você acredita que está gerando um polvo capaz de cutucar em-cima-à-esquerda e embaixo-à-direita e centralizadamente-ao-centro, tudo ao mesmo tempo agora, uma coisa enlouquecedora.

Então aí está. Existe mesmo uma pessoinha embutida dentro de você. Uma pessoinha que gosta de Piazolla (orgulho, orgulho!!), te acorda todo dia com um chacoalhão às 7h30 da manhã, reage ao sol e detesta quando você espirra. Que fica tímida com platéia e mata mamãe de vergonha toda vez que ela diz: venham, venham, está mexendo! e coloca as mãos das 8 pessoas ao redor na barriga e nada acontece por longuíssimos 2 minutos, estava pulando ainda agorinha, mas parou, que pena, ah, então tá, e aí as mãos todas saem e é o código para a pulação começar outra vez, e assim a brincadeira segue, e assim eu perco todo o crédito que outrora tive com meus amigos.

O legal de finalmente sentir que tem alguém aqui é que eu posso comer por 2 sem sentir um pingo de culpa (essa é uma picaretice ancestral das grávidas, mas só vale pra quem engordou pouquinho, ok meninas?). O chato é que eu ando culpada de falar tanto palavrão. Baixou a mãe em mim, quem diria?



segunda-feira, maio 07, 2007
 
:: Ai que vergonha.

Eu não ia fazer isso. Juro.

Prometi pra mim mesma que não seria uma mãe louca. Prometi que não seria do tipo que leva a foto do ultrasom na carteira para mostrar para os passantes como seu projeto de filho é insuportávelmente lindo.

Mas aí a projetinha vem insuportavelmente linda, com um perfil grego e tufinho de cabelo na testa. Não dá. Vocês precisam, PRECISAM ver isso!




domingo, abril 29, 2007
 
:: E lá vem ele, minha gente!

O meu umbigo.

Ele, que levava uma vida reclusa, que sempre foi discreto e introvertido, anda agora todo aparecido.

Primeiro ele laceou. Virou uma cratera enorme no meio da minha pança, e poderia facilmente abrigar uma bola de gude, ou até duas.

E agora ele está emergindo. Pela primeira vez na vida eu posso enxergar o assoalho do meu umbigo, visão inédita e perturbadora para a qual eu não estava preparada, definitivamente.

Imagino que pra ele pular pra fora feito pipoca seja questão de poucos dias.



quinta-feira, abril 26, 2007
 
:: No Coliseu
Levando a pancetta para passear por Roma!


quarta-feira, abril 18, 2007
 
:: Torneo de biliardino

Pensem na coisa mais legal pra se fazer em Bologna depois de mandar ver um spaghetti al ragu (nosso bom e velho bolonhesa) com vinho tinto.

Tic-tac-tic-tac-tic-tac.

Acertou quem disse: "participar de um campeonato internacional de pebolim no meio da praça, claro!"

Pois a gente participou!

Internacionais, só nós. Jogamos contra um bando de italianos (ladrões) mesmo.

O biliardino italiano é muito pobre de firulas e as regras mudam a cada minuto. Por exemplo: não se pode tabelar entre 2 jogadores, só chutar pra frente ou tabelar com a parede - mas isso só foi dito (por mímica!) no segundo jogo, e a gente desconfia que era mentira. O resultado é um jogo sem classe nem ginga, só com bicudas. Futebol-arte não rola. Pebolim-espetáculo é proibido. E a italianada toda conspirou contra nós, boleiros por natureza. Sendo assim, decidimos ficar em último lugar como ato de protesto.

Ok, ficar em último lugar num campeonato de pebolim numa praça ensolarada da Itália não é exatamente a coisa mais legal que pode acontecer com um casal turista. Mas que chega bem perto, isso chega.


domingo, abril 15, 2007
 
:: Ciao, bellos!

Aí eu vim dar um giro pela Itália com o Carlos, lua-de-mel tardia e comemoração pelos nossos 6 meses de casados (aliás, eu não casei grávida não, viu pessoal?, a pancinha é de 5 meses apenas!)

A Itália é muito legal e eu poderia morar aqui fácil, fácil. Sobretudo em Veneza, que não tem carros e é totalmente caminhável, a cidade inteira, de ponta a ponta - e isso provavelmente não levaria nem um dia, Veneza inteira tem o tamanho de uns 4 bairros de São Paulo, é uma cidade em tamanho pocket, adoro isso!

Passamos por Verona, Bologna e chegamos hoje em Firenze, onde estou nesse momento, num hotel antiguinho, ouvindo passarinhos cantando em italiano e vendo pela minha janela varandinhas floridas, ô delícia!

Devo sair daqui a pouco para mais um sensacional almoço, mas deixo vocês com uma fotinho singela.




Patolando a Julieta (dá sorte, o peito dela tá até meio gasto, pobre donzela...)
(Casa de Giulietta, Verona, 13/04/07)


terça-feira, março 27, 2007
 
:: Gostou, Marcito?

Isso porque você ainda não viu os peitões que ela tem...


domingo, março 25, 2007
 
:: comentários

bom, como sou o único que não tem muitas novidades. vou me reservar somente aos comentários. pâmela, gostei de vc.


quinta-feira, março 22, 2007
 
:: Antes de tudo devo apresentar Pâmela, meu Id grávido.

O Id serve basicamente pra levar a culpa por todas as coisas feias, impulsivas e patéticas que um ser humano faz. No caso de uma grávida, essas coisas são muitas, então você dá um nome pro seu Id, cria com ele uma relação de coleguismo e vocês vivem em harmonia. Trate bem seu Id, porque ele ainda vai ser muito útil pra livrar sua cara nas horas de aperto.

Por exemplo: É Pâmela quem assiste escondida aquele programa que mostra os partos mais pavorosos da história da medicina. É ela quem chora na frente da tv quando a criança nasce cabeça-de-cone. Ela fica mal-humorada sem razão aparente, destrata pessoas queridas, arrota, peida, exagera enjôos para causar pena. Ela tem ímpetos violentos, brutais mesmo, quase psicopatas. Ela faz a louca e põe a culpa nos hormônios. E faz tudo isso com cara de Virgem Maria, a cínica. E o melhor é que ninguém ousa falar um ai, porque ela tá grávida e todo mundo sabe que as grávidas são seres de luz e podem tudo, TUDO nessa vida.

Ter Pâmela ao meu lado é libertador e me torna uma pessoa melhor. Super recomendo. Pena que você não está grávido e não pode ter uma pra você.


quinta-feira, março 08, 2007
 
Pedi a permissão dos meus queridos pra tornar esse blog rosinha e cheiroso e cheio de fru-frus. Porque essa vida dá voltas e quando você menos (mais) espera está grávida de uma mini-serzinha do tamanho de uma maçã da Mônica que dá pulinhos dentro do seu ventre. E se isso não é um bom motivo pra ressuscitar isso aqui, não sei o que é.

Então, nos próximos meses, o amigo leitor (alguém, alguém?) vai acompanhar, em tempo real, as agruras e delícias que acompanham esse estado tão interessante!

(Só não começo agora mesmo porque de repente me bateu um soooono...)


segunda-feira, janeiro 29, 2007
 
:: podcast!

o podcast do no-scrubs está inaugurado, ouçam!

http://noscrubs.podomatic.com/