sexta-feira, dezembro 24, 2004
 
boa tentativa.
até parece que librianos decidem alguma coisa...


 
::Hoje é um daqueles dias em que eu eu me odeio.

Decidi: não quero mais ser libriana.



quinta-feira, dezembro 23, 2004
 
::Não deixe o samba morrer, segunda tentativa.

Hum.

Não dou 3 meses pro Marcio aparecer por aqui falando das pernas e do show da PJ.

(Marcio, PLEASE.)



quarta-feira, dezembro 22, 2004
 
::Brackets

eu achava que nada mais nesse mundo poderia me surpreender, e eis que meu pai aparece usando APARELHO nas unhas dos pés. aparelho fixo, pra desentortar.

é sério.

se me contassem eu não acreditaria.


segunda-feira, novembro 08, 2004
 
::Não deixe o samba morrer

Não dou uma semana pro Marcio aparecer por aqui falando das pernas e do show da PJ.



domingo, outubro 24, 2004
 
:: this is the end, my only friend: the end

bom, acho que acabou mesmo. a última blogada da mari foi em 10 de setembro e o da lu, 9. já caminhamos para novembro e eu me sinto cada vez mais sozinho nesse blog coletivo. acho que já é hora de fehcar as portas, né? até o cotton club fechou as portas.

bjs para todos que frequentavam esse humilde clube!


sexta-feira, outubro 22, 2004
 
:: gasta-se mais nas férias do que trabalhando...

poisé. pensava eu que economizaria alguma grana nas férias. mas não está rolando. vou no shopping ver um lance de um fogão e acabei voltando com dois livros e um dvd... on the road do kerouac e numa fria do bukowski. o dvd é do marvin gaye... foda!


quarta-feira, outubro 20, 2004
 
:: aquisições sebolísticas

já que as meninas desistiram, continuo eu firme e forte mesmo que sejam as minhas desaparecidas companheiras colunistas o atrativo desse blog...

fui ao sebo hoje. olha só o que comprei:

As aventuras do Sr. Pickwick de Charles Dickens : li dickens na adolescencia. oliver twiste. adorei! flui mto bem e dizem q é um dos fundadores do cinema, pq sua narrativa é mto próxima dela. fiquei com saudades ao ver o nome dele ali. e o preço foi bom: 6 reais.

O Grande Gatsby - Scott Fitzgerald. li tb na adolescência o seu "suave é a noite". e tinha boas lembranças do livro. resolvi arriscar esse livro que é baseado num grande produtor de cinema americano. estudei na faculdade. 4 reais.

O pêndulo de Foucault - Umberto Eco . eco é um dos autores que me fascina. li seu "o nome da rosa" e "a ilha do dia anterior". li tb alguns textos academicos na faculdade. esse em questão fazia um tempo que procurava e achei por um preço bom. 12 reais.

Ana em Veneza - João Silvério Trevisan. um achado. estou fazendo uma oficina com o autor e fiquei curioso em ler seu mais famoso romance. o fato é que na livraria é muito caro. acabei encontrado esse volume no sebo. 10 reais.

ainda comprei um livro do snoopy que estou amando. charles schulz é um gênio!


 
:: michel gondry

pois bem: esse é o cara.

baixei um dvd com os trabalhos desse cara e digo: é um gênio. além dos videoclips que dirigiu, também tem making of´s e entrevistas com músicos e com o próprio. alguns clipes que o cara dirigiu: bjork, beck, foo fighters, cibo matto, white stripes, etc... a mariana uma vez me passou um clip que ela achava mto animal. era de um rapper que tinha base funk. o clipe em pb era um jogo de espelhos e construções de planos numa câmera que se imagina sem cortes. adivinha quem dirigiu?

além do mais, gondry dirigiu o "brilho eterno de uma mente sem lembrança". e está lá toda delicadeza de gondry.


 
:: férias

é a segunda vez que eu estou assistindo ao poderoso chefão parte 3 de madrugada na axn. que final é esse, hein? pelamordeus! al pacino está maravilhoso. na cena da escadaria ele representa uma dor tão verdadeiro, tão dramático, que toda vez que assisto, eu choro. penso nas pessoas que me são queridas e nem dou tanta atenção. ai ai...


segunda-feira, outubro 18, 2004
 
:: por que saí do orkut

na verdade, não sei bem.

essa é a segunda vez que saí do orkut e como já voltei uma vez, criei jurisprudência. e não prometo que não voltarei. mas o caso é que não sinto falta mesmo.

o lance legal do orkut é manutenção dos contatos com os amigos. era uma ferramenta para saber como as pessoas estavam indo. uma espécie de dossie do que estava acontece escrito pela própria pessoa. mas depois isso ficou meio chato. prefiro os blogs, são mais tempestuosos.

assim como me senti invadido mtas vezes, me senti invadindo também. fiquei sabendo certas coisas com essas investidas e me achei um puta intrometido. não curti. melhor saber da boca da pessoa.

então, tomem vergonha na cara e liguem! mandem cartas! visitem! troquem sopapos e mandem se fuder com carinho olhando para a cara da pessoa...tesão?


segunda-feira, outubro 11, 2004
 
:: marcelo d2 acústico

marcelo d2 fez algo difícil: fazer com que uma música elétrica (eletrônica) que é o hip hop ficar bom no formato acústico. mas o mérito não está só no rapper, mas também na versatilidade que o samba tem de se adaptar aos gêneros e tecnologias. os pontos altos são exatamente quando reconhecemos o samba sendo flertado pelo hip hop. d2 ainda consegue dar uma energia de palco que não não tem nos álbuns de estúdio. vale apena conferir o cd e tambem o programa (deve sair em dvd).


domingo, outubro 10, 2004
 
:: paralamas do sucesso

das bandas do brock80, os paralamas do sucesso foi aquela que tive menos afinidade. conhecia só os sucessos - que não eram poucos, é verdade. quando realizava um documentário sobre as bandas de brasilia dos anos 80, comecei a prestar atenção melhor a essa banda e esse comecei a ouvir com mais atenção a sua discografia.

sempre achei meio estranho a mistura que os paralamas faz dos vários ritmos, em especial os latinos. acho que minha cabeça não estava preparada para isso, apesar de soar tão bem. lembro-me por acaso da minha professora de língua portuguesa no colegial comentando as letras. dizia ela: ele não é nenhum estúpido, muito pelo contrário.

há dois 3 álbuns que tem prendido os meus ouvidos: severino, 9 luas e hey na na. feitos em épocas diferentes e diferentes entre si, esses discos são da melhor qualidade. o severino dentro da discografia da banda é um experimento. com timbres brasileiros (viola, percursão), letras interessantíssimas e uma arte grotesca, o disco começa com "não me estrague o dia" e o forte refrão "nada justifica essa dor", passa pelo repente erudito na voz de tom zé em "navegar impreciso" para deságuar no "vamô batê lata" que também se tornou o nome do disco posterior "ao vivo" pela energia. depois temos 3 músicas poderosas: a minimalista "dos magaritas" com seu ritmo linear e sua letra escrachada "se eu nunca quisesse quem nunca me quis/ tudo isso me faria feliz"; o rio severino, uma canção com timbre nordestino em que a guitarra distorcida entra como um grito de indignação e a estranha "cagaço".

9 luas possui muitos sucessos, mas quero que atente a belíssima "caroço da cabeça", feita em parceria com o ex-titã nando reis. já hey nana é um dos discos injustiçados dos paralamas. talvez pela pressa em que foi lançado ou pela ofuscação do disco ao vivo anterior que vendeu muito. em hey na na além da podera canção título "depois da queda o coice", temos a sacada "brasília", a desesperada "scream poetry" a moderna "o trem da juventude" e a belíssima "santorini blues". fora os hits "ela disse adeus" e "o amor não sabe esperar".

fica como dica para quem quiser ouvir mais dessa importante banda da história musical brasileira. infelizmente, não gostei muito do último "um longo caminho" apesar de canções como "seguindo estrelas". mas recuperado, espero ansioso pelo novos trabalhos.




sábado, outubro 09, 2004
 
:: tim festival parte 2



eu vou!!! quero ver as pernas e underpants da pj harvey!!! adoro ela!

primal scream para ficar pulando feito maluco!!!

e libertines para ver o que rola...

minhas felicidades são poucas, deixa eu!



sexta-feira, outubro 01, 2004
 
:: tim festival : ó dúvida cruel.

como já foi postado, o tim festival está aí. eu já escolhi o meu dia: 6 de novembro para ver a pj harvey e primal scream. 80 pilas com direito a meia-entrada. se tivesse grana iria ver o brian wilson, libertines e krafwerk. não entendo nada de jazz por isso não vou arriscar uma grana extra.

o primal scream tem uma mescla de rock e música eletrônica, mas diferente do radiohead, eles caminham menos pelo experimentalismo. algumas músicas como swastika eyes e kowalski é de ficar dançando feito louco, outras como jailbird e movin´ on up são para curtir uma pegada mais roqueira. assisti àlguns shows na mtv que me empolgaram. ansiosíssimo.

a pj harvey foi uma grata surpresa. fiquei muito fã dela por causa do disco "stories from the sea, stories from the city". ela canta, dança, toca guitarra, compõe e ainda tem umas pernas lindas. é mulher para casar! pena que o último disco dela seja tão inferior.

os beach boys são mto bons! mas não sei o show do brian wilson terá a energia das músicas deles. o libertines conheço pouco, mas me interessa bastante. e o kraftwerk é muito pela curiosidade de como fazer um show essencialmente baseado em sintetizadores. trabalhei com alguns trilhas em que o kraftwerk era muito usado.

bom, é isso. quem quiser ir comigo, avisa.


terça-feira, setembro 14, 2004
 
:: caracas !!!

saiu a lista das atrações do tim festival!!! e a pj harvey vem para o brasil !!! caracas!!!

DIA 5

Palco Club
Chico Pinheiro / Brad Melhdau / Nancy Wilson

Palco Stage
KID 606 / Kraftwerk

Palco Lab
F.U.R.T.O. / Kinky / Panjabi MC

Palco After-Hours
Soulwax / Cansei de Ser Sexy / 2 Many DJ´s


DIA 6

Palco Club
Mahogany Trio / David Sanchez / Branford Marsalis

Palco Stage
Picassos Falsos / P.J. Harvey / Primal Scream

Palco Lab
Bebel Gilberto

Palco After-Hours
De Leve / DigitalDubs / Bumba beat / stone love

DIA 7

Palco Club
Dave Holland / Birelli Lagrene / Art Van Dame

Palco Stage
A Night with Brian Wilson

Palco Lab
Grenade / The Libertines

Palco After-Hours
Pet Shop Boys / Mau Mau

meninas, sei que é pedir muito nessa vida corrida, mas vamos comigo!!! por favor!!!


sexta-feira, setembro 10, 2004
 
:: Preciso confessar:

Gisele Bündchen sambando na propaganda de sandálias me fez sentir muito melhor comigo mesma.


quarta-feira, setembro 08, 2004
 
:: retirada

queridas,

vou dar uma pausa por aqui. ando com pouca empolgação, triste até. estou dando uma pausa também no parachutes. há muito coisa por lá para vocês também, caso não tenham percebido.

sei que andam com a vida corridíssima também, mas espero que como eu, vocês voltem.

a gente se recolhe para não ser ferido. mas também para não criar preocupação. vou me sair bem, acreditem. me entrego para fazer charme, sempre volto.

espero que os leitores não nos abandonem tanto. passem por aqui de vez em quando. pelo counter vi que a visitação caiu bastante, mas há os que resistem! agradeço.

do mais, amo muito vocês duas. lamento muito não poder demonstrar direito o quanto. se é necessário ser mais preciso, amo o tanto de estrelinhas no céu que puderem enxergar.

beijos!

márcio



sábado, setembro 04, 2004
 
:: momento filosófico

assistia ao provocações da tv cultura que falava de poesia concreta quando ouvi décio pignatari dizer algo que me incomodou deveras. sou admirador dos concretistas apesar de não ter o tino e o amor pelo trabalho.

pignatari disse que se queremos entender o oriente devemos abolir o verbo "ser" das nossas cabeças. o problema ontológico praticamente não existe oriente porque não há a definição do "ser" nas línguas orientais. e todos os problemas (assim como os avanços tecnólgicos até a falta de saído do pós-modernismo) vem dessa raiz greco-romana do verbo ser.

fiquei pensando. o "estar" por exemplo se dilui no tempo e espaço. o "ser" tem alguma dificuldade. os verbos de ação são o que dramaticamente e talvez pra"x"icamente constoem o mundo.

será que "somos" problemas conceituais?



quinta-feira, setembro 02, 2004
 
:: sebos

estou tentando economizar algum dinheiro. alguns centavos aqui e ali, almoço feito em casa, caminhada até o trabalho, filmes de tv e promoções de supermercado. mas não pude deixar de ir a livraria. para não pesar tanto, passei no sebo do messias. se você tiver um pouco de paciência, encontra coisas ótimas com preços módicos. o pó não faz bem para o meu nariz, mas as histórias pedem para ser lidas. acabei fazendo boas compras.

tenho alguns critérios quando vou ao sebo. normalmente estou a procura de algum livro já com algumas edições. dificilmente acha-se livros quase novos a preços convidativos. nos livros antigos, procuro por alguma edição bem cuidada para que não esfarele na minha mão. capa dura é uma boa. além disso o fator preço versus raridade também é importante.

o primeiro livro que peguei foi "dias e noites de amor e de guerra" do eduardo galeano, um dos cronitas prediletos ao lado de rubem braga. é uma edição de bolso ainda muito nova que consegui por 6 reais. o formato é muito atrativo pela praticidade e pensei em como seria bom se o "caderno" fosse assim. me diverti deveras durante uma primeira vista que dei no livro quando estava no ônibus.

o outro livro foi "a casa da paixão/ sala de armas" da nelida piñon. sou totalmente ignorante sobre os textos dela. o que conheço vem de antologias. a edição é em capa dura do "circulo do livro". a diagramação não é boa, mas o preço foi: 7 reais. comprei pensando na tereza que gosta muito dela se não me engano.

na outra estante peguei dois livros de uma mesma autora. "jazz" e "amada" de toni morrison. sempre fui curioso por essa escritora americana. em uma entrevista achei-a uma mulher forte. tenho boas perspectivas de leitura.

encontrei essa edição da abril do "santuário" do faulkner, um escritor que estou descobrindo agora. fiquei feliz porque é um exemplar em boas condições, capa dura e só um pouco amarelada. vou guardá-lo para as férias, preciso acabar "o som e a furia" antes. aliás recomendo.

e finalmente "o deus das pequenas coisas" de arundhati roy. desde seu lançamento esse livro me despertou curiosidade. o título já me é encantador. por seu um título relativamente novo o preço não foi tão bom. paguei metado do que pagaria numa livraria, mas ultimamente estou com coceirinha por autores novos, vivos, que se possa acompanhar a carreira, sabe? esse é o primeiro livro dessa indiana e pela olhadela me parece bom.

e essas foram as minhas aquisições do mês. tenho mtos livros na estante que esperam para serem lidos e essas compras só aumentam a fila. mas tê-los a mão me alenta um pouco esses tempos tão difíceis. se alguém já leu algum desses, avise-me que podemos conversar sobre.


quarta-feira, agosto 25, 2004
 
:: novembrão é nóis no dvd

adivinha quem vem para o brasil em novembro!
adivinha!
adivinha!
primal scream!!!
juntando dinheiro desde já!


terça-feira, agosto 17, 2004
 
:: E vai rolar a festa!

Vou discotecar sábado, dia 21/08!

Estou tensa!

Entrem no link pra ganhar desconto, apareçam por lá e aaaaamem o som!

www.engnovo.com.br/festanagranja


sábado, agosto 07, 2004
 
::Blogada apelativa pra vocês se comoverem e me perdoarem por ter desaparecido.

É, ando sumida mesmo. Estou envergonhadíssima pelos canos que venho dando nos meus amigos, mas peço a compreensão de todos para esse momento meio torto da minha vida.
Tenho passado meus dias num estado de sono patológico, preguiça cavalar e mau humor senil. Não tenho mais idade/paciência/saúde pra tomar trote de adolescente abobado. Bixete forgada é a puta que pariu, tô acordando às 6 e meia da manhã, cacete! Vai jogar tinta no cú da senhora sua mãe! Não, simplesmente não dá, tolerância zero.
E aí tem a tal faculdade de gastronomia. Por enquanto, só aula teórica. Mas me fizeram comprar um uniforme anti-chamas, o que me assustou um pouco. Não sei se estou gostando. Muito caro, muito longe, muito cedo pra mim. Curiosamente, o momento gastronomicamente mais feliz dos meus dias é a hora das rosquinhas na estação de trem, já que não tenho mais dinheiros para comprar comida de gente.
Além disso, tomo choques diariamente nas portas da MTV. Meus pais estão chatos. Meu cachorro idoso anda largando dentes por aí. Essa semana eu tive que assistir TODOS os clipes do Ricky Martin. A vida realmente não está fácil.

Mas...
(só pra provar que eu não sou amarga):
Ando rindo muito ultimamente. E ouvindo coisas sensacionais: Movin' on up, do Primal Scream (levada meio gospel, indicação antiga do Marcio que só agora eu conheci), Fell in love with a boy da Joss Stone (francamente, deixou White Stripes no chinelo...) e Dama Tereza, do Sabotage (samba-rap do mais alto gabarito - e, se não me engano, bem antes do D2). Recomendo.

Enfim, é isso. Vou tentar voltar a aparecer por aqui com freqüência, mas não sei se consigo. Além da falta de tempo, peguei um certo bode de computador. Daqui a pouco passa...



segunda-feira, agosto 02, 2004
 
:: argumento

tá legal eu aceito o argumento, mas não me altere o no-scrubs tanto assim. olha que a rapaziada está sentindo a falta de uma luiza e de uma marim.

já faz mais de um mês que a mariana não posta. a lu então nem sei.

duas horas da manhã, contrariado espero pelo seu post. vou subindo o morro sem alegria, esperando que amanheça o dia. qual será o paradeiro daquela que até agora não voltou? eu não sei se voltará, ou se ela me abandonou.

vou desencanar do samba e ir toma groselha até as garotas resolverem dar as caras.


sexta-feira, julho 30, 2004
 
:: show do ludov ao vivo via web

o show do ludov e autoramas no centro cultural sao paulo (19h, sabado, 31 de julho) serah transmistido ao vivo na web. quem nao mora em sao paulo ou nao estiver por aqui, utilize os links para ouvir.

a transmissao estah em fase de teste, quem puder, por favor, me fale como foi a transmissao (qualidade, drops, etc), desde jah agradeco!



os links estarao disponiveis a partir das 18h30...



domingo, julho 25, 2004
 
:: sobre a vitória do brasil na copa américa

ok, ganhar da argentina é legal. mas esse jogo foi muito mais engraçado do que emocionante. o brasil jogou péssimo. o que é aquele edu? era bolão para frente e bumba meu boi!!! a argentina era bem mais time e merecia ganhar e tal, mas o episódio de hoje foi muito hilário.

primeiro que empatar nos descontos é uma coisa ridícula. o segundo gol do brasil, quando a argentina já tava toda feliz comemorando o campeonato, foi o maior balde de água fria que eu já vi no futebol. fiquei com dó dos argentinos, nossa, muita dó. os caras não ganham nada faz 11 anos e estavam com o time principal. e eram muito mais raçudos que os brasileiros (inclusive, esses brasileiros tiveram a parrocha de usar uma camiseta branca quando ganharam). segundo: puseram o camisa 10 deles chutar o primeiro penalti: ridiculo. o cara pode ser um craque, mas só tem 20 anos e acabou de tomar uma fria com o gol no final. o técnico foi muito burro.

a argentina chorou, pessoal. é uma cena muito triste... eu ri, mas deu vontade de chorar. um grande melodrama. dont cry for us, argentina.

p.s. não esqueçamos que os caras vão para as olímpidas e nós, não.





sábado, julho 24, 2004
 
:: mari do volei


fernada e mari


estava eu ainda empolgado com o volei masculino brasileiro ( com a seriedade e talento, óbvio) quando começo a ler notícias sobre o feminino que também vai muito bem. assisti a um ou outro jogo e estava pensando que o bailado do masculino é bem mais legal ( dar porrada em cima dos italianos, sérvios e montenegrinos é muito divertido) quando deparei-me com a seleção feminina enfrentando o japão. de primeira, tive vontade de torcer para o japão já que a seleção brasileira já está clasificada para as finais e é mais time. foi quando essa jogadora, a mari, me chamou a atenção.

a mari tem um jeito meio de metida, mas não é poser. passa um frieza que dói no coração. e a garota é muito boa atacante. no jogo contra cuba, virou a maioria das bolas. fernanda venturini em apuros: é bola alta na ponta para a mari.

para dizer que não virei paga-pau, vou falar que virei fã. e tenho dito.


 
:: jamie cullum

havia lido qualquer coisa em algum site sobre esse cara. algo como "jamie cullum: pop ou jazz?" como ando mexendo muito com música e principalmente a mistura de gêneros, esse nome ficou guardado em mnha cabeça. há dois meses atrás, assisti à uma apresentação dele no multishow sem saber ao certo que era ele. pensei: caracas, quem é essa cara que tem um piano tão cativante e uma voz com frescor do bom pop? foi uma surpresa ao saber que era o próprio cara que havia lido.

baixei então os dois álbuns: pointeless nostalgic e twentysomething. os dois são muito bons, embora o último seja muito bem mais trabalhado. o piano de cullum não tem vergonha de fazer a "baixaria". normalmente, a gente só ouve do piano as notas agudas enquanto o próprio baixo dá conta do resto. cullum viaja por todas as oitavas e flerta harmoniosamente com todos os instrumentos.

o romantismo de cullum é estranho ao som pop do que é produzido hoje. é mais para a dança a dois do que para o sexo, mas não se enganem: o som de cullum é sensual e não erótico (i could haved dance all night).

nesse momento da minha vida em que o romantismo pop se esvaziava de meu espírito (andava avesso a esses discursos e não estava muito a fim de revisitar os clássicos), jamie cullum dá um novo fôlego e sinto que vou me divertir muito.

p.s. tirando as músicas de trabalho, ouçam "wind cries mary". um canção bem ao bom estilo americano.


domingo, julho 18, 2004
 
:: tetracampeonato na liga mundial de volei masculino

pq não colocam o bernadinho como tecnico da seleção de futebol? eu estava vendo uma matéria sobre o jogo de hoje e o cara sabia tudo dos adversários. sabe quando vc percebe que o cara estudou? e o cara ainda tem pachorra de falar que se comemora só naquele dia pq amanhã a cabeça é nas olimpíadas ! vai ter humildade assim lá na...



 
:: paulinho da viola - meu tempo é hoje



faz um tempo que eu quero escrever uma resenha sobre esse documentário. assisti faz quase um mês e estou encantado.

o documentário tem algumas coisas que me irritam como filme, mas que não estragam o tema que é a obra de paulinho da viola. talvez os mais conhecedores sintam falta de alguns detalhes ( eu não sou conhecedor e senti ), mas o filme é uma ode ao bom samba. conhecer algumas intimidades do compositor dá uma universo maior às músicas que conhecemos. por exemplo, essa mania de arrumar ou reformar coisas antigas nos revela um paulinho da viola artesão, cuidadoso com detalhes práticos e não aquelas firulas estéticas.

há umas coisas estranhas como "posar" para fotos ou as gravações de algumas músicas que soam apenas videoclips. senti falta de uma melhor relação entre esses detalhes intimos e o fazer do compositor.

para mim, o melhor do filme é esse mergulhar em rodas de samba (na verdade, não é qualquer roda de samba). eu não tenho cultura de samba além de discos e leituras. tenho um ou outro conhecido que realmente é do samba. a felicidade é ver que os personagens desse mundo são tão simples e ao mesmo tempo cheios de vida (o que é aquela caixinha de fósforo na mão de elton medeiros ou mesmo as histórias de zé keti ? ). lembro dos feirantes da quarta-feira perto de casa ou da moça da limpeza que conhece todos os sambas do cartola ou da cara de um menino que toca cavaquinho e ficou maravilhado ao ver uma guitarra elétrica ao vivo.

outro ponto alto é quando paulinho da viola fala sobre a portela e "foi um rio que passou em minha vida".

o tempo de hoje nos revela maravilhas.


 
:: wonderfalls

está passando na fox, quinta-feira às 21hs, a ótima série "wonderfalls". o enredo é meio surreal: uma mulher "loser" que trabalha em niagara falls como vendedora do nada começa a falar com objetos inanimados que lhe invocam uma missão (normalmente para ajudar alguém). não tem nada a ver com destino como é sugerido nas chamadas. é uma heroína que tem realizar sua missão. até aí tudo bem. o engraçado da série, no entanto, é que a nossa heroína é uma anti-heroína: chata, ranzinza e de índole duvidosa. aparentemente ela só quer se livrar das vozes e não realizar a missão.

acho que já falei de uma outra série chamada "dead like me" que tem outra personagem interessantíssima. o que gosto nessas séries, apesar do tom adolescente, é o humor duvidoso e uma certa subversão na "saga do herói". no último episódio de "wonderfalls", jaye, a protagonista, deveria fazer com que uma jornalista investigativa escrevesse uma matéria sobre uma geração perdida -- supostamente jaye é um símbolo dessa geração -- e a tal jornalista simplesmente se acomoda como jaye o faz na vida. ao invés de jaye fazer acontecer algo que faça a tal jornalista escrever a matéria e assim prosseguir no jornal, a nossa protagonista simplesmente escreve a matéria e envia. e todos cinicamente continuam suas vidas.

assim parece uma dramaturgia simplória. mas assistam à reprise para ver que nós é que temos a mania de saga do herói. a brincadeira está em frustrar expectativas de forma muito engraçada.

tenho uma queda por personagens assim. podem não vencer na vida, mas se aproximam de nós pela semelhança e pelas imperfeições.

e ela conversando com objetos é muito hilário.


quinta-feira, julho 15, 2004
 
:: aracy de almeida

uma das grandes vantagens de se trabalhar num centro cultural que tem uma discoteca riquíssima é a quantidade de estórias que um lugar desses pode contar. um dos programas que acompanho a produção vai falar de descobertas feitas pelos técnicos que estão digitalizando parte do acervo de disco de 78 rpm, os dois muito jovens.

e ambos concordaram que uma das maiores divas brasileiras injustiçadas era aracy de almeida. para eles, foi uma revelação ouvir aquela jurada do silvio santos -- chata como só ela pode ser -- interpretar as lindas canções de noel rosa. eu ouvi muito pouco ainda, mas estou curiosíssimo.

na minha cabeça há também aquela figura engraçada da televisão, nunca imaginei a aracy de almeida como intérprete do calibre de nora ney, carmem miranda ou mesmo elis regina. talvez o silvio santos tenha feito um deserviço para memória da música brasileira.

fiquei pensando que há muitos injustiçados na história. talvez haja muito mais heróis por aí do que imaginávamos. eles apenas ficaram esquecidos pelas desavenças do tempo. mas uma vez ou outro a história tenta corrigir seus erros dando uma segunda chance. aconteceu com cartola quando foi redescoberto na década de 70. sorte nossa, porque ele pode assim gravar e compor seus sambas. talvez o meu serviço seja uma gota no oceano, mas fico feliz de falar de aracy de almeida como grande intérprete da música brasileira.

na humildade dessas epifânias esparsas a gente vai recuperando a história aos poucos.


 
:: os blogs

saiu na folha de são paulo de segunda-feira, no caderno de informática, uma matéria sobre fotolog, blogs e afins. interesso-me pelo assunto já há algum tempo e tenho pretensões de fazer um mestrado sobre o assunto.

a ferramenta blog é muito prática para quem quer publicar coisas na internet. essa facilidade molda de certa forma a linguagem. tanto é que normalmente os blogs são diários virtuais com linguagem internética. não esqueçamos também que os templates funcionam como linguagem visual própria de cada blog.

quando descobri o email, tinha o hábito de mandar para um grupo de amigos os meus escritos. quando adotei o blog pude abrir para um leque maior de pessoas. mas confesso que o teor dos escritos mudou segundo o público. mas continua sendo extremamente pessoal. através dos arquivos, os leitores podem perceber as mudanças de estilos e temas.

leio blogs tanto quanto os livros. há nos blogs um sentimento de coisa contemporânea. os extremamente literários me irritam um pouco porque soam metalingüísticos demais, mas alguns com um conteúdo mais pessoal são extremamente interessantes e reveladores. não sou ousado o bastante para dizer que é uma nova forma de literatura, mas posso dizer que se há literatura em tudo isso, esse blogs ajudam a trazer a arte de volta para a vida, a arte no fazer cotidiano.

sempre tive a angústia de que os autores que gosto estavam todos mortos. parecia que eram poucos os que vc poderia acompanhar a carreira. hoje acompanho alguns blogueiros que influenciam deveras nos meus projetos. dá uma sensação de incerteza do futuro, mas também dá uma emoção de que o mundo caminha.

alguns autores de quem gosto bastante: roberta tostes, cecília giannetti, ana paula mangeon, priscilla martinelli, cristiane conti, etc...

p.s. tudo isso para dizer que sinto um descompasso meu com o que está sendo produzido...



quarta-feira, junho 30, 2004
 
impressão minha ou tá rolando um bode generalizado aqui nesse blog?


 
sabes que vou partir
com os olhos rasos d´água
e o coração ferido
quando lembrar de ti
me lembrarei também
desse amor proibido
fácil demais fui presa
servi de pasto em tua mesa
mas fique certa de que jamais terá o meu amor
porque não tens pudor...


é isso! fui! beijos para todos... nos vemos por aí!


segunda-feira, junho 21, 2004
 
Parabéns, Lu!
Parabéns, Marcio!


Acabo de constatar que vocês ensanduicharam o aniversário do Chico Buarque, o que deve dar uma sorte louca!!!

Beijos, queridos, tudo de bom pra vocês!




quinta-feira, junho 17, 2004
 
:: luiza

faz um frio danado nesta cidade estes dias. disse-me o barbeiro que só havia sentido frio assim em dois momentos de sua vida: quando abriu o estabelecimento e quando um acidente de carro quase lhe amputara um braço. estava eu sentado em sua cadeira vendo a mudança que estava fazendo nas madeixas. pedi com 90% de certeza: "tira tudo!" sua experiência considerou os 10% restante e ele começou a negociar comigo. acabei cortando metade. mas com o frio como se negocia?

ele costuma ouvir uma rádio quase exclusivamente de canções dos anos 80. lembrei-me de você. nem tanto pelos 80, mas pelo fato de estar tocando um rádio num som quase despercebível. a gente conversava sobre o frio e eu lembrando da sua voz e essas expressões que você vai pegando por aí e reinventa. ia comentar com ele: "eu tenho uma amiga que trabalha em rádio". mas o que dizer depois? ele muito experiente sabia levar uma conversa. deixei.

dentro das minhas preocupações que corriam paralelo a conversa, ocorreu-me que este mês não ando bem das pernas financeiramente. ano passado, lembro-me de ter lhe dado um livro, talvez henry james, talvez austen, não estou certo. esse ano provavelmente só vou ligar e tentar dizer o quanto é importante mas sem conseguir com a eficência preterida. gosto do meu barbeiro porque a eficiência, para ele, está diretamente ligada a uma boa sessão de corte, num bem estar espiritual para ambos, tesoura e capilares. talvez não seja o melhor, mas pensei em escrever um texto, esse texto aliás.

talvez eu veja o meu barbeiro mais que a você. já o conheço há anos. antes eu tinha um cabelo desgrenhado. comecei a gostar do meu cabelo depois que o conheci. com você acontece algo parecido, desde que a conheci gosto mais de alguma coisa em mim que não sei bem o que é. vou me lembrando das pessoas aos poucos, esquecendo também. saudade é manufatura em excesso hoje em dia. tinha que baixar o preço.

pago o barbeiro. ele guarda sem contar, já havia me agradecido muito antes, a partir do momento em que entrei no seu estabelecimento, em cada tesourada, penteada, vista precisa. sabe que vai me rever no mês que vem. e eu, quando a reverei? nesses dias frios a gente sempre encontra motivos para ficar em casa, nos resguardar para dias melhores, quentes talvez. o barbeiro diz:

-- esqueceu o casaco !

penso que é até uma boa idéia. vou-lhe dar um casaco, luiza.

p.s. feliz aniversário adiantado!


quarta-feira, junho 16, 2004
 
:: 2 discos





disse-me uma amiga que antes de eu partir dessa para uma melhor, tenho que acabar a "porra" do livro e ter esses dois discos. só falta a "porra" do livro. perguntei: "e o lance de ter filho e plantar uma árvore? ". ela retrucou: "para quê? o mundo é um moinho."

ah, tá. =)



 
:: pixinguinha

talvez o choro -- muitos dizem que o termo chorinho é errôneo -- seja o gênero brasileiro mais sofisticado que há. sempre tive essa impressão, mas nunca pensei de forma clara. ouvindo algumas gravações antigas, principalmente desse tal "pixinguinha", anda difícil falar o contrário. um exemplo é a genial "lamento" que talvez seja o choro por excelência. se quiserem ver o talentoso saxofonista dando uma das suas na flauta baixem "urubu malandro".

sou muitas vezes avesso à sofisticação. gosto de coisas simples. mas é que esse choro bateu forte no meu coração.

historicamente, o choro se desenvolveu concomitantemente com o jazz americano. é diferente da bossa nova que teve influências fortes de um jazz já consolidado. o choro é primo do samba também. há o pandeiro lá marcando o ritmo e dando as suas. e há o cavaquinho mesmo que o bandolim e a flauta sejam os timbres mais comuns.

choro é legal. roubando de cartola: disfarça e chora.

p.s. num momento de total chapadez -- estava cheirando tinta que vinha dos subsolos do centro cultural -- percebi o quanto style é pixinguinha (vide foto). e a galera de hoje precisa de tatuagem e piercing... ê laiá! =)


segunda-feira, junho 14, 2004
 
:: orkut

galera, deletei-me do orkut. o fato de ser impopular não é tão legal. e parecia que amigo era para fazer número.


 
:: os dias dos meus cansaços

assisi a um programa da cultura chamado café filosófico. não é dos melhores, mas como filosofia sempre me atraiu, não pude deixar de assistir à palestra da filósofa maria tiburi sobre a tristeza. gosto muito dessas questões conceituais e esse em especial me fez questionar alguns termos como melancolia, depressão, a própria tristeza e o inverso disso: a alegria, a felicidade e o bem estar.

ando um pouco desempolgado com as coisas. preciso de férias. faz tempo que eu não me sentia assim. normalmente, invento algo para me empolgar, porque a vida é basicamente isso: invenção e empolgação. pelo menos para mim. é meio esquisito não conseguir articular nada e não ter empolgação alguma. talvez seja um momente de análise, de questionamento das coisas que já fiz. é preciso um retiro, talvez, para organizar todas as idéias caóticas que tive durante esses anos. sei que não parece muito, mas os poucos que me acompanham com alguma aproximidade tem idéia por onde minha cabeça anda. talvez ela queira voltar para casa agora.

estou estruturando uma história mais longa que o usual. juntando os montes de esboços, rabiscos e estruturas, vejo-me numa encruzilhada. sei que todos esses pedaços podem ser uma coisa só e sei também que dizem algo que na época gostaria de dizer, algo a cerca de estilhaços e a imperfeição de repará-los, mas uma tentativa no fim alegre, talvez esperançosa. vejo tudo isso nessas folhas rabiscadas e posts antigos. mas não sei se é o momento de fazê-lo. quero muito ter um projeto de vida e me sinto bastante preparado para isso (muito por causa da enorme quantidade de material e não tanto pela empolgação). mas estou cansado. e esse cansaço me dá tristeza.

acho que esse post é meio inútil e estive quase para deletá-lo. mas talvez encarando-o assim, possa me dizer algo.




sábado, junho 12, 2004
 
:: os versos

desde que parei com o parachutes para me dedicar a escrever uma história longa ando revisitando as coisas que escrevi. e puxa vida, escrevi muita coisa. 70% é bem imprestável devo admitir, mas 30% tem lá seu encanto. li alguns versos antigos -- abandonei os versos pela falta de síntese -- e percebi que era bonito estar apaixonado. normalmente eu escrevia versos quando estava apaixonado. tem gente que corta o cabelo, tem gente que compra roupa, tem gente que emagrece, tem gente que vai aprender um instrumento, eu escrevia versos quando estava apaixonado. e eram coisas extremamente pessoais e cheias de referências internas. sempre achei que eram pedantes, mas agora nem os acho tanto. talvez porque estivesse apaixonado e evitasse dizer essas coisas em conversas ordinárias por achá-las extremamente irritantes.

a linha de teu nariz, conjunção de teus olhos e olheiras.
as sobrancelhas que esperam e o cabelo que cai.
algumas planícies saturadas em cor até o teu sorriso.
o teu sorriso que está a revelia, terra-média.
longe e quase só. estica o canto da boca até próximo das orelhas
e ouvirá elogios.
esses lugares que parecem bases de lançamento de foguetes,
porque estão todas próximas às estrelas.


acho que o trauma de tantos ressentimentos e mágoas me tirou um pouco a coragem de escrever versos. acabo me achando extremamente tolo quando me pego escrevendo: "ih, o márcio está escrevendo versos. deve estar apaixonado..." e depois todos esperam os versos tristes da incompletude e a volta para a prosa.

amiga, é isso que dói: a alma.
a gente imagina mil pilulas coloridas que possam compensar,
mas nunca é suficiente; nunca basta para cessar completamente
essa dorzinha.

a gente inventa música e letra para querer representar
mas sempre faltam detalhes
aí a gente monta cd's e antologias
pensando que representará plenamente a dor.
mas no fundo é só uma colcha de retalhos.

amiga, é a alma que vai doendo diferente
por dia e tem dias que a gente esquece
porque a dor dá tréguas mas não perdão.
e vamos esquecendo,
inventamos os vários tipos de analgésicos
e suportarmos mesmo sem eles
porque antes de tudo podemos aliviar a de outros.


talvez eu não seja muito feito para escrever versos mesmo. a prosa acaba sendo o melhor viveiro para as almas famigeradas. o verso sonha e eu cansei um pouco de sonhar demais.

penso se a nossa vida não é sonhada por demais,
se ela está se liquefazendo de tantos planos e invenção.
se ela é uma grande fuga dos reais problemas do dia-a-dia.

esta vida sonhada
em que há sempre uma trilha sonora,
em que há poesia em cada palavra,
em que há drama em cada ação,
em que me aproprio dos conceitos e normas
e os faço mais divertidos,
em que há tanta esperança,
mas tanta,
que se desconfia.


talvez não tenha desistido de escrever versos. o dia de hoje é para escrever versos. espero que todos que possam escrevam o quanto podem as coisas que transbordam a cabeça e o coração.

sonhei que sabias quem eu era
e que tinhas segurado as minhas mãos para me dizer
que, apesar de tudo, não era de teu interesse julgar.
sonhei que sabias quem eu era
pois era uma condição do amor pleno.

se o amor fosse uma idéia, talvez não sonhássemos
com tanta freqüência. porque não necessitaríamos
de tanto tempo para compreendê-lo, em vão.
sonhei que o conhecimento era uma forma de amar.

e se tivéssemos um guia prático,
ainda gostaríamos que fosse absurdo
abusar de tanta técnica e resultados.
porque o bom amor está à revelia
de sua total realização.

talvez, o amor esteja na estrutura
simples de um gesto como um beijo,
um abraço,
olhares,
e no sono justo para alguém que trabalhou o dia inteiro.

ou talvez no simples desejo que fosse perfeito.

feliz dia dos namorados a todos !


sexta-feira, junho 11, 2004
 
:: a procura da batida perfeita _ preciso me encontrar + cartola

estou começando essa coluna chamada "a procura da batida perfeita" roubado descaradamente da música do marcelo d2. a idéia dessa coluna é simplesmente falar das músicas que acho fodonas. dessas que fodem o coração e destroem a precisão do conceito do que é perfeito. tenho um jeito meio literário de ouvir música. por isso devo falar mais das letras que das próprias canções.

a primeira música é a "preciso me encontrar" de candeias. conheço somente duas versões para ela, uma com a marisa monte e outra com o próprio cartola. essa música resume tudo que eu acho de bom no samba: música simples, letras ainda mais, sincero e aquela tristeza alegre ou alegria triste.

penso em muitas coisas quando ouço essa música. acho que me dou melhor ou pelo menos tenho uma relação mais intensa com pessoas que tem essa camada de tristeza. penso nelas quando ouço essa música. de repente, me dei conta que o cartola fez há muito tempo o que muita gente tenta agora: dizer que está perdido, mas que não perde a fé de se encontrar: "sorrir para não chorar", quer coisa mais representativa do samba? pelo menos é a coisa que mais gosto nele.

Deixe-me ir, preciso andar,
vou por aí a procurar,
sorrir para nao chorar.
Quero asistir ao sol nascer,
ver as aguas dos ríos correr,
ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer, quero viver,
Deixe-me ir, preciso andar,
vou por aí a procurar,
sorir para nao chorar,
Se alguém por mim perguntar,
diga que eu só vou voltar,
Depois que eu me encontrar.
Quero...



segunda-feira, junho 07, 2004
 
:: Hino da cafajestagem

Não se enganem com a cara simpática e bonachona do Jorge Aragão, aquilo ali esconde um macho muito do safado.

Saca só:

Eu não tô com bala pra sair com a Chica
Pra sair com a Chica tem que tá sarado
Eu tô mal dormido mal alimentado
Tomei um negócio tô meio chapado

Mas eu disse a Chica tudo o que eu queria
Tirei uma onda de apaixonado
Eu não ando bem com a dona Maria
Falta mixaria pra eu sair ralado

Chiquinha não sabe que eu sou de terreiro
Malandro maneiro e bom pegador
Na linha de frente eu sou artilheiro
Sou um bom parceiro no jogo do amor

Não posso dar mole não vou pagar mico
Queimar o meu filme não posso jamais
Porque minha fama passou da fronteira
Pra dar de madeira tem que tá com gás

Eu não tô com bala pra sair com a Chica...

Chiquinha não pode ser mal trabalhada
Moleca levada pode debochar
E até colocar o meu nome na praça
E só de pirraça querer me quebrar

Malandro cabeça não marca bobeira
Marquei sexta-feira no mesmo lugar
Vou dar um sacode tipo de primeira
Eu tenho um pandeiro e um nome pra zelar


Canalha!


domingo, junho 06, 2004
 
:: aurora

fala sério! domingão e eu aqui trabalhando... o que a gente não faz por uma graninha extra... ê laiá! pelo menos fiz um programação para rádio interna daqui boa para caralho (para mim, é claro). tem portishead, aretha, blues brothers, cartola, grandaddy. se alguém reclamar eu vou dizer: num fodi, hoje é domingo.

fiz uns 2 litros de café para poder agüentar até às 6 da tarde. tenho que digitar uns relatórios e preparar um material para um workshop. amanhã o diretor do ccsp vai dar uma olhada no site da rádio. quem quiser ver em primeira mão acesse:

http://www.centrocultural.sp.gov.br/radio/radio.htm

mas não espalha ainda. está em fase de teste e tem que passar urgente por uma revisão.



quinta-feira, junho 03, 2004
 
:: sidney bristow

eu casava. juro por deus. sidnei bristow é meu tipo de mulher. inteligente, com várias habilidades, pós-graduando em literatura, linda de morrer, lábios hipnotizantes, aquela angustiazinha existencial que dá charme e olheiras, vários tipos de cabelos, vários tipos de vestidos, dança, canta, luta várias artes marciais, é agente-dupla e tem um sorriso arrebatador. ai ai... =)










 
:: adalgisa

a arquitetura na cidade de adalgisa tem a virtude de ser invisível. há, sob as ruas, engenhosas galerias não só para o escorrer de males e chuvas, mas também caminhos para se fugir. em adalgisa, o significado de fuga transcende a mera covardia usual. muitos usam como um repouso mais longo ou o tempo ideal para as massas de pães crescerem.

nas galerias fugidias de adalgisa há janelas que dão para a superfície.

na parte mais próxima do céu, adalgisa parece uma cidade comum a não ser pelas galerias vistas das janelas do chão. o povo chama esses fluxos expostos de riochetes e os sábios os utilizam em metáforas sobre o tempo que passa, que tudo enfim, passa.

mas como podemos ter a consciência da arquitetura invisível de adalgisa? assim como os átomos e o infinito são comprovados pela inexatidão das evidências, adalgisa está nos sorrisos e espantos de seus moradores que se encontram e desencontram pelas ruas e galerias da cidade.

adalgisa não é sorriso, mas se constroe de.

publicado também no parachutes.


segunda-feira, maio 31, 2004
 
:: yoshimi battles the pink robot

para quem não sabe esse é o nome do último disco da genial banda the flaming lips. uma amiga me contou a história: yoshimi é a vocal de uma banda japonesa ainda mais louca que o flaming lips, mas louca mesmo, quase minimalistas. o vocal do flaming lips gostou tanto da garota que resolveu fazer um disco inteiro para ela.

o disco é uma belezura só. começa com a linda "fight test". parece trilha sonora de desenho animado futurista. quem quiser assistir aos clips em flash, entra no site da banda ( http://www.flaminglips.com ). a banda remasterizou o disco para o DVDAudio, um formato que vai revolucionar a já básica esterofonia. São 5 canais de doidera. Quem ouviu fala que é muito foda.

recomendo o disco normal. estou ouvindo agora.


 
:: tarde vazia

O problema nem é tanto o frio.
O problema é que anoitecer às 3 e meia da tarde acaba com o humor de qualquer pessoa.


domingo, maio 30, 2004
 
:: inferno astral e outras amenidades

LEIS DE MURPHY
Autor desconhecido
Se você é daqueles que acha que as coisas só podem piorar... você está muito otimista!"

1.
Se você não perde cabeça quando todos ao redor já perderem, talvez você apenas não esteja entendendo a situação.

2. Lei de Mencken
Para cada problema na humanidade existe uma solução simples e clara, e esta será sempre a solução errada.

3. Lei de Sevareid
A principal causa dos problemas são as soluções.

4. Lei de Thoreau
Se alguém se aproximar de você com a intenção declarada de lhe fazer o bem, é melhor correr para salvar sua vida.

5. Lei de Peer
A solução do problema muda o problema.

6. Lei do Unicórnio
Nunca brinque de pular cancela com um unicórnio.

7. Conjectura de Lyall
Se um cabo de computador tem um lado, então ele tem outro.

8. Observação Fundamento de Lyall
A perna mais importante de uma mesa de três pernas é aquela que está faltando.

9. Lei de "de la Lastra"
Depois do último dos 16 parafusos ser retirado de uma tampa, será decoberto que estava sendo removida a tampa errada.

10. Corolário de "de la Lastra"
Depois que uma tampa for presa por 16 parafusos, será descoberto que uma ferramenta foi esquecida.

11.
As falhas de projeto andam sempre em grupos.

12. Verdade fundamental de Gerrold
É uma boa coisa que o dinheiro não possa comprar a felicidade. Nós não agüentaríamos os comerciais.

13. Pronunciamento de Gerrold
A diferença entre um político e uma lesma é que a lesma deixa um rastro gosmento.

14. Segunda Lei de Mencken
Quando um homem ri das suas desgraças ele perde muito amigos. Eles nunca perdoam a perda desta oportunidade.

15. Terceira Lei de Mencken
Um idealista é aquele que, ao perceber que as rosas cheiram melhor que as ervilhas, conclui que elas dariam uma sopa melhor.

16. Terceira lei de Clarke
Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica.

17. Primeiro postulado do isomorfismo
As coisas que não são iguais à coisa nenhumas são iguais entre si.

18. A lei inaplicável
Lavar o seu carro para fazer chover não funciona.


sexta-feira, maio 28, 2004
 
:: pensando bem...

pensando bem, prefiro não ter naipe nenhum...

http://www.radicais-livres.org/cartas/index.html

e aproveitando o post da mari: "minha barba não tem naipe também".


 
:: Prestobarba Haters

Confesso que ainda tinha minhas dúvidas em relação a esse tal Iorgut. Como bem observou a Lu, ele só servia para atestar a nossa impopularidade, deslocamento e falta de trato social: ok, eu não sou lá muito querida; ok, eu sou uma excluída virtual; ok, eu só tenho cubinhos de gelo porque implorei pra Lu fingir que me acha supercool (ela também ia me dar carinhas e corações, mas o Iorgut farejou a fraude e não deixou...)

Mas isso foi até ontem.
Porque ontem eu encontrei minha razão de ser nessa pocilga: a comunidade BARBA. Descobri que, assim como eu, existem mais a mais mulheres chegadas numa PILOSIDADE FACIAL e que, não satisfeitas, querem gritar para o mundo o seu ódio às Gilletes, Prestobarbas e afins. Além de me juntar à NATA do Iorgut por meio de uma comunidade de extremo bom gosto, formada por mulheres (e alguns homens...) sensíveis, antenadas e conhecedoras do prazer que só uma barba mal feita pode proporcionar (ui), eu ainda posso me divertir na sessão "estudo de caso", onde a mulherada bota um barbudo iorgutiano na roda e as outras opinam sobre o referido.

Diversão pura, mulherada!
Eu recomendo!


 
:: a falta de naipe é minha vida

eu precisando colocar a rádio no ar e venho aqui neste blog. pior: só para ver a cunhada da luiza. pior: ficar pensando se aquele olho é de verdade ou não. sou um naipeless.

não vou começar a relativizar falando que a falta de naipe depende do ponto de vista. sou um cara sem naipe e pronto. exemplo: acabei de gravar no disco a foto da cunhada da luiza e depois de postar isso vou colocar no meu desktop.

se é para trabalhar que seja em grande estilo. ou com falta total de naipe.



quinta-feira, maio 27, 2004
 
:: patrimônio

desde que comecei seriamente a trabalhar (okey, podem rir) tenho construído um bom patrimônio que deixarei para os meus herdeiros (não digo filhos porque a coisa está feia). tenho 1 guitarra com adesivo do snoopy, um baixo com adesivo do snoopy, uma câmera de video com adesivo do snoopy e uma câmera fotografia digital com adesivo do snoopy. tenho um bom fone de ouvido, um computador que dá para editar. tenho um cd mp3 player, raquetes de tênis, câmera super8 (tem gente que gosta) e alguns cd´s (a pirataria é minha fonte cultural principal). um ampliador e uma câmera até que boa de película. tenho um telefone celular que se trocar bateria até que fica bom.

tenho alguns livros interessantes, aproximadamente uns 250 volumes. se não servir para a cabeça, podem vender o papel. tenho caixas em que guardo tranqueiras. tenho caixas que guardo cartas e presentes ganhos.

mas quando eu ir pro beleléu, por favor, alguém arrume o meu quarto.




 
:: bricolantes parte 3

claro que saquei que a banda deveria se chamar "bricolantes". falei para mari se ela queria ser a vocal. como somos dois frustrados por não termos tido banda na nossa adolescência, ficamos felizes pacas. principalmente com o nome, porque se a banda não for boa, pelo menos o nome é.

antes ridiculos felizes do que caras sérios, endinheirados, com profissões decentes e cartões de crédito. deus nos reserva cada uma.


 
:: bricolantes parte 2

perguntei a deus qual seria o nome da banda.

-- diz uma palavra que você gosta.

-- bricolagem. mas nem curto isso para nome de banda. e bricolados parece descolados. meio pretensioso, fala aí deus.

-- márcio, você é muito tosco. quem ama é "amante", quem faz bricolagem é... ?

não curti muito deus me chamando de tosco. ainda mais que ele deceu na estação são joaquim sem falar o nome.


 
:: bricolantes parte 1

antes que inventem asneiras sobre os bricolantes, vou contar como a banda nasceu:

estava eu no metrô, com cara de babaca, sono danado e desalento quando deus apareceu e disse:

-- márcio, você está muito desanimado. você vai montar uma banda!

achei tesão deus perceber a minha cara de bunda dentre muitas outras.


quarta-feira, maio 26, 2004
 
Estudo Importante~

a) No Japão são consumidas poucas gorduras e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

b) Por outro lado, na França se consomem muitas gorduras e ainda assim, o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

c) Na Índia, se bebe pouco vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

d) Na Espanha se bebe muito vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

e) Na Argélia se transa muito pouco e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

f) No Brasil se transa muito e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA;

CONCLUSÃO: Beba, coma e transe sem parar, pois o que mata mesmo é falar inglês!
Inclusive eu já parei meu curso!

daqui.


segunda-feira, maio 24, 2004
 
:: O fim dos tempos

Hoje, 24/05 (percebam: 2 + 4 + 5 = 11!), meu irmão afanou um pedaço de bife do meu prato e comeu, alegando falta de ferro no organismo.
(Pra quem não sabe, ele é o vegetariano mais caga-regra que existe.)

Pois é.
Agora só nos resta sentar e esperar o colapso do universo, que deve acontecer nas próximas horas.


 
:: como a racionalidade não convence, vamos aos fatos.

TEORIA DO "11"

O 11 passou a ser um número inquietante.
Podem pensar que é uma casualidade forçada ou simplesmente
uma tontice, mas o que está claro é que há coisas interessantes.
Senão vejam...

1) New York City tem 11 letras.
2) Afeganistão tem 11 letras.
3) "The Pentagon" tem 11 letras.
4) Ramsin Yuseb (Terrorista que atentou contra as torres gêmeas) tem 11 letras.
5) George W. Bush tem 11 letras.

Até aqui, meras coincidências ou casualidades forçadas. (será???)

Agora começa o interessante.....

1) Nova Iorque é o estado Nº 11 dos EUA.
2) O primeiro dos vôos que bateu contra as Torres Gêmeas era o Nº11.
3) O voo Nº11 levava a bordo 92 passageiros, que somando
as cifras dá: 9+2=11.
4) O vôo Nº77, que também bateu contra as Torres, levava a bordo 65 passageiros, que somando dá: 6+5=11.
5) A tragédia teve lugar a 11 de Setembro, ou seja, 11 do 9, que somado dá: 1+1+9=11.
6) A data coincide com o número de emergência norte americano o 911.
Que somado dá: 9+1+1=11.

E agora o inquietante...

1) As vítimas totais que faleceram nos aviões são 254: 2+5+4=11.
2) O dia 11 de Setembro, é o dia número 254 do
ano: 2+5+4=11.
3) A partir do 11 de setembro sobram 111 dias até ao fim de um ano.
4) O famoso Nostradamus (11 letras) profetiza a destruição de Nova Iorque na Centúria número 11 dos seus versos...

Mas o mais chocante de tudo é que se pensarmos nas torres gêmeas,damo-nos conta que tinham a forma de um gigantesco número 11.
E como se não bastasse, o atentado de Madrid aconteceu no dia 11.03.2004, que somado dá: 1+1+3+2+4=11!!

Arrepiante, não acham??

Conclusão: não votem no Maluf!


 
:: queer eyes for straight guy

o programa que passa na sony podia ser qualquer coisa ridicularizando tanto gays quanto heteros, mas me surpreendeu. há nesse programa todo um lance dramático (no sentido de dramaturgia) que me faz assistir até o fim. primeiramente, os 5 personagens (vou chamá-los assim por questões dramaturgicas e não por preconceito) são simpatíssimos. a missão deles é transformar um cara sem graça em um cara "cool". vestem-no, redecoram sua casa, dão conselhos de beleza, de cultura, etc. nesse momento do programa fico pensando até que ponto eles impõe jeitos e trijeitos ou é uma escolha de comum acordo entre queer eyes e o straight guy. mas o fato é que por aquelas horas o cara que vai se tornando cool aceita de bom agrado.

gosto muito das dicas que aparecem durante o programa. são coisas simples -- como escolher mariscos ou como apagar a vela sem derramar a parafina -- que me deixam bobamente maravilhado.

mas acho que tirando todo sarro, todo contraste entre personalidades, o momento dramático maior é a aceitação. não sabemos se as pessoas próximas ao cara cool vão gostar de seu novo jeito cool de ser. fica aquela apreensão. todo mundo fala que as mudanças são boas, mas poucas são aquelas que não resistem a elas. mesmo que a gente, telespectador, ache que o cara ficou bem melhor, nunca sabemos o que as pessoas próximas vão achar. e elas é que importam para o novo cara cool.

e como o final é sempre feliz, meio que virou cool ser feliz.

mesmo que o programa tenha toda essa aurea a favor da sociedade de consumo (ser cool é caríssimo), à moda imposta pelas capitais e que seja fincado dentro de uma cultura de competitismo como é a norte-americana e que dependendo da interpretação do telespectador pode estar ridicularizando os gays, ressalto o lado humano do programa que embora pareça estúpido, para mim é altamente louvável: a vontade do ser humano querer ser melhor para si mesmo e para os que o rodeiam.



domingo, maio 23, 2004
 
:: orkut é foda

desde que fomos apresentados, tinha minhas suspeitas desse orkut. inscrevi-me mais por insistência de amigos do que pela minha curiosidade intrisica. confesso: não via utilidade nenhuma nisso, além da simples brincadeira de saber quem é amigo de quem. pensei que poderiam fazer um orkut de inimigos, seria mais empreendedor. ficaria claro, por exemplo, que o bush tem mais amigos do que a gente imagina.

o fato é que tive que dar a mão a palmatória hoje. estava eu navegando entre os orkutianos quando encontro uma velha amiga da faculdade. foi uma emoção imensa porque eu adoro essa menina: a joana rochadel. desde que ela foi para o chile casar e viver a vida, poucas notícias tive dela. aí eu pensei: se eu encontrei a joana, posso encontrar muito mais gente e vou me surpreender.

a minha primeira desaparecida é uma menina de quem fiz pirraça quando era garoto. é a velha tentativa de pedir desculpas e saber se está gata... hehehehe viva a abundância de naipe do orkut!!!


 
:: O universo tá lhe vendo!

Um amigo (ou dois, nunca sei direito, gêmeos são a maior sacanagem que a natureza já produziu) do meu irmão vem dizendo essa profética frase há anos e eu nunca dei muita bola. Não sei se o sotaque potiguar dele me distraía da profundidade da sentença (ah, sotaques...), não sei se é porque ele sempre diz isso quando está todo mundo bêbado no Dolores às 4 da manhã, não sei se o problema é o fato de eu sempre estar tensa tentando saber se ele é ele ou o outro, e vice-versa. Pois hoje eu finalmente entendi, na pele, o importante aviso que ele está trasmitindo pelo mundo:

Lei do karma existe, funciona e é implacável.

Que bela merda!


sábado, maio 22, 2004
 
:: the smiths

the kinks, the jesus and mary chain e pixies são algumas das bandas que só vim a conhecer depois que seus influenciados emplacaram na parada. minha educação musical na infância não foi grande coisa. ouvia música japonesa e rádio fm. acabei formando esse gosto extramamente duvidoso. eu, por exemplo, adoro legião urbana. lembro muito bem da primeira vez que ouvi "o teatro dos vampiros", desde então música fez um outro sentido para mim.

acabei de baixar o dvd com a videografia dos smiths. essa banda é meio emblemática quando penso nas coisas que ouvi. tudo que é chamado de britpop hoje tem um pé em smiths e jesus and mary chain por exemplo. smiths é o tipo de esquema que é muito a minha formação. musicalmente simples (tosco até) e letras mais simples ainda (tão simples que chegam a ser muito sofisticadas).

e assistindo ao dvd me acentua uma idéia que há muito tenho mas que não desenvolvo por falta de base conceitual mesmo: o da sua verdade própria. quando eu ouvi o "teatro dos vampiros" da legião urbana, acho que reconheci muitas pessoas naquela música, reconheci amigos e pessoas muito próximas, queridas. de repente, a música me dizia as minhas próprias verdades. quando vejo a tosqueira dos vídeos dos smiths, vejo também como aqueles caras faziam daquilo sua própria verdade. lembro-me de uma professora me dizer que é muito difícil ser sincero consigo mesmo. e é bem verdade.

quando penso em música, gostaria de pensar em alguma outra palavra. porque na música não me importa somente a melodia, dou valor a letra, a história, a atitude. gostaria de que tivesse uma palavra que envolvesse todos esses requisitos, uma "arte" mais hibrida. não sou músico e sei que a legião urbana não tem nada de bom musicalmente falando. mas sei que lá há muita coisa que eu poderia ter dito, que disse e quero dizer.

"será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração?"

"in my life, why do i give valuable time to people who don?t care if i live or die ?"

eu sou tosco, não tem muito jeito, não.


 
:: sex and the city

nunca fui com a cara desse seriado. lembro-me de 3 ou 4 vezes de tentar assistir pelo muito que me recomendavam. acho que resistia um pouco a imagem de que mulheres pudessem ter atitudes que eu julgava muito masculinas. é um pouco a minha visão platônica da mulher. sempre as vejo como heroínas. não consigo, por exemplo, criar uma personagem mulher vulgar.

há duas semanas consegui assistir a dois episódios. e essa idéia de mulher platônica foi se dissipando. percebi que eu resistia era à idéia de que a mulher fosse humano. mulher é vulgar tanto quanto o homem. sofre tanto quanto o homem. ama tanto quanto o homem. é sensível tanto quanto.

as frases assim soltas faz parecer que eu achava que o homem era mais sensível. mas eu pensava exatamente o contrário. talvez a condição da mulher no geral ainda seja muito ruim no mundo. mas vendo "sex and the city" uma nova perspectiva se abriu para mim: a de criar heróis masculinos. acho que eu não tinha coragem de dar a mulher a maldade ou a perfidia própria do ser humano.

para finalizar, sex and the city e outros seriados, independente do público-alvo ou tema, me lembra uma frase do rubem braga que dizia que nesse mundo cada vez temos mais pessoas experimentadas, mas não por isso sábias. a gente experimenta mais e sabe cada vez menos.


quinta-feira, maio 20, 2004
 
:: Atenção! Atenção!

Pare AGORA tudo o que você estiver fazendo e corra pro Kazaa pra baixar "Love of my life worldwide" da Erykah Badu.



terça-feira, maio 18, 2004
 
::Às vezes dá um pouco de vergonha ser mulher

(Não, esse post não é sobre consultas ginecológicas.)

Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, diz o ditado.
Não sei se a culpa é dos planetas, mas é fato de que diferenças muito estranhas separam irremediavelmente homens de mulheres, por mais que a gente lute pelo contrário. A verdade é que nunca vamos conseguir entender o que se passa na cabecinha confusa do sexo oposto.

As diferenças entre homens e mulheres vão além de cromossomos ou órgãos sexuais ou planetas regentes ou comportamentos estranhos tipo assistir mesa redonda. O buraco, nesse caso, é mais em cima.

Estou falando de comida. De doces, mais especificamente.

Homens não se abalam com doces como as mulheres. Eles não se comovem diante de um pudim de claras bem executado. Os olhos deles não brilham diante de uma torta-mousse. Você não vê um homem substituir sexo por chocolate. Cenas como essa que eu vou contar NUNCA aconteceriam com um homem, não mesmo.

Vejam vocês:
Sábado teve baladinha de mulheres na casa de uma amiga. Embalada por vinho tinto e pizzas verdes cheias de folhas, afinal somos mulheres saudáveis.
Aí, por uma questão de MERECIMENTO por sermos tão CONTIDAS (a lógica feminina torna-se bastante burra quando tem açúcar na jogada...), nos permitimos um pequeno mimo: pizza de brigadeiro! Atenção: estamos falando aqui de S.O.S. Pizzas, mulherada. De chocolate cremoso quase escorrendo da caixa. Pizza de chocolate do Viena é brincadeira de criança perto da de brigadeiro da S.O.S. Pizzas - pra ficarmos só em um exemplo.

Os efeitos do chocolate sobre o já suficientemente estranho organismo feminino são fulminantes. Ele faz a gente perder o controle dos nossos atos. Se a mulher matar o marido por causa de chocolate, isso tem que ser considerado condição atenuante. Esqueçam TPM. A verdadeira insanidade temporária é mulher diante de pizza de brigadeiro.

Então, nesse dia da pizza, sofremos uma transmutação. 6 amigas levemente ébrias falando sacanagem viraram 6 loucas vorazes com chocolate até as orelha RASPANDO A CAIXA DE PAPELÃO até a última gota.

É violento, é assustador e é mais forte do que nós. Fúria, cara. Sangue no olho. Saca Dr. Jeckyll e Mr. Hyde? É mais ou menos a mesma coisa. Você perde completamente a compostura nos poucos minutos em que dura a guloseima, e no instante em que ela acaba você recupera o sentido, leva as mão a cabeça (lambuzando ridiculamente os cabelos de chocolate) e diz, Meu Deus!, o que eu foi que eu fiz?, eu me odeio, ME ODEIO!

E aí você liga pra S.O.S. Pizzas e pede outra igual. Porque você já estragou tudo mesmo, e porque você jura, e dessa vez é sério mesmo, que segunda-feira começa a dieta. E aí, meu bem, pizza de brigadeiro nunca mais.


domingo, maio 09, 2004
 
:: Uma dúvida.

Se aquela peste comprida do meu cachorro futuca macumba e come a farofa, a ziquizira vai pra ele ou pro adulto responsável que o acompanhava?


sábado, maio 01, 2004
 
:: música?

cara, eu ficava bobo quando encontrava alguém que tinha um gosto musical parecido com o meu. comecei rock/pop anos 80, depois veio o grounge, depois a mpb, o eletrônico, o jazz e os alternativos e agora o samba e a música popular. pensei que isso me faria encontrar muito mais pessoas para ter esses momentos de bobeiras, mas não aconteceu como previ ou desejei. pensei que eu havia aumentando o meu gosto musical para me aproximar mais dos diferentes tipos de pessoas e pode até ser que tenha sido isso mesmo, mas isso não me aproximou tanto delas.

foi aí que eu percebi que o que eu procurava não eram gêneros, mas leituras. eu estava atrás de pessoas que procuravam os mesmos tipos de verdades que eu buscava. então, o gênero não importa, mas a maneira que as canções nos afetam.

e no final das contas, eu sentia mesmo era falta de pessoas que curtissem o bom e velho rock n roll cantado com desafinos próprios e guitarras distorcidas. que acham que no amor existe furias e medos. e que atitudes amoroso-passionais fodem às vezes, mas estão certas sempre.


sábado, abril 24, 2004
 
:: everybody loves al bundy

fico muitas horas na internet. muito por causa da profissão, muito por questões pessoais. o meu computador não fica desligado desde o começo do mês quando resolvi dar um check-up. sou um péssimo cliente para o speedy. afinal, tendo um plano antigo, não tenho limites de tráfego. acabo baixando muita coisa. desde filmes a discos inteiros. e tenho que admitir que não teria como ter acesso a todo esse universo sem a internet.

esse blog nasceu assim também. talvez nunca conheceria a luiza por outras formas. talvez só de vista como muita gente eu conheço de vista. a mari estudou comigo, mas a vejo muito pouco. provavelmente nem conversaríamos se não fosse isso aqui. tudo bem que o presencial não substitui o virtual. mas as nossas vidas andam tão amalucadas que não me surpreendo que faz já alguns meses que não falo pessoalmente com a luiza, por exemplo.

bom, toda essa ladainha para dizer que finalmente achei um assunto para tratar nesse blog: as coisas que baixei. tenho um monte de coisa boa, raridades, descobertas, etc. vou falar um pouco também do que ando assistindo na tv, cinema e o que acontece de bom lá no meu trampo. se ficar tudo meio desconexo, beleza.








quinta-feira, abril 22, 2004
 
:: olá

passando para dizer um oi ... sem muito assunto para postar aqui. talvez eu fale sobre os vários cds que ando ouvindo... desânimo... bjs pra lu e pra mari.

márcio


 
:: Cotonetes, por favor

Pára tudo!
Eu escutei direito?

O cara do Charlie Brown Jr. acabou de cantar

"EU NÃO SEI FAZER POESIA, MAS QUE SE FODA" ????

O que mais magoa é que esse cara ganha infinitamente mais dinheiros do que eu pra proferir frases desse naipe.
O mundo tá errado.


terça-feira, abril 20, 2004
 
:: Teste de QI

Um desafio pra ocupar as cabecinhas sedentárias durante o feriado:

Temos três interruptores. Dois deles estão quebrados, o outro acende uma lâmpada dentro de um quarto fechado. Não existem janelas ou frestas que permitam ver se a luz está acesa pelo lado de fora. Abrindo a porta apenas uma vez, como descobrir qual o interruptor certo?

(Sem pegadinha, sem sacanagem, não precisa dar uma de MacGyver...)

Resposta semana que vem.




 
:: Momento Google

Amigos, ofereço-lhes uma pequena dica cultural:

da próxima vez que passarem pelo Google, digitem "weapons of mass destruction" e cliquem no botão Sinto-me com Sorte (nome um tanto ridículo pra um botão, diga-se de passagem).

Não serve pra nada, mas é engraçadinho.


quarta-feira, abril 07, 2004
 
:: Pamela Anderson

Ontem eu finalmente peguei nuns peitos de silicone.

Queria fazer isso há algum tempo mas nunca tinha tido a aportunidade, até que uma amiga fofíssima do meu irmão, turbinada há 10 dias, se trancou comigo no banheiro, levantou a blusa e intimou: toma, pode pegar. Pega mesmo, enche a mão! Ok, eu enchi a mão. Literalmente. E vou dizer: legal, viu?

Deixa eu explicar.

Eu tinha alguma desconfiança em relação ao silicone.
Além do risco da cirurgia e tal (eu tenho medo até de operar miopia), adquiri ao longo dos anos uma certa pirraça. Eu achava (na verdade, ainda acho) que o silicone era uma solução legítima e perfeitamente aceitável para nós - e apenas para nós - garotas despeitadas e traumatizadas. Mas aí virou febre, a mulherada começou a comprar peitos como quem compra pastel na feira, e o abuso do silicone se tornou ridículo e cafona. Começou aí a minha pirraça, uma coisa meio adolescente, eu queria mas agora que virou moda eu não quero mais, eu não me rendo, não é mais uma questão de peitos, é uma questão de princípios, blá-blá-blá. Nisso surge Carolina Ferraz, linda, fodona e sem-peitos-sim-e-daí?, e se torna a heroína das peitoralmente desfavorecidas, assumindo os não-peitos numa ótima e ainda virando símbolo sexual (e com uma baita elegância, coisa que andou em falta na época um pouco por causa das siliconadas-sem-noção). Enfim, pode-se dizer que Carolina Ferraz salvou a minha vida, fodam-se os peitos, e eu nunca mais pensei no assunto.

Até ontem, quando eu finalmente peguei nuns peitos de silicone.

E aí fodeu: eu gostei! Achei lindo, bem natural, nada parecido com aquele inchaço quase ofensivo que se vê por aí. E a menina tava felicíssima com seus peitos novos, olha que lindos, nem parece que eu comprei!, me botou a maior pilha, confesso que me abalou um pouco, fiquei pensando que seria legal ter peitos e tal, só pra variar.

Bom, também seria legal ter 11 mil reais dando sopa pra poder começar a pensar no assunto, mas se eu tivesse 11 mil reais eu provavelmente ia mandar os peitos à merda e gastar em algo mais legal, tipo uma viagem. Com sorte ainda sobravam alguns reais pra terapia, caso eu ainda precisasse resolver de uma vez por todas essa questão. E sem risco de cicatriz.


Obs. 1 - Tenho um amigo que vive dizendo que me dá um peito de presente de aniversário (é, só UM), desde que eu mantenha em mente que o peito é dele, para uso livre a qualquer hora do dia ou da noite. Ah tá.

Obs. 2 - Contei essa história pra um outro amigo. Quando cheguei na parte em que eu e ela estávamos trancadas no banheiro, ele arregalou os olhos e abriu um sorrisinho bobo, hummm, legal...

Todos os homens são cretinos ou só os meus amigos?


sexta-feira, abril 02, 2004
 
:: Os Doces Bárbaros

Ainda estou embasbacada demais pra fazer qualquer comentário mais elaborado sobre "Os Doces Bárbaros", documentário que passou ontem no Vivo Open Air. Deixarei registradas apenas algumas impressões, digamos, mais urgentes que estou precisando dividir com alguém.

1. Gilberto Gil é uma bailarina. Com sua vestimenta "garça branca ao entardecer" (também conhecida como "o espermatozóide alegre"), o meliante, todo pirlimpimpim, executou saltitos e rodopios com muita classe. Quanta graça, quanta leveza, como é faceiro o nosso ministro!
(Opa! Eu disse "meliante"? Sim amigos! Mais um que caiu nas garras da ERVA MALDITA!!)

2. Maria Béthânia e Caetano Véloso são a mesma pessoa. A diferença está no bigode - de Béthânia.

3. Acho que eu ainda não estava preparada para entrever os mamilos de Caê por entre as rendas de sua blusa-medalhão.

4. Diretor do filme: Jom Tob Azulay.
(De novo: JOM TOB AZULAY.)
Sacaram, sacaram?

É o Tom Jobim, porra! Só pode ser o Tom Jobim, o pseudônimo é gritante, entre um copo de uísque e outro ele foi lá filmar o documentário, e deu no que deu!

5. Diria Mart'nália: CHEGA! Vambora pro show que a gente ganha mais!
E viva Luiz Melodia!

(Até ficou meio Caetano essa última parte. Céus. Esse filme realmente me fez mal.)


terça-feira, março 30, 2004
 
:: Sexo, bobagens e simpatizantes II

(ou: Como o google pode alavancar o ibope de um blog falido)

Lu, a gente não precisa falar de sacanagem pra ter ibope. Se a gente agir com alguma sacanagem já resolve. Por exemplo:

Redação: "Meu Domingo"

Domingo foi o almoço de aniversário do Natu, meu avô. Ele fez 90 ÂNUS em janeiro mas o almoço foi só agora - PUTA SACANAGEM, ele podia ter BATIDO AS BOLAS, digo, as botas, nesse meio tempo, já pensou em que POSIÇÃO COMPLICADA isso colocaria a minha família??
Pois então. Família reunida até sei lá que geração, umas 69 pessoas, a galera COMENDO TODAS COM SELVAGERIA, sobremesas MOLHADINHAS de calda, uns molhos PICANTES, várias COMIDAS DELICIOSAS, tudo muito CALIENTE, enfim: uma ORGIA gastronômica da mais alta catiguria. Até esse ponto eu estava me divertindo a valer com a festinha.
Mas eis que chega uma bailarina de dança do ventre, com uma FANTASIA MUITO LOUCA, que meu tio contratou pra alegrar meu avô, que apesar da idade continua meio TARADO (como todos os velhos são, descobri depois, mas isso é outra história). Esse negócio de odalisca é um FETICHE masculino incontestável, os caras lançavam cada olhar LASCIVO pra menina que dava até medo. Começou o SHOWZINHO SENSUAL, pá, a MULHERADA, SEM VERGONHA, se jogando na pista, as tias velhas requebrando, tudo muito salutar. Aí alguém espalha a notícia que eu fiz dança do ventre. Pronto: FODEU! A família se mobilizou na tarefa de me matar de vergonha. Tias, primos, pais, todos começaram a BOTAR MUITA PRESSÃO, e ainda me olhavam como se eu fosse a última das criaturas por não querer REBOLAR E ME CONTORCER na frente do meu avô e cia. Eu resisti o quanto pude, mas chegou uma hora que, coagida PELADINHA (Dinha é a SÁDICA da minha mãe), me vi chacoalhando o corpinho no meio da pista sob os olhos de parentes PERVERSOS, BAIXOS e INDECENTES, fora os garçons que estavam se divertindo à beça com minha performance desmoralizante, garçom é VOYEUR pra CARALHO, isso todo mundo sabe. Pra piorar, minha cunhadinha tirava FOTOS COMPROMETEDORAS, e eu ouvia uma LOLITA SAFADA que era neta de sei lá quem dizendo "ah, isso é fácil... essa virada de mão é baba... ela tá MEXENDO O QUADRIL errado... esse VAI E VEM é básico, conheço POSIÇÕES MAIS ELABORADAS...". Enfim, foi FODA, um SACO, horrível horrível horrível, me senti NUA ali, no final tive vontade de mandar todo mundo ali TOMAR NO CU. Mas me controlei. Afinal, eu detesto BAIXARIA.

Fim.

(PS: eu aumento mas não invento.)


quinta-feira, março 25, 2004
 
:: Um pequeno empréstimo
(Porque nós estamos atravessando um bloqueio criativo, mas pelo menos lemos bons livros!)

Trecho de "Ajude-me, Doutor, que não posso dormir", artigo de Eduardo Galeano publicado em 2000 e que está no livro O Teatro do Bem e do Mal

Ficará o mundo sem inimigos?

Já faz bastante tempo que os Estados Unidos e seus aliados da Otan não fabricam uma guerra. A indústria da morte está ficando indócil. Os imensos orçamentos militares precisam justificar sua razão de ser e a indústria de armas não tem onde exibir seus novos modelos.

Contra quem será lançada a próxima missão humanitária? Quem será o próximo inimigo? Quem fará o papel de vilão no próximo filme, quem será o Satã do inferno que virá? Isso me deixa muito preocupado. Estive relendo os motivos invocados para bombardear o Iraque e a Iugoslávia e cheguei à conclusão alarmante de que há um país, um único país, que reúne todas as condições, todas, todinhas, para ser reduzido a escombros.

Esse país é o principal fator de instabilidade da democracia em todo o planeta, devido ao seu velho costume de fabricar golpes de Estado e ditaduras militares. Esse país constitui uma ameaça para seus vizinhos, a quem invade, com freqüência, desde sempre. Esse país produz, armazena e vende a maior quantidade de armas químicas e bacteriológicas. É nesse país que se situa o maior mercado de drogas do mundo e em seus bancos se lavam milhões de narcodólares. A história nacional desse país é uma longa guerra de limpeza étnica, contra os aborígines primeiro, contra os negros depois; e esse país foi, nos anos recentes, o principal responsável pela matança étnica que aniquilou duzentos mil guatemaltecos, em sua maioria índios maias.

Irão os Estados Unidos se autobombardear? Se invadirão a si próprios? Cometerão os Estados Unidos esse ato de coerência, fazendo consigo o que fazem com os outros? As lágrimas molham meu travesseiro. Queira Deus evitar que se passe semelhante desgraça com essa grande nação, que nunca foi bombardeada por qualquer outra.


Eu adoro o Galeano.


domingo, março 21, 2004
 
:: Palavras

Já repararam como algumas palavras estão em desacordo com seu significado? O dicionário diz X, mas a sonoridade da palavra grita Y. E, na maioria das vezes, o sentido sugerido é bem mais legal do que o sentido real.

- Você viu que o Waldomiro foi indiciado por prevaricação?
- Sério? Quer dizer que, além de cobrar propina de bicheiro, o safado ainda foi pego em ATOS LIBIDINOSOS com MENORES DE IDADE no MEIO DA RUA???


terça-feira, março 16, 2004
 
:: ESSE BLOG ESTÁ ATRAVESSANDO A FAMOSA CRISE DO PRIMEIRO ANO. ESTAMOS SENSÍVEIS, INSEGUROS E CARENTES. QUEREMOS CONFETE. QUEREMOS MIMOS E MANIFESTAÇÕES DE APOIO, SENÃO A GENTE VAI VOLTAR CHORANDO PRA CASA DAS NOSSAS MÃES!


 
:: Mais razões para odiar meu primo

Casa de praia, depois de me encher de pão com doce de leite no café da manhã:

- Arghhh, chega! Isso aqui tá arruinando o meu Projeto Filé!
- Projeto Filé? Filé com capa de gordura, né?


terça-feira, março 09, 2004
 
:: A vida imita a arte. Ou não.

Eu adoro andar. Pode parecer desculpinha pelo fato de eu não dirigir, mas é verdade, eu curto mesmo. Volto do trampo a pé numa boa, meia hora de caminhada por Sumaré e Vila Madalena, na descida. Tranquilíssimo.

Hoje eu saí da MTV mais cedo - já contei que eu voltei pra MTV? - e ia indo numa ótima: especialmente saltitante, falando sozinha (sim, eu falo sozinha. Capítulo à parte) e dando risada da minha vida tão estranha. Cena de cinema, só faltou tocar Vivaldi pra minha volta pra casa virar propaganda de Vinólia, eu caminhando com cabelos ao vento e ar de gazela entre pétalas de rosas.

A grande diferença é que em propaganda de Vinólia não cai uma tempestade na cabeça da garota.

Já que eu estou longe de ser uma garota-Vinólia, resolvi não me incomodar. Um chuveiro quente me esperava, então aproveitei pra tomar água na cabeça com o maior prazer do mundo, prestando atenção no cheiro, no céu, nas ruas vazias e nas pessoas abrigadas me olhando com pena - vai entender, eu era provavelmente a única que estava feliz com aquela água toda. Feliz mesmo, empolgada, quase emocionada, andar na chuva tem um quê de epifania, é um lance meio "conexão com a mãe-natureza" misturado com um sentimento rústico e másculo de "eu ando na chuva mesmo e ninguém tem nada a ver com isso!", tomar chuva de verão ainda por cima é refrescante e serve pra lavar a alma, o que quer que isso signifique, enfim, um daqueles momentos lindos e mágicos do cotidiano.

Provavelmente essa magia toda só vai micar quando eu descobrir que contraí leptospirose.



quarta-feira, março 03, 2004
 
:: querida mari

nesse exato momento, a mari está defendendo o seu trabalho de conclusão de curso e estou rezando e torcendo para que ela se saia muito bem. pena que ela não quis platéia, eu teria o maior em prazer em assistir.

quando encontrei a mari no primeiro ano da faculdade, achei-a metida. nosso primeiro contato foi na aula de fotografia em que pela lista de chamada o fotógrafo tirava uma chapa do próximo da lista. no caso, eu tirava o da mariana. daí foram seis anos de uma convivência que embora pareça natural, foi bastante intensa. talvez, a gente tenha se aproximado mais da metade do curso pra cá, quando as matérias foram se diluindo e a gente foi sendo deixado ao deus dará. como ambos éramos meio perdidos, acabamos fazendo muita coisa juntos.

a mari foi uma dessas pessoas que mudaram o jeito que eu enxergo as coisas. acho que ela não teve essa intenção, mas fez. e sou muito grato por isso. não sei se a gente vai ter a mesma convivência. talvez se eu aprendesse a nadar para sairmos de tripulantes num navio, quem sabe. mas essa menina mora aqui no meu coração. se algum dia eu der para contar histórias como foi sempre o meu desejo e objetivo quando entrei nesse curso de rádio e tv, podem estar certos que haverá muitas marianas espalhadas. pode não ter as sobrancelhas, nem o cabelo. nem o jeitinho malaco de ser feliz. mas estará lá. quem conhece, reconhecerá. quem não, se encantará.

mari querida, obrigado pelos seis anos de amizade, obrigado pelos tantos outros que virão.





domingo, fevereiro 29, 2004
 
:: Efeito Quarta feira de cinzas

(que vai durar até eu conseguir articular uma frase sem ser em ritmo de marchinha)

Roubaram o coração da minha sogra
Botaram o coração no jacaré
Sabe o que aconteceu?
A velha se mandou e o jacaré morreu!

É, é, é...
Coitado do jacaré!

(repetir ad infinitum pulando com os bracinhos pra cima e os indicadores na posição alala-ô)


quinta-feira, fevereiro 26, 2004
 
:: poisé cumpadi

depois de seis anos na faculdade, eu vou me formar. quem diria? o bendito dia será 1 de março de 2004, aos 46 minutos do segundo tempo. está certo que só vou respirar melhor depois desse dia, mas já com o aval do meu orientador, estou entregando todo material para minha banca. estava me dando uma nostalgia esses dias porque alguns projetos meus na eca vieram a discussão não sei bem porquê. whatever, o fato é que estou feliz com os projetos que estão se iniciando agora e tenho uma vontade muito grande de me voltar a eles de corpo e alma.

não vou falar aqui dos projetos. vou comentar aos poucos durante a realização. só gostaria de convidar a todos a assistirem a minha defesa do tcc que vai ser na eca, dia 1 de março, às 10 da matina. a sala não sei bem ainda, mas assim que souber aviso.

torçam e rezem por mim.


terça-feira, fevereiro 24, 2004
 
:: as invasões barbáras e big fish

vocês podem achar estranho eu escrever um texto sobre dois filmes que diametralmente tenho simpatia. odiei (e olha que para eu falar de um filme assim é porque a coisa é grave) invasões barbáras e amei (e olha que para eu falar de um filme assim...), por isso resolvi colocá-los em um mesmo texto. é inevitável compará-los mas a vontade é de mostrar coisas em comum. as histórias são parecidas: o reencontro de pai e filho no leito de morte.

a primeira coisa é que assisti a ambos num momento descontrol da vida, com teorias sobre o cotidiano e resistência cultural. pode parecer paranóico pq provavelmente é, mas acredito que em ambos o meu estado sentimental influenciou na aceitação ou não do filme.

tentei gostar de invasões barbáras, juro. a história de alguém que tenta se encontrar através de uma reconciiação familiar é muito interessante para mim.mas não suportei aquelas conversas rápidas e inteligentes, cheio de academicismo e dizendo que sexo é liberdade. não que eu não concorde com algumas idéias (principalmente relacionados a sexo), mas todas as conversas me soaram fake. sabe aquela sensação de estar ouvindo o que todos querem ouvir? eu prefiro ouvir um padeiro falando de como faz bem o seu pão.

claro que chorei quando o cara morreu. essa situação me toca deveras. tenho um medo enorme de morrer só. fiquei feliz pelo cara que teve todos os amigos ao redor. mas não fez sentido algum o resto do filme, não me disse nada.

tentei apenas gostar de big fish, juro. mas amei o filme. é claro que tem lá seus defeitos. não achei um roteiro tão bem desenhado e o inicio parece lento demais. mas a partir de um determinado momento não parei mais de chorar. tudo que eu ando pensando nesses dois ultimos anos estavam no filme: a narrativa, a ficção, a invenção e as relações humanas. achei que podiam explorar muito mais coisa, mas é porque eu ando pensando muito nisso.

sei que muita coisa que escrevo são grandes mentiras, mas há muito ali de sincero, mesmo que não verdadeiro. acho que big fish é um pouco disso. você pode dizer que nunca amou ninguém ou pode dizer que amou muitas pessoas de várias formas diferentes.

não sabia bem porque eu deveria fechar o meu blog parachutes. tinha uma impressão de que ele não se destinava mais ao que propunha originalmente. depois desse filme, posso não ter encontrado o porquê dessa vontade de fechar, mas descobri porque continuar.

para terminar, quero dizer que falando com uma amiga, a quelany, tive outra impressão de invasões barbáras. nessa conversa, percebi o quanto fazia sentido para ela todo aquele universo, das frustrações da utopia, marxismo e outros ismos. meus pais não tiveram esse universo cultural dos anos 60, logo eu também respirei pouco desse ar. as frustrações dessa época conheço pela história e não na pele. consegui ver, através dos olhos da quelany, todo sentimento de frustração da época pós-revolução e então consegui enxergar algum sentido no filme.

acho que é isso. quero ainda ver o "lost in translation" e o "kill bill". e torçam por cidade de deus. acho que ganha roteiro adaptado.