sexta-feira, setembro 26, 2008
 
:: A calça

Já faz um tempinho que eu achei A calça jeans que orna comigo. É um modelo da Colcci, justo mas nem tanto, que faz a mágica de me deixar mais alta e mais magra, e custa um preço ok. Então uso sempre, e quando ela fica estropiada além da conta, eu vou lá e compro outra igual.

 

Pois bem. Fui comprar uma antes de viajar. Achei o modelo, num jeans escuro bem bonito, mas a dita tinha um mar de lantejoulas na bunda - a Colcci tem essa mania idiota de fazer firula, não entendo. Enfim. As lantejoulas são pretas, e isso naquele momento não pareceu grave, no tecido escuro a lantejoula preta some e pronto. Comprei.

 

E hoje fui passear de calça nova. E, dando uma espiadinha no reflexo de uma vitrine (quem mulher resiste a olhar a própria bunda imagem nas vitrines de vez em quando?), notei. Um brilho esquisito na retaguarda. Pontos de luz, que apareciam e sumiam conforme eu andava. Um pipocar de flashes, praticamente. O dia hoje está bem ensolarado, de modo que as minhas discretas lantejoulas negras estavam refletindo raios luminosos pra todos os lados! Às 10 da manhã! Percebem a gravidade da coisa? Estou andando toda fina em Paris, empurrando um carrinho de bebê, enquanto minha bunda pisca para os passantes! Nada pode ser mais insinuante, mais vulgar, mais loira-do-tchan do que uma bunda que pisca. Não pode.


A sorte é que aqui ninguém olha. Pode sair pelada com uma coroa de margaridas na cabeça, que ninguém olha. Ou melhor, olham pras margaridas, porque o povo daqui gosta de uma flor. Pra bunda, neca. Só se for brasileiro. Ou italiano. E nesse caso, olhariam pra bunda que pisca, bunda que não pisca, bunda que rebola, que não rebola, que treme, que não treme…




quinta-feira, setembro 25, 2008
 
:: Dona-de-casa desesperada II



E no meio dessa coisa toda, eu descobri que adoro lavar louça. Amo! 

Porque há todo um ritual que me diverte horrores: depois de um café da manhã cheio de croissants e Nutella (e com uma taxa glicêmica que praticamente me faz sair quicando), eu boto Alice no carrinho, encaixo num canto da cozinha, ligo o som numa seleção classuda e/ou dançante, e me jogo na bucha e detergente. Com direito a reboladas e dublagem de Beyocé usando o batedor de ovos como mic, um verdadeiro espetáculo sensual, às vezes torço secretamente pra ter um vizinho olhando pra não desperdiçar tamanha performance - ok, tenho Alice de testemunha, mas ela não conta, só me olha passada ("aaai mãããe, pára, que ridícula!", ela diria se tivesse uns anos a mais) e dorme em minutos, me deixando sozinha rebolando feito doida. 

Nem ligo. Esses delírios de pop star/sex bomb/popozuda do funk estão salvando meus dias de pacata dona de casa. Adoro!







quarta-feira, setembro 24, 2008
 
:: Dona-de-casa desesperada


O que aconteceu foi que eu tive que virar dona de casa, assim, de uma hora pra outra.  Porque eu sou uma mocinha mimada, admito. Sempre tive ajuda pra um bocado de coisas nessa vida. Então cheguei em Paris pra uma vida de luxo e glamour, e encontrei foi  uma cozinha suja e uma pilha de roupas pra lavar. Na máquina, é verdade. Mas eu, que nunca tinha ligado uma máquina de lavar roupa na vida, apanhei um pouco nas primeiras vezes. E apanhei da lava-louça, do aspirador de pó e dos aquecedores. Tomei uma surra homérica da caixinha de internet e televisão. E tenho tomado uns tapinhas do fogão. De luva de pelica, digamos. Mas mesmo assim é uma vergonha. Eu queria ser cozinheira, gente! Eu fiz cursos, comecei uma faculdade de gastronomia, contei vantagem! A pessoa não pode ter esse background e não saber fazer arroz!

Eu não sabia, quando cheguei. Sabia na teoria, mas a prática nunca funcionou. Então eu botei a culpa na panela, desencanei do arroz e dei de fazer couscous marroquinho, que é facílimo. Mas não se pode viver uma vida plena a base de couscous marroquino, certo? Então insisti, e insisti, e insisti. E continuou dando errado, oh god!

Eu poderia passar o resto do ano comendo baguette com brie, mas tenho um marido pra impressionar. Daí me meti a fazer um jantar de verdade, com vários prato - e pra mim o grande mistério da cozinha sempre foi fazer tudo ficar pronto ao mesmo tempo. Como ando vivendo perigosamente (ha!), inclui arroz no menu. E lá fui eu pro fogão.

Minha gente, era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que eu esqueci do arroz. Larguei ele cozinhando e fui fazer mil outras coisas. Pois foi a primeira vez que meu arroz deu certo. Primeira na vida! Porque foi a primeira vez que eu não abri, não olhei, não provei, não mexi um pouquinho, não aumentei o fogo, não coloquei mais água. O que estragava o meu arroz era essa compulsão louca de ficar futucando em vez de deixá-lo quieto. 

Deixe-o em paz. Esse seria o meu conselho, caso eu soubesse de mais alguém no mundo que não sabe fazer arroz.




segunda-feira, setembro 15, 2008
 
nosso prédio é esse do meio


tanquinho de areia!




quinta-feira, setembro 11, 2008
 
:: Bad Hair Week

Eu vinha achando as francesas muito mudérnas com seus cabelos despenteados. Achei que era uma tendência essa coisa desfiada, com fiapos saindo para todos os lados e gominhos assimétricos escapando do rabo-de-cavalo.

Mas aí, por conta de uma filha pra criar, uma casa pra arrumar e todo um universo infinito que está contido nessas duas coisas, aconteceu que andei pulando umas lavadas de cabelo (não, gente, não pulei banhos inteiros. Não ainda. Foi só cabelo mesmo, por falta de tempo). E descobri que a modernidade tem outro nome: sujeira. 4 dias sem shampoo e eu parecia uma francesinha autêntica, toda descabelada.

***

Sabe aqueles nossos desodorantes "Ação Prolongada, 24 horas"? Tem um desodorante aqui, todo chicoso - da Vichy! - cuja ação prolongada é de 7 dias! Há! Depois o Brasil que é o país da piada pronta... 



terça-feira, setembro 09, 2008
 


:: Já mencionei que estamos em Paris?

jardin de luxembourg


idem


ibidem


a porta do nosso prédio