domingo, fevereiro 29, 2004
 
:: Efeito Quarta feira de cinzas

(que vai durar até eu conseguir articular uma frase sem ser em ritmo de marchinha)

Roubaram o coração da minha sogra
Botaram o coração no jacaré
Sabe o que aconteceu?
A velha se mandou e o jacaré morreu!

É, é, é...
Coitado do jacaré!

(repetir ad infinitum pulando com os bracinhos pra cima e os indicadores na posição alala-ô)


quinta-feira, fevereiro 26, 2004
 
:: poisé cumpadi

depois de seis anos na faculdade, eu vou me formar. quem diria? o bendito dia será 1 de março de 2004, aos 46 minutos do segundo tempo. está certo que só vou respirar melhor depois desse dia, mas já com o aval do meu orientador, estou entregando todo material para minha banca. estava me dando uma nostalgia esses dias porque alguns projetos meus na eca vieram a discussão não sei bem porquê. whatever, o fato é que estou feliz com os projetos que estão se iniciando agora e tenho uma vontade muito grande de me voltar a eles de corpo e alma.

não vou falar aqui dos projetos. vou comentar aos poucos durante a realização. só gostaria de convidar a todos a assistirem a minha defesa do tcc que vai ser na eca, dia 1 de março, às 10 da matina. a sala não sei bem ainda, mas assim que souber aviso.

torçam e rezem por mim.


terça-feira, fevereiro 24, 2004
 
:: as invasões barbáras e big fish

vocês podem achar estranho eu escrever um texto sobre dois filmes que diametralmente tenho simpatia. odiei (e olha que para eu falar de um filme assim é porque a coisa é grave) invasões barbáras e amei (e olha que para eu falar de um filme assim...), por isso resolvi colocá-los em um mesmo texto. é inevitável compará-los mas a vontade é de mostrar coisas em comum. as histórias são parecidas: o reencontro de pai e filho no leito de morte.

a primeira coisa é que assisti a ambos num momento descontrol da vida, com teorias sobre o cotidiano e resistência cultural. pode parecer paranóico pq provavelmente é, mas acredito que em ambos o meu estado sentimental influenciou na aceitação ou não do filme.

tentei gostar de invasões barbáras, juro. a história de alguém que tenta se encontrar através de uma reconciiação familiar é muito interessante para mim.mas não suportei aquelas conversas rápidas e inteligentes, cheio de academicismo e dizendo que sexo é liberdade. não que eu não concorde com algumas idéias (principalmente relacionados a sexo), mas todas as conversas me soaram fake. sabe aquela sensação de estar ouvindo o que todos querem ouvir? eu prefiro ouvir um padeiro falando de como faz bem o seu pão.

claro que chorei quando o cara morreu. essa situação me toca deveras. tenho um medo enorme de morrer só. fiquei feliz pelo cara que teve todos os amigos ao redor. mas não fez sentido algum o resto do filme, não me disse nada.

tentei apenas gostar de big fish, juro. mas amei o filme. é claro que tem lá seus defeitos. não achei um roteiro tão bem desenhado e o inicio parece lento demais. mas a partir de um determinado momento não parei mais de chorar. tudo que eu ando pensando nesses dois ultimos anos estavam no filme: a narrativa, a ficção, a invenção e as relações humanas. achei que podiam explorar muito mais coisa, mas é porque eu ando pensando muito nisso.

sei que muita coisa que escrevo são grandes mentiras, mas há muito ali de sincero, mesmo que não verdadeiro. acho que big fish é um pouco disso. você pode dizer que nunca amou ninguém ou pode dizer que amou muitas pessoas de várias formas diferentes.

não sabia bem porque eu deveria fechar o meu blog parachutes. tinha uma impressão de que ele não se destinava mais ao que propunha originalmente. depois desse filme, posso não ter encontrado o porquê dessa vontade de fechar, mas descobri porque continuar.

para terminar, quero dizer que falando com uma amiga, a quelany, tive outra impressão de invasões barbáras. nessa conversa, percebi o quanto fazia sentido para ela todo aquele universo, das frustrações da utopia, marxismo e outros ismos. meus pais não tiveram esse universo cultural dos anos 60, logo eu também respirei pouco desse ar. as frustrações dessa época conheço pela história e não na pele. consegui ver, através dos olhos da quelany, todo sentimento de frustração da época pós-revolução e então consegui enxergar algum sentido no filme.

acho que é isso. quero ainda ver o "lost in translation" e o "kill bill". e torçam por cidade de deus. acho que ganha roteiro adaptado.


sábado, fevereiro 21, 2004
 
:: feels like home

ouvindo o disco novo da norah jones e surtando...


quinta-feira, fevereiro 19, 2004
 
:: Onda gigante vai alagar ilha no Oceano Pacífico

"As autoridades da ilha de Tuvalu alertaram hoje que uma onda gigante alagará nas próximas horas a maioria da superfície desta minúscula nação situada no oceano Pacífico.
De acordo com Escritório Meteorológico de Tuvalu, a água pode inundar na sexta-feira o aeroporto e as infra-estruturas de Funafuti, a capital das 30 ilhas que formam o país.

O órgão acrescentou que está previsto que a maré supere os três metros acima de seu nível, o que também afetará as outras ilhotas e por volta de 11.500 pessoas.

No entanto, a porta-voz descartou que as águas cubram a totalidade das ilhotas, que estão a algo menos de 4,5 metros acima do nível do mar, como ocorreu em 2001.

Tuvalu está submetida a uma série de marés que já dizimaram as reservas de água potável do país e destruíram suas sementes e plantações.

Os especialistas opinam que o aquecimento do planeta devido à atividade industrial humana provocará a curto prazo que Tuvalu e outras ilhas de suas mesmas características acabem engolidas pelas águas.

O primeiro-ministro de Tuvalu, Saufatu Ensopo'aga, anunciou recentemente sua intenção de demandar os Estados Unidos e a Austrália por contribuir para a contaminação da atmosfera, causando o aumento das temperaturas do planeta.

Tuvalu tentou enfrentar a situação solicitando aos governos das vizinhas Austrália e Nova Zelândia uma permissão especial como emigrantes para os ilhéus, pedido que foi negado. "

nossa fantasia não supera a realidade. e nossas bobagens com nós mesmos, nossa própria resignação.





terça-feira, fevereiro 17, 2004
 
:: ordem dos cavaleiros zé mayer

http://cavaleirozemayer.blig.ig.com.br/

do nosso grande guga. é muito engraçado!!! visitem!!!


 
:: memórias

olha só o que eu achei nuns arquivos antigos, acho que foi o primeiro poema "mariana blues". é de 99.

Mariana Blues

Um pouco mais de vinho e posso dizer que estou bem.
Alguns segundos a mais e vou lhe contar as histórias de meu coração.
Espere só alguns minutos... enquanto o Chico acaba o Bancarrota Blues
E eu, a minha pequena tristeza das ondas da Austrália.

Que esta melancolia de não estar é para depois
Das canções tristes. Um pouco mais de vinho
E já sei como devo proceder sem que haja constrangimento.
Prometo. Nada além de uma esgrima verbal.

Acusaria uns de sofredores alheios. Deixarei de tomar dores.
As minhas serão suficientes? Deixa prá lá nos mares do Novíssimo Continente
Onde todos falam um inglês pretencioso (só como o inglês-australiano
pode ser). E ninguém se importa com as pessoas do Brasil.

Vai ver que não houve quem percebesse que o Chico
já acabou o seu blues e eu, meu vinho.
Assim recomeço o meu papel de ser extremamente feliz,
mesmo que o blues já me tenha deixado bem.


 
:: 24 horas, one tree hill, tcc?s e outras amenidades
(ao som do ao vivo do coldplay)

não fiquei 24 horas acordado assistindo a maratona da série da fox, mas as 12 últimas horas é só o que tenho assistido. fala séio. os caras conseguem fazer mais reviravoltas que peça shakespeariana! e não é só por isso que se assemelha a shakespeare: a intriga palaciana, o herói em dúvida, personagens que não são o que parecem. e os meros espectadores acreditando em tantas reviravoltas! o que eu disse para mari é verdade: tudo bem que haja tantas reviravoltas, mas tudo num só dia?!?!?! se os meus dias fossem assim eu não tinha passado dos meus 12 anos. mas a série é otima ! e nessa terceira temporada inventaram que o jack bauer se viciou em droga para prender um traficante... o cara treme os episódios inteiros. ok, ok ...

volto a confessar como tenho gostado muito desse seriado teen "one tree hill". é o básico do básico e talvez seja até muito simples. mas não tem como eu não me sentar e ficar torcendo para que as pessoas façam a coisa certa ou pelo menos que ajam com serenidade (claro que umas briguinhas são fundamentais). no episódio passado, o lucas estava tão puto com seu pai biológico que resolveu se livrar do sobrenome "scott". o seu tio que é irmão do scott pediu para que reconsiderasse porque gostava que seu sobrinho tivesse o nome scott porque no fundo o considerava um filho. só que o episódio inteiro o lucas não tinha percebido isso. só quando teve o jogo dos pais contra os filhos que lucas percebe que tudo é apenas um jogo e quem lhe mostra isso é exatamente o tio. lucas resolve ficar com o nome do tio e não do pai.

isso me lembra um episódio sobre um poema escrito por uma pessoa muito querida. inititulou o texto com um nome próprio por causa do significado grego, acho. mas quando as pessoas relacionaram o nome com um antigo amor, essa pessoa simplesmente queria mudar o nome. eu lhe disse que era desafiador criar um novo sentido para a palavra, dar-lhe outro universo. mais fácil é desistir. as palavras não pertencem a ninguém, mas a aceitação de seus significados depende de cada um. tenho hesitação com o nome "parachutes" no meu outro blog porque parece a expressão "caiu de paraquedas" que é meio pejorativo. mas aos poucos vou criando outro sentido para a expressao "a million parachutes", eh um processo longo e dificil e nao sei se estou conseguindo. mas por enquanto ainda nao desisti dessa imagem de milhões de paraquedas multicores caindo do céu e dizendo que está tudo bem.

e nessa brincadeira toda de televisão e pior: icq?s vou atrasando muito o meu tcc. sei que ao defendê-lo estarei livre para fazer outras coisas. tenho um roteiro quase pronto para começar a escrever com a mari (não esquece da ponte, menina!); um romance já todo com estrutura, um livro para editorar, uma produtora para abrir, aprender a nadar, um projeto de webradio para finalizar, etc... só em março vou poder me organizar direito para fazer todas essas coisas. o tcc é uma prisão infernal. um conselho: se livrem logo dele quem está precisando fazer. a mariana que o diga.

a vida é essas coisas cheia de coisinhas e pronto para coisar.

p.s. iniciando a campanha frases mirabolantes para camiseta: quem tiver alguma frase muito boa escreve na tag ao lado. "para que ter naipe se você não tê-lo?"





sexta-feira, fevereiro 13, 2004
 
:: Esclarecimento

Como o meu último post foi levado um pouco a sério demais e tenho recebido emails admirados com as minhas peraltices do último fim-de-semana, esclareço: nem sexo selvagem, nem sexo de qualquer outro jeito, nem comportamentos excessivos, talvez um tantinho de álcool, definitivamente algumas noites mal-dormidas. Um pouco de frio mal administrado durante a noite também, mas não vou desenvolver essa parte porque ela me envergonha um pouco. E foi só isso.

O resto é verdade.


quinta-feira, fevereiro 12, 2004
 
:: Mariana Z., 5 anos, dopada e bem destruída.

O castigo vem a galope.

Após um fim de semana regado a álcool, noites mal-dormidas, sexo selvagem e comportamentos excessivos, a providência divina resolveu me punir. Eu agora tenho muita dor, voz de Bozolina, bolas de golf no lugar das amídalas, febre constante e não como há três dias.

Ó Céus. O que fazer?

1- deitar e esperar a morte;
2- tomar Amoxil 3 vezes por dia durante 15 dias (Amoxil = pílulas gigantes, tipo aquelas do Super Mario; engolir aquele troço não é tarefa das mais fáceis, principalmente para alguém incapacitado de engolir até água);
3- tomar uma Benzetacil, sarar em coisa de 20 minutos e sair lépida e saltitante pelas ruas da cidade.

Óbvio, não?

Acontece que eu tenho medo de injeção. E Benzetacil é a injeção mais desgraçadamente doída que o ser humano já inventou.
E nessa hora da crise, na hora de ser madura, responsável e valente, enfim, no momento de separar os homens das crianças, eis que a Mariana de 5 anos vem à tona com olhinhos trêmulos, batendo o pé e fazendo biquinho, não tomo, não tomo, não tomo!

E não tomei mesmo, agora dá-lhe esforço pra engolir o maldito Amoxil, e dá-lhe paciência pra continuar com a garganta fechada por mais uns 4 dias, e dá-lhe serenidade pra enfrentar o carnaval sem bebidinhas carnavalescas e etcetera.

Quer saber? Melhor assim. Quando se tem 5 anos, quem precisa de bebidinhas carnavalescas e etcetera? Me dá um copo de groselha e bexigas d'água e eu já me divirto a valer. Não, bexigas d'água não... melhor confete. Isso, confete! Ou, no máximo, um reco-reco de plástico. *

*(Mariana tenta desesperadamente reencontrar o caminho do Céu pra ver se sara até o Carnaval)




segunda-feira, fevereiro 09, 2004
 
:: Mariana comove o mundo em um apelo emocionado: "Parem de matar meu salsicha!"

Desde que a bunda do meu cachorro caiu as pessoas têm me preparado para o pior, "aaaah, 15 anos, ele já tá bem velhinho, né?, vai se despedindo...", a essas pessoas eu respondo que Dust está descadeirado mas não está morto, e a julgar pelo velho ditado "vaso ruim não quebra", desconfio que ele ainda vai enterrar a todos nós.


quinta-feira, fevereiro 05, 2004
 
:: The Bluffing Issue (nome da minha futura banda)

Sabe o que é mais engraçado nessa vida? O fato de que as pessoas são altamente sugestionáveis, a troco de nada. um blefe bem colocado e tá feito o serviço.
Por exemplo: espalhe por aí a notícia de que você quer fazer gastronomia e virar chef de cozinha. Deixe a coisa maturar um pouquinho e pronto: num passe de mágica você cozinha bem pra cacete - mesmo que ninguém nunca tenha provado sua comida!

Agora, tem o seguinte: o blefe pode criar um problema, porque se você for colocado a prova tudo pode ir por água abaixo. Nessa hora é importante ter em mente o postulado básico do blefe: no fundo, tudo é uma questão de fé. Seja firme, bata o pé, faça crer que suflê queimado embaixo, cru no meio e chapado na travessa é resultado de anos de estudo de uma técnica ultramoderna e arrojada de nouvelle cuisine, a petitgateautização do suflê de chuchu enquanto releitura do trivial-chic. Aí você se serve com olhar guloso, come e faz carinha de quem tá gostando demais. Sucesso garantido!

A verdade é que eu não tenho muitos talentos, mas tenho o mais importante deles - o talento pro blefe - e estou muito feliz com ele. Um dia ainda lanço o manual do blefador e fico multimilionária.

Conselho cósmico do dia:
se você não pode convencê-los, confunda-os!


quarta-feira, fevereiro 04, 2004
 
:: Diálogos impertinentes

Estava eu na garagem, aplicada na tarefa de passar Calminex na bunda do meu cão-salsicha-centenário, com o coração partido de ver o bichinho arrastando as patas de trás (normal, cedo ou tarde a bunda dele iria cair, é tipo uma herança kármica da raça, um castigo, digamos assim, porque esses salsichas são seres do mal) quando chega meu primo.

Ele parou ali e ficou olhando em silêncio, achei que ele estava sensibilizado pela cena, era de fato comovente, mas aí ele começa:

Primo: Você está com cara de homem hoje.
Eu: ???
(CUMA???)
Primo: Sério. Que estranho.
Eu: A-hã. Legal.
Primo: ...
Eu: ...
Primo: Tem quem goste.
Eu: A-hã.
(Pffff...)
Primo: Pode ser um novo nicho a ser explorado.
Eu: ...
Primo: ...
Eu: ...
(Céus!)
Primo: Bom, só passei pra filar uma bóia. Tem comida aí? - e sai pra cozinha pra fuçar a geladeira

Taí.
"Um novo nicho a ser explorado".
Será que o nicho Homens que gostam de mulher com cara de homem existe? Será que eu posso vir a me tornar uma mulher que gosta de homens que gostam de mulher com cara de homem? Será que devo desencanar da depilação e cultivar o bigode?
São coisas pra se pensar.


segunda-feira, fevereiro 02, 2004
 
:: ok, já tive vontade de fazer isso...




 
:: wonkavision

é uma banda do rio grande do sul que faz um pop com mais guitarras e eles tem um moog muito destruidor. tinha ouvido uma vez ano passado e gostado de uma música chamado "nanana" que é bem power. ontem fizémos uma entrevista com eles e fiquei ouvindo a demo "preview" deles. cara, é muito bom! adorei bastante! olha só a letra do "powerbossa":

acorde cedo
jogue pro alto
todas as pedras do seu sapato.

pega o seu celular
tire ele do ar
de uma vez.

entre no carro
vá para bem longe
logo depois
de onde o céu se esconde.

deite na grama
deixe o silêncio, tina (?)

se você pensar e se arrepender
lembre-se que não há nada a perder.

vou jogar tudo pro alto.

largue o emprego
torre dinheiro
não vista roupas o ano inteiro.

invente uma língua
visite singapura

escreva livros como john fante
transe em uma roda gigante
pinte o cabelo
vire do avesso a américa.

se você pensar e se arrepender
lembre-se que não há nada a perder.

vou jogar tudo pro alto.

e imaginem isso com tralalalas e tchururus... é muito bom. as outras músicas tem esse ritmo pop, mas as letras são mais deprês. mas são todas fantásticas. minhas bandas favoritas: luisa mandou um beijo, ludov, casino e agora wonkavision.


 
:: o sorriso de monalisa

crítica é uma coisa foda. todo mundo comentando que era uma versão feminina dos "sociedade dos poetas mortas" e vou eu lá assistir com a vandreza o filme. amo a "sociedade" e julia roberts, mas o filme é bem fraquinho. parece tudo meio afastado. ela mesma, a protagonista, nem se compara ao "oh, captain, my captain". tem personagens interessantes, mas que se perdem em cenas fracas. como sessão da tarde é agradável, mas o falatório todo me deixou com o mínimo de expectativas... mas a trilha sonora é muito boa, principalmente a dos bailes... =)