terça-feira, janeiro 29, 2008
 
:: Meu irmão

Eu poderia usar um bocado de termos para descrevê-lo. Corisco, comanche, folião, crazy-legs, zabibão*, caga-regra, chato pra caralho, legal pra caralho, o melhor dançarino hetero do mundo depois do Michael Jackson (Michael, hetero? Dúvidas, dúvidas...). Mas para termos um ponto nesse post, vou defini-lo assim: meu irmão é aquele cara fácil de se presentear. Tem bom gosto e é transparente, do tipo que traz todas as preferências da vida estampadas na cara (e nos braços, e nas camisetas...). 5 minutos de conversa e tem-se um perfil bem razoável de sua pessoa.

Pois bem. Acontece que ele acaba de fazer 30 anos (parabéns, queridão!). Aniversário alheio sempre me deu uma gastura terrível porque acho dificílimo escolher presente, mas com meu irmão não. Com meu irmão não tem como errar, simplesmente não tem. Então chegou o seu aniversário e todo mundo sabia de algum presente bacana e que fosse a cara dele.

Livros, esse ano, foram 4 - um deles dado por mim, inclusive. São eles: a biografia do Tim Maia. A biografia do Tim Maia. Depois a biografia do Tim Maia e por fim a biografia do Tim Maia. Praticamente um conspiração. E vale ressaltar ainda que uma semana antes do seu aniversário ele não se conteve e comprou, adivinhem, a biografia do Tim Maia!

Então eu percebo que o meu conceito de "fácil de se presentear" precisa ser revisto urgentemente. E me dou conta de que com toda certeza vou ganhar um exemplar da biografia do Tim Maia no meu aniversário.




*do árabe Zabib (ou coisa parecida). Termo muito usado pela minha avó, assim abrasileirado mesmo, fulano é um zabibão, querendo dizer pseudo-sabichão, dono da verdade, metido sem base.


quarta-feira, janeiro 16, 2008
 
::Shrek

O meu primo, aquele, é um cara meio grosso. Amo-o loucamente e ele pode ser uma pétala de rosa, principalmente quando está bêbado, mas em condições normais de temperatura e pressão ele é assim, meio troncho. Do tipo que fala grosso até com bebês banguelas.

Bom, o fato é que a Alice é apaixonada por ele. Ele fala grosso com ela, lógico. Ele a chama de Catifunda e a põe pra dormir enfiada no sovaco dele, e mesmo assim ela é só gengivas pra ele. Aí ele veio com a seguinte explicação para o fato:

- É claro, eu sou o único que não infantiliza a menina. Falo grosso mesmo!

Só pra lembrar, ela está com 4 meses e meio.


domingo, janeiro 13, 2008
 
Alice começou a comer fruta raspadinha. E aí...

- Fala mamão, filha. Ma-mão.

- Não, filha, fala pa-paia. Pa-paia.

- Ma-mão!

- Pa-paia! PA-PAAAIA!

- MA-MÃÃÃÃO!

- PA-PAAAIA!

- MA-MÃÃÃO!

(continua por muitos minutos)


Mamãe e papai se esforçam, mas ela não fala nem um nem outro. Aliás, ela não fala, ponto (diplomacia é tudo!)
. Fica ali, mastigando com as gengivas e alternando cara de alegria com cara de nojinho.

Alice é de longe a pessoa mais madura da casa.



terça-feira, janeiro 08, 2008
 
Férias no Rio.

Veio a Susi pra mim e disse: você é Zanotto, né? Eu li alguma coisa no jornal sobre um Zanotto dia desses, que que era mesmo?

Aí o Jorge: também li, saiu n'O Globo faz uns 2 dias. Acho que era um Zanotto italiano, não um brasileiro. Também não lembro, mas não era coisa boa não.

E a Susi: Não. Coisa boa não era.

Medinho. Que será que que a Zanottada anda aprontando por aí?

Aí esqueci a história e certo dia me cai uma edição do Globo nas mãos. E leio sobre o assalto à Helena Ranaldi e o assalto ao Paulinho da Viola e os tiros que tomou o filho daquele médico lá e os mil assaltos no Alto da Boa Vista (o Cotidiano do Rio é mais mundo cão que o de São Paulo, cruzes!), e aí vêm as notícias sobre o réveillon e eu descubro que Giancarlo Zanotto foi o cara que adiantou em mais de um minuto o início da queima dos fogos em Copacabana. "Não me deram cronômetro, então fui pelo meu relógio de pulso", ele disse.

Quero deixar registrado que não conheço esse senhor, ok? Nem eu, nem meu pai, nem meu avô, nem meu biso e nem ninguém, até nossa oitava geração.