domingo, janeiro 11, 2004
 
:: de mulher pra mulher II

Deixa eu explicar uma coisa: a menininha que me deu a rosa não o fez seguindo um impulso sexual devastador, como a Luiza deu a entender. A menininha tinha uns 6 anos e estava cansada, fodida e mal paga. Então ela foi com a minha cara, me deu uma flor e foda-se, não ia conseguir vender mesmo, quase 9 da noite, já que era pra chegar em casa sem dinheiro e apanhar do padrasto, que fosse sem ter que carregar as malditas rosas no caminho de volta.
(Não, eu não paguei pela flor mesmo assim, mais fácil eu tentar revendê-la pra comprar um cafezinho do que pagar por ela, desemprego é uma merda.)

Enfim. O fato é que notei esse fenômeno interessantíssimo: As crianças me adoram, as velhinhas me amam, os pais dos amigos me acham uma gracinha. Tenho essa carinha de menina simpática que cola com quem tem mais de 50 ou menos de 10. Já entre essas idades o efeito é inverso: me falaram que eu tenho cara de metida e/ou malvada. Logo eu!
Acho que são as sobrancelhas grossas que criam essa impressão, aprendi a neutralizá-las usando óculos ou erguendo-as de forma humilde, mas não funciona sempre. E então é isso aí: criancinha me dá flor na rua. Já homem, que é bom...