sábado, maio 22, 2004
 
:: sex and the city

nunca fui com a cara desse seriado. lembro-me de 3 ou 4 vezes de tentar assistir pelo muito que me recomendavam. acho que resistia um pouco a imagem de que mulheres pudessem ter atitudes que eu julgava muito masculinas. é um pouco a minha visão platônica da mulher. sempre as vejo como heroínas. não consigo, por exemplo, criar uma personagem mulher vulgar.

há duas semanas consegui assistir a dois episódios. e essa idéia de mulher platônica foi se dissipando. percebi que eu resistia era à idéia de que a mulher fosse humano. mulher é vulgar tanto quanto o homem. sofre tanto quanto o homem. ama tanto quanto o homem. é sensível tanto quanto.

as frases assim soltas faz parecer que eu achava que o homem era mais sensível. mas eu pensava exatamente o contrário. talvez a condição da mulher no geral ainda seja muito ruim no mundo. mas vendo "sex and the city" uma nova perspectiva se abriu para mim: a de criar heróis masculinos. acho que eu não tinha coragem de dar a mulher a maldade ou a perfidia própria do ser humano.

para finalizar, sex and the city e outros seriados, independente do público-alvo ou tema, me lembra uma frase do rubem braga que dizia que nesse mundo cada vez temos mais pessoas experimentadas, mas não por isso sábias. a gente experimenta mais e sabe cada vez menos.