terça-feira, novembro 15, 2005
 
:: atitude

confesso que é muito difícil deixar isso aqui atuliazado, principalmente neste final de ano. quando penso que é uma forma de organizar minha cabeça, até me empolgo em escrever. mas o fato é que eu não sei organizar minhas coisas. aí eu penso nas meninas e o quanto quero estar próximo mesmo em pensamento... aí volto a escrever.

> capital inicial : aborto elétrico, punk e atitude

eu sou fascinado pela cena musical que precedeu o boom das bandas dos anos 80. confesso que sou um grande admirador do trabalho principalmente da legião urbana. letras sacadas e muito sinceras, apesar de bem down. musicalmente não é nada extraordinário, mas quem disse que precisa ser virtuose para tocar o coração?

o que mais me fascina nessa cena é a vontade de querer fazer as coisas: o do it yourself. brasília não foi a única cidade em que floreceu o punk, mas talvez tenha sido o lugar em que esse modo de vida tenha sido mais sutil. o lançamento de "aborto elétrico" do capital traz de volta algumas questões.

o que mais me surpreende no disco -- embora não goste do jeito que o dinho ouro-preto anda cantando -- é a inocência. as músicas são simples; as letras, pretenciosas. mas tudo chega a ser muito inocente. lembra muito o tempo em que eu mesmo achei que poderia, se me esforçasse, fazer alguma diferença no mundo.

nesse semana ainda, passou na gnt o documentário "punk:atitude" que faz um panorama do movimento que mudou a cara do rock. o documentário chega a ser bem didático quando apresenta os principais protagonistas musicais, mas há uma linha de racícinio muito boa que diz respeito ao hiphop e principalmente ao grunge de seatle. segundo o doc, o grunge não foi um boom, mas a conseqüência de um processo que acontecia no underground. o nirvana não fez sucesso do nada, durante os anos 80, um exercito sem rosto batalhou na cena independente formando um público que recebeu o grunge.

eu trabalho indiretamente com música e uma das coisas que mais sinto falta nesse meio é a formação de produtores culturais. é um fato que cada dia fica mais claro para mim é que os músicos não sabem nada de mercado, administração ou marketing e os empresários não entendem nada de cultura. falta informação para ambos. acho que a cena lá fora também demorou para criar uma cultura que se estabelecesse.

mas voltando ao assunto inicial... gosto da idéia de que todos podem praticar sua arte (senão seria dificilimo viver nesse mundo cão)... o que falta é um pouco de atitude.