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quinta-feira, março 25, 2004
:: Um pequeno empréstimo (Porque nós estamos atravessando um bloqueio criativo, mas pelo menos lemos bons livros!) Trecho de "Ajude-me, Doutor, que não posso dormir", artigo de Eduardo Galeano publicado em 2000 e que está no livro O Teatro do Bem e do Mal Ficará o mundo sem inimigos? Já faz bastante tempo que os Estados Unidos e seus aliados da Otan não fabricam uma guerra. A indústria da morte está ficando indócil. Os imensos orçamentos militares precisam justificar sua razão de ser e a indústria de armas não tem onde exibir seus novos modelos. Contra quem será lançada a próxima missão humanitária? Quem será o próximo inimigo? Quem fará o papel de vilão no próximo filme, quem será o Satã do inferno que virá? Isso me deixa muito preocupado. Estive relendo os motivos invocados para bombardear o Iraque e a Iugoslávia e cheguei à conclusão alarmante de que há um país, um único país, que reúne todas as condições, todas, todinhas, para ser reduzido a escombros. Esse país é o principal fator de instabilidade da democracia em todo o planeta, devido ao seu velho costume de fabricar golpes de Estado e ditaduras militares. Esse país constitui uma ameaça para seus vizinhos, a quem invade, com freqüência, desde sempre. Esse país produz, armazena e vende a maior quantidade de armas químicas e bacteriológicas. É nesse país que se situa o maior mercado de drogas do mundo e em seus bancos se lavam milhões de narcodólares. A história nacional desse país é uma longa guerra de limpeza étnica, contra os aborígines primeiro, contra os negros depois; e esse país foi, nos anos recentes, o principal responsável pela matança étnica que aniquilou duzentos mil guatemaltecos, em sua maioria índios maias. Irão os Estados Unidos se autobombardear? Se invadirão a si próprios? Cometerão os Estados Unidos esse ato de coerência, fazendo consigo o que fazem com os outros? As lágrimas molham meu travesseiro. Queira Deus evitar que se passe semelhante desgraça com essa grande nação, que nunca foi bombardeada por qualquer outra. Eu adoro o Galeano. |
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