quarta-feira, outubro 24, 2007
 
:: Apelidinhos ridículos

Quem já lidou com bebês sabe que dar apelidos é irresistível. Bebês são criaturinhas engraçadas e na maior parte do tempo nos remetem a muitas coisas, menos a seres humanos, e portanto é raro que consigam carregar nome de gente sem que isso pareça pretensioso.

Vejam a Alice, por exemplo. Ela tem cara de um bocado de coisas, mas definitivamente não tem cara de Alice, não ainda. E mesmo que tivesse, que tipo de mãe eu seria se a chamasse de "Alice" o tempo todo? Além de ser formal demais, iria soar como bronca, e ela nem tamanho tem pra tomar bronca. Então, enquanto ela for pequetita, vou me virando com esses apelidos carinhosos e fofos e dados com muito amor (ainda que não pareça):

Fauna:
tico-tico
minha passarinha
tartaruguinha (variação: tortuguita)
meu lagartinho
minha minhoquinha fofa (homenagem a um dos filmes da minha vida...)

Descritivos:
minha gorduchinha
zóioazul
banguelinha mais linda
coisiquinha gengivuda
vesguinha querida
carequinha da mamãe

Gastronômicos:
minha rãzinha à provençal
meu leitãozinho à pururuca
meu coxão-mole
meu biscoitinho (esse quem deu foi a Vanda)


O bom de nenê novinho é que eles não entendem, não se ofendem e não reclamam.



terça-feira, outubro 23, 2007
 

:: Eu sou uma índia, sou filha da lua, sou filha do sol

Todo mundo sabe que peito de mãe não tem dono.

A gente passa a vida guardando os peitos dos olhares alheios (a.k.a. regulando mixaria) pra descobrir que, uma vez mãe, o peito cai na roda e se mostra para quem estiver por perto, sem respeitar raça, cor ou credo. Acontece que o peito fica à total disposição nossos filhos, na hora e local em que eles bem entenderem. Azar de quem não gostar - no caso, a proprietária do par em questão.

Comigo começou no pré-parto. A camisolinha semi-transparente do hospital não cobria nada, e dá-lhe visitas de boa sorte. Em vias de parir, a última coisa na minha cabeça era o fato de estar expondo os peitos pras visitas, até porque eu estava prestes a expor coisas bem mais íntimas para pessoas bem menos íntimas.

Quando Alice, com minutos de nascida, veio para o meu colo, veio junto a mão da enfermeira, sem a menor cerimônia (e se tem uma coisa que enfermeiras de hospital não podem ter é cerimônia), pra pegar meu mamilo enfiar na boca da pobre criança. Pronto, perdi os peitos, pensei.

De fato, eles viraram domínio público dali em diante. Precisando, saco a peitarola e faço o serviço onde for preciso. Alice nem sempre coopera e, bobinha, dá de não encontrar o mamilo nas horas mais embaraçosas, adiando por longos minutos a conveniente cobertura mamária proporcionada pelo cabeção.

Some-se isso ao fato de mamilos rachados – e eles racham, viu? – precisarem de ar pra cicatrizar e inviabilizarem qualquer tentativa de se colocar uma blusa, e voilà: eu agora ando semi-desnuda pela casa, tal qual uma índia guarani. Na frente das visitas, inclusive. De vizinhos a amigos de infância, não escapou ninguém. Paguei peitinho na frente de amiga. Namorado de amiga. Pai de amiga. Amigo de irmão. E por aí vai.

É tipo calcinha da Britney Spears: só não viu quem não quis.



sexta-feira, outubro 19, 2007
 
:: Extreme Makeover

Quando o mundo me felicitava por ter um bebê calmo, Alice resolve dar show. Faz 3 dias que ela chora non-stop. O que é muito espertinho da parte dela, porque tá tão bochechuda e irresistível que ganha colinho na hora. Fosse há um mês, quando ainda era magrelinha e parecia o Costinha, sei não...


eu era assim...


...fiquei assim!


segunda-feira, outubro 15, 2007
 
:: A descida do leite

Imagine dormir sobre uma melancia.

Pois é.

Então eu passei a gravidez toda sonhando com o dia em que poderia dormir de bruços novamente, sem o barrigão inviabilizando a coisa.

Aí Alice-melancia saiu de dentro de mim e fui, toda prosa, me virando na cama, pronta pro sono mais confortável da minha vida. E não rolou.

Porque é assim, de uma hora pra outra. Você dorme Carolina Ferraz e acorda Danielle Winits.

Imagine dormir sobre dois melões.

É. Pois é.



sábado, outubro 13, 2007
 
:: Das pequenas transgressões 3

Ter filhos é ter em quem jogar a culpa caso lhe escape um pum na frente da tia-avó do seu marido.

(É claro que isso não aconteceu, gente. É só um exemplo hipotético, ok? Meu marido nem tem tia-avó...)


 
:: Das pequenas transgressões 2

Ter filhos é estimular que façam cocô/pum/arrotão na frente da tia-avó do seu marido.


terça-feira, outubro 09, 2007
 

:: Das Pequenas Transgressões

Ter filhos é poder falar cocô, pum e arrotão na frente da tia-avó do seu marido.



 

:: É bom para o moral!

Ainda falando da episiotomia: eu disse que não se pode fazer nada, mas é mentira. Existe uma medida providencial que, se não resolve o problema, ajuda bastante: almofada de hemorróidas. Aquela com o furo no meio, sabe? Um pouco ridículo, eu sei, mas desconfio que a última coisa na cabeça de uma recém-mamãe que senta de ladinho, anda com peitos de fora e cheira a leite azedo é manter a dignidade.



segunda-feira, outubro 08, 2007
 

:: Pra bom entendedor...

Agora que você, amiga mulher, já relaxou bastante quanto ao parto, vou contar uma verdade pouco dita: parto é brincadeira de criança perto de um procedimento mínimo e infernal chamado episiotomia.

Episiotomia é um corte , pra evitar que a passagem do bebê cause danos maiores (os médicos preferem um cortezinho controlado ao risco de um rasgo descontrolado). Na hora não se sente nada. Já no dia seguinte (e no outro, e no outro, e no outro, ad infinitum)...

Então você anda e dói. Você senta e dói. Você não faz nada e dói. Não bastasse a dor, você fica toda tortinha e ainda se constrange ao explicar pros desavisados onde dói.

E tem mais: o corte fica perto demais dali, sabe? Aí você pensa: Deus do céu, e quando eu precisar fazer aquilo? Então você se entope de mamão e suco de ameixa pra tentar amaciar a coisa. E reza pros pontos não arrebentarem a cada chamado da natureza.

O pior é que não tem o que fazer. Só nos resta sentar e chorar. Opa! Mas sentar não é solução, é parte do problema!

Então, minha amiga, faça como eu: chore deitada. E de ladinho.



sexta-feira, outubro 05, 2007
 

:: Pra quem tem medo de parto normal

O obstetra passou a minha gravidez inteira dizendo que parto normal é uma delícia. “Uma delícia”, assim mesmo, nesses termos. Eu sempre achei muito engraçadinho da parte dele, enquanto homem que nunca passou por isso, fazer tal afirmação. Mas ok: adoro meu médico, achei a intenção nobre e fingi que acreditava.

Aí veio o parto e, adivinha?, foi uma delícia! Anestesia é tudo, minha gente! As contrações vieram vindo suavemente, tipo coliquinha menstrual, e quando a coisa começou a ficar pesada pedi a anestesia e pronto. Tá certo que a dor não é eliminada totalmente (porque a mulher precisa continuar sentindo contrações e fazendo força), mas o anestesista mantém a dor sempre num nível bem aceitável, aumentando a dose de anestésico conforme necessário. Só no final, na hora da expulsão, ele dá uma dose-nocaute, e aí não se sente nada, nadinha mesmo. Portanto, esqueça aquela gritaria que a gente vê nos filmes. Com anestesia a coisa é bem diferente, graças a Deus.

O nascimento da Alice aconteceu numa sala especial para parto humanizado, com banheira, cadeira de parto, visitas à vontade e estrelinhas no teto. CD classudo rolando, as famílias entrando e saindo o tempo todo, o Carlos tranquilão, o anestesista fazendo gracinhas, o médico morrendo de rir. Eu, entre uma contração e outra, ainda fazia a humorista pra não ficar excluída da panelinha de piadistas. Realmente, uma delícia - só faltou a cervejinha!

E pra não me acusarem de omitir os fatos, verdade seja dita: a picada da peridural nas costas é aflitiva. A anestesia dá uma tremedeira horrorosa e te impede de mexer as pernas por horas. A boca seca. A posição é humilhante. A coisa toda dura hooooras, o que dá uma certa gastura. E é isso. De resto, só alegria!



terça-feira, outubro 02, 2007
 

:: Entendendo porque mães são seres aflitos

Atenção: fraldas descartáveis podem se incendiar. Para a segurança de suas crianças, mantenha-as sempre longe do fogo

*OH-MY-GOD*