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segunda-feira, março 31, 2003
::Sobre a foto abaixo (ao som de um bolerão bem trágico) Houve um tempo em que havia cordialidade. A pessoa era convidada para juntar-se a amigos queridos e era recebida com delicadeza, carinho e bons tratos. Todos se amavam e eram felizes. Mas não. Com a BZ não pode ser assim, claro que não. A BZ entra no blog e é recebida com a exposição pública de um dos momentos mais embaraçosos da sua vida. Disposta a evitar o W.O. e a desonra da sua faculdade, já que metade do time de basquete estava de ressaca em algum canto de Avaré, nossa heroína veste a camisa e vai à luta. Mas eis que o Marcio saca a câmera e registra o momento mágico antes da tragédia inevitável e iminente. Não satisfeito, anos depois acha de bom tom publicar a foto e expor a amiga, tão altruísta e dotada de espírito coletivo, ao ridículo. É, meus amigos, a vida é assim. Tirem disso uma lição. É isso que acontece quando agimos de forma nobre. Em tempo: se a Luiza publicar alguma foto suspeita (coisa que ela logicamente NÃO vai fazer porque sabe que nessa vida TUDO TEM RETORNO), quero deixar claro que trata-se de manipulação digital, porque eu NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM, tirei foto fazendo pose de modelete. :: wnba (ao som de algum comercial de tennis) sim amigos. é isso mesmo. a mariana com uniforme de basquete da eca. domingo, março 30, 2003
:: the commitments (ao som de destination anywhere) qual é o denominador comum dos três colunistas deste blog? além do fato de ser muuuuuuuuito amigos, a gente adora música! todos os tipos, crenças e crédulos. a todo post colocamos um fundo musical. as duas outras colunistas estão tentando a vida de disque-joqueis. já estão começando a tocar em festas. chirque no úrtimo. mas vou aqui comentar um filme que acho o melhor exemplo de como a música pop está no nosso cotidiano. é the commitments do allan paker. filme absolutamente despretencioso e genial, eu acho. acho que todos aqueles que gostam de música já pensaram em montar uma banda. este filme conta a história de um produtor musical que monta uma banda de soul. por que de soul? segundo o personagem, porque evoca o suor, os desejos carnais e os problemas dos working class heroes. bacaníssimo. o foda é que ninguém da banda tinha esse conceito até o cara falar... momentos legais: quando o baixista é eletrocutado; o cara do trompete fala que jazz é masturbação e o segurança que vira baterista. já sugiro para as colunistas que marquemos um dia para assistir ao filme. daí inventamos a nossa própria banda, o que vocês me dizem? sábado, março 29, 2003
:: versão nova (ao som de música urbana do capital inicial) versão nova blog. ainda em teste pq as outras colunistas ainda não deram nenhuma opinião... o que vcs acharam? Sabe aquela cena clássica de primeiro encontro, toda a ansiedade, a expectativa, suspiros, magia no ar... e aí a mãe da garota grita da cozinha que ela tem que levar o irmãozinho junto? Pois então: EU SOU O IRMÃOZINHO, HAHAHA!!! (Mas fiquem à vontade, tá? Não quero atrapalhar... finjam que eu não estou aqui... não tô nem prestando atenção... ) :: encontro (ao som de ella fitzgerald e louis armstrong) na quinta-feira, fomos almoçar, a mari (bz para os íntimos), a luiza (a lu para os íntimos e principessa para mim) e eu. foi a primeira vez que nos vimos pessoalmente. confesso que fiquei um pouco nervoso. porque a gente primeiro começou a se falar por icq (da mari inclusive) e depois por telefone. amei muito a luiza! como a mari disse, ela domina, no bom sentindo, a conversa. sempre sorridente (tudo bem, terei outros encontros para confirmar isso) e simpatíssima! poderia ficar horas ouvindo ela falar. e não é brincadeira. gosto muito quando ela faz aquela vozinha de criança, superchantagista mas também supermeiga. =) engraçado que não tive a impressão de que a conhecia há muito tempo. tenho essa impressão com os amigos mais próximos. mas como disse em post anteriores, realmente acredito que vamos aprontar muito ainda e isso é melhor que ter essa impressão. mari, já mandei o convite para entrar no blog e já estou preparando um texto super superficial!!! uhu!!! terça-feira, março 25, 2003
:: songs for luiza (ao som de belle and sebastian) vou reproduzir aqui um poema da coluna songs for luiza publicada no blog parachutes: :: em seu lugar em seu lugar, eu mudaria de posição algum que deixasse os ombros menos tensos. costumeiramente, você se deita na cama e acomoda o travesseiro de modo que possa ver o malabarismo que faz com seus pés. o telefone entre o ombro e a cabeça permite que deixe soltas as mãos para brincar com seus seres gasosos e imaginários que desaparecem a cada novo nó dramático da conversa. você fica falando expressões fálicas, testando a minha atenção na conversa. em seu lugar, duvidaria disso. eu fico pensando quanto tempo foi necessário para aprender essa forma de nazalar essas expressões. agora consigo substituir com mais exatidão a expressão "rs" do icq pelo correspondente sonoro. em seu lugar, não deixaria de rs. sábado, março 22, 2003
:: glasgow, san francisco e florianopolis (ao som de san francisco bay blues com eric clapton) essas são as três cidades onde gostaria de morar. glasgow é a cidade do belle & sebastian e do travis. san francisco tem a musica do clapton q dá vontade de jogar tudo pro ar. e floripa me parece um lugar simples e acolhedor. penso em amsterdam muitas vezes... onde vc moraria? no final, sei q são paulo é minha casa. é truculenta, feia, fedida, etc... mas é aqui que meus amigos moram. :: eduardo galeano ( ao som da canção do senhor da guerra da legião urbana ) conheci eduardo galeano por um livro emprestado pela mariana zanotto, vulgo bz, vulgo mari, intitulado "o livro dos abraços". livro lindíssimo de crônicas autobiográficas, acho. vou colocar aqui dois textos dele: um do livro e outro que está no site do centro de mídia indepedente sobre a guerra. A função da arte / 1
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o sul. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar e tanto o fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gamguejando, pediu ao pai: -- Me ajuda a olhar! Curiosidades da guerra
EDUARDO GALEANO DA AGÊNCIA ENVOLVERDE Em meados do ano passado, enquanto esta guerra estava sendo incubada, George W. Bush declarou que "devemos estar prontos para atacar em qualquer obscuro rincão do mundo". O Iraque é, portanto, um obscuro rincão do mundo. Acreditará Bush que a civilização nasceu no Texas e que seus compatriotas inventaram a Escritura? Nunca ouviu falar da biblioteca de Nínive, nem da Torre de Babel, nem dos Jardins Suspensos da Babilônia? Não ouviu nem um só dos contos das Mil e Uma Noites de Bagdá? Quem o elegeu presidente do planeta? A mim, ninguém chamou para votar nessas eleições. E a vocês? Elegeríamos um presidente surdo? Um homem incapaz de ouvir nada além dos ecos de sua voz? Surdo diante do troar incessante de milhões e milhões de vozes que nas ruas do mundo declaram a paz ao invés da guerra? Nem mesmo foi capaz de ouvir o carinhoso conselho de Günter Grass. O escritor alemão, compreendendo que Bush tinha necessidade de demonstrar algo muito importante ao seu pai, recomendou que consultasse um psicanalista em lugar de bombardear o Iraque. Em 1898, o presidente William McKinley declarou que Deus havia dado a ordem de ficar com as Filipinas, para civilizar e trazer para o cristianismo seus habitantes. McKinley disse que falou com Deus enquanto caminhava, à meia-noite, pelos corredores da Casa Branca. Mais de um século depois, o presidente Bush garante que Deus está do seu lado na conquista do Iraque. A que horas e em que lugar recebeu a palavra divina? E por que Deus teria dado ordens tão contraditórias a Bush e ao papa em Roma? Declara-se a guerra em nome da comunidade internacional, que está farta de guerras. E, como de costume, declara-se a guerra em nome da paz. Não é pelo petróleo, dizem. Mas, se o Iraque produzisse rabanetes em lugar de petróleo, a quem ocorreria invadir esse país? Bush, Cheney e a doce Condoleezza realmente renunciaram aos seus altos empregos na indústria petrolífera? Por que essa mania de Tony Blair contra o ditador iraquiano? Não será porque há 30 anos Saddam nacionalizou a britânica Irak Petroleum Company? Quantos poços Aznar espera receber na próxima partilha? A sociedade de consumo, embriagada de petróleo, tem medo da síndrome de abstinência. No Iraque, o elixir negro é menos caro e, talvez, em maior quantidade. Em uma manifestação pacifista, em Nova York, um cartaz perguntava: "Por que o nosso petróleo está debaixo das areias deles?". Os Estados Unidos anunciaram uma longa ocupação militar, depois da vitória. Seus generais cuidarão de estabelecer a democracia no Iraque. Será uma democracia igual à que acertaram para o Haiti, a República Dominicana ou a Nicarágua? Ocuparam o Haiti durante 19 anos e fundaram um poder militar que desembocou na ditadura de Duvalier. Ocuparam a República Dominicana por nove anos e fundaram a ditadura de Trujilllo. Ocuparam a Nicarágua durante 21 anos e fundaram a ditadura da família Somoza. A dinastia dos Somoza, que os fuzileiros navais colocaram no trono, durou meio século, até que, em 1979, foi varrida pela fúria popular. Então, o presidente Reagan montou a cavalo e se lançou a salvar seu país ameaçado pela revolução sandinista. A Nicarágua, pobre entre os pobres, tinha, no total, cinco elevadores e uma escada rolante, que não funcionava. Mas Reagan denunciava que a Nicarágua era um perigo; e, enquanto falava, a TV mostrava um mapa dos EUA pintado de vermelho desde o sul, para ilustrar a iminente invasão. O presidente Bush copia seus discursos que semeiam o pânico. Bush diz Iraque onde Reagan dizia Nicarágua? Títulos dos jornais, nos dias prévios à guerra: "Os EUA estão prontos para resistir ao ataque". Recorde de vendas de fitas isolantes, máscaras antigás, pílulas anti-radiação... Por que o verdugo tem mais medo do que a vítima? Apenas por este clima de histeria coletiva? Ou treme porque pressente as consequências de seus atos? E se o petróleo iraquiano incendiar o mundo? Não será esta guerra a melhor vitamina que o terrorismo internacional está precisando? Dizem-nos que Saddam alimenta os fanáticos da Al Qaeda. Um criador de corvos para que lhe arranquem os olhos? Os fundamentalistas islâmicos o odeiam. É satânico um país onde se assiste a filmes de Hollywood, colégios ensinam inglês, a maioria muçulmana não impede que os cristãos andem com a cruz no peito e não é muito raro ver mulheres muçulmanas vestindo calça comprida e blusas audaciosas. Não houve nenhum iraquiano entre os terroristas que atacaram as torres de Nova York. Quase todos eram da Arábia Saudita, o melhor cliente dos EUA no mundo. Também Bin Laden é saudita, esse vilão que os satélites perseguem enquanto foge a cavalo pelo deserto e que diz presente cada vez que Bush precisa de seus serviços como ogro profissional. Sabia que o presidente Eisenhower disse, em 1953, que a "guerra preventiva" era uma invenção de Hitler? Ele disse: "Francamente, não levaria a sério alguém que viesse me propor semelhante coisa". Os EUA são o país que mais armas fabrica e vende no mundo. Também são o único país que lançou bombas atômicas contra população civil. E sempre está, por tradição, em guerra contra alguém. Quem ameaça a paz universal? O Iraque? O Iraque não respeita as resoluções das Nações Unidas? Elas são respeitadas por Bush, que acaba de desferir a mais espetacular patada na legalidade internacional? São respeitadas por Israel, país especializado em ignorá-las? O Iraque desconheceu 17 resoluções das Nações Unidas. Israel, 64. Bombardearam Bush e seu mais fiel aliado? O Iraque foi arrasado, em 1991, pela guerra de Bush pai e deixado esfomeado pelo posterior bloqueio. Quais armas de destruição em massa pode esconder esse país maciçamente destruído? Israel, que desde 1967 usurpa terras palestinas, conta com um arsenal de bombas atômicas que garante a impunidade. E o Paquistão, exibe suas próprias ogivas nucleares. Mas o inimigo é o Iraque, porque "poderia ter" essas armas. Se as tivesse, como a Coréia do Norte proclama possuir, se animariam em atacá-la? E as armas químicas ou biológicas? Quem vendeu a Saddam Hussein a matéria-prima para fabricar os gases venenosos que asfixiaram os curdos e os helicópteros para lançar esse gases? Por que Bush não mostra os recibos? Naqueles anos, guerra contra o Irã, guerra contra os curdos, era Saddam menos ditador do que é agora? Até Donald Rumsfeld o visitava em missão de amizade. Por que os curdos são comoventes agora, e antes não? E por que só são comoventes os curdos do Iraque, e não os curdos muito mais numerosos que a Turquia sacrificou? Rumsfeld, atual secretário da Defesa, anuncia que seu país usará "gases não-letais" contra o Iraque. Serão gases tão pouco letais como esses que Putin usou, no ano passado, no teatro de Moscou e que mataram mais de cem reféns? Durante muitos dias as Nações Unidas cobriram com uma cortina o quadro "Guernica", de Picasso, para que essa desagradável obra não perturbasse os toques de clarim de Colin Powell. De que tamanho será a cortina que esconderá a carnificina no Iraque, segundo a censura total que o Pentágono impôs aos correspondentes de guerra? Para onde irão as almas das vítimas iraquianas? Segundo o reverendo Billy Graham, assessor religioso do presidente Bush e agrimensor celestial, o Paraíso é bem pequeno: mede nada mais que 1.500 milhas quadradas. Poucos serão os eleitos. Adivinhação: qual será o país que comprou quase todas as entradas? E uma pergunta final, que peço emprestada a John Le Carré: ''Vão matar muita gente, papai?'' ''Ninguém que você conheça, querido, apenas estrangeiros.'' p.s. mas explicam novamente que a guerra gera emprego e aumenta a produção... e quando longe de casa sozinho e com frio o inimigo você espera, ele estará com outros velhos inventando novos jogos de guerra... :: teoria ( ao som de goodbye and goodluck do brilliant green) vou retomar uma teoria que há muito não pensava: a vida ou é um grande encontro ou uma grande despedida. quando tenho a impressão de estar vivendo, sempre tenho essa sensação com as pessoas. ou você está realizando um grande encontro em que projetos, idéias, sentimentos e emoções de ambos se mixam para formar algo novo e vibrante, ou você está dizendo adeus para as pessoas com quem já teve esses encontros. disse uma vez a malu, uma grande amiga da faculdade e com quem tinha um outro blog genial sobre clichês, que quando sentissêmos que fosse uma despedida, cada um alertaria o outro. é muito triste perceber isso, mas ao mesmo tempo é muito libertador porque é um reconhecimento de que hove um grande encontro e que muitas coisas foram realizadas a partir dele. hoje tenho essa sensação de encontro com a luiza. não sei o quanto nos suportaremos quando convivermos mais presencialmente. pode ser que evitemos isso para não acelerar a grande despedida. mas me veio um questionamento antigo, próprio de nossa amiga comum, a mari: por que a vida não pode ser toda ela um grande encontro? a mari é foda. p.s. goodbye and good luck to you yeah, i wish to go there, oh see you again, i thought of the happy days, when I was in our dream, yeah see you again sexta-feira, março 21, 2003
:: ativismo ( ao som de politik do coldplay ) a gente acredita em umas coisas, não? acho que o mais engraçado é quando tomamos coragem e assumimos nossas crenças. esse blog por exemplo é fruto de um acreditar. o acreditar é fruto de uma racionalidade e de uma paixão. é algo que embora aparente ridículo e burro, possui uma força descomunal. vai abaixo uma correspondência de uma ativista americana que estava em gaza. é um pouco triste, mas me emocionou bastante. o inglês dificulta, mas espero que seja uma boa linha de partida para reflexão. o nome dela era rachel carrie. para luiza peço desculpas se é transtorno, mas reconheci nesse texto algo semelhante às nossas correspondências. agradecimentos a bruna mara pelo email original. Tuesday March 18, 2003 The Guardian February 7 2003 Hi friends and family, and others, I have been in Palestine for two weeks and one hour now, and I still have very few words to describe what I see. It is most difficult for me to think about what's going on here when I sit down to write back to the United States. Something about the virtual portal into luxury. I don't know if many of the children here have ever existed without tank-shell holes in their walls and the towers of an occupying army surveying them constantly from the near horizons. I think, although I'm not entirely sure, that even the smallest of these children understand that life is not like this everywhere. An eight-year-old was shot and killed by an Israeli tank two days before I got here, and many of the children murmur his name to me - Ali - or point at the posters of him on the walls. The children also love to get me to practice my limited Arabic by asking me, "Kaif Sharon?" "Kaif Bush?" and they laugh when I say, "Bush Majnoon", "Sharon Majnoon" back in my limited arabic. (How is Sharon? How is Bush? Bush is crazy. Sharon is crazy.) Of course this isn't quite what I believe, and some of the adults who have the English correct me: "Bush mish Majnoon" ... Bush is a businessman. Today I tried to learn to say, "Bush is a tool", but I don't think it translated quite right. But anyway, there are eight-year-olds here much more aware of the workings of the global power structure than I was just a few years ago. Nevertheless, no amount of reading, attendance at conferences, documentary viewing and word of mouth could have prepared me for the reality of the situation here. You just can't imagine it unless you see it - and even then you are always well aware that your experience of it is not at all the reality: what with the difficulties the Israeli army would face if they shot an unarmed US citizen, and with the fact that I have money to buy water when the army destroys wells, and the fact, of course, that I have the option of leaving. Nobody in my family has been shot, driving in their car, by a rocket launcher from a tower at the end of a major street in my hometown. I have a home. I am allowed to go see the ocean. When I leave for school or work I can be relatively certain that there will not be a heavily armed soldier waiting halfway between Mud Bay and downtown Olympia at a checkpoint with the power to decide whether I can go about my business, and whether I can get home again when I'm done. As an afterthought to all this rambling, I am in Rafah: a city of about 140,000 people, approximately 60% of whom are refugees - many of whom are twice or three times refugees. Today, as I walked on top of the rubble where homes once stood, Egyptian soldiers called to me from the other side of the border, "Go! Go!" because a tank was coming. And then waving and "What's your name?". Something disturbing about this friendly curiosity. It reminded me of how much, to some degree, we are all kids curious about other kids. Egyptian kids shouting at strange women wandering into the path of tanks. Palestinian kids shot from the tanks when they peak out from behind walls to see what's going on. International kids standing in front of tanks with banners. Israeli kids in the tanks anonymously - occasionally shouting and also occasionally waving - many forced to be here, many just agressive - shooting into the houses as we wander away. I've been having trouble accessing news about the outside world here, but I hear an escalation of war on Iraq is inevitable. There is a great deal of concern here about the "reoccupation of Gaza". Gaza is reoccupied every day to various extents but I think the fear is that the tanks will enter all the streets and remain here instead of entering some of the streets and then withdrawing after some hours or days to observe and shoot from the edges of the communities. If people aren't already thinking about the consequences of this war for the people of the entire region then I hope you will start. My love to everyone. My love to my mom. My love to smooch. My love to fg and barnhair and sesamees and Lincoln School. My love to Olympia. Rachel February 20 2003 Mama, Now the Israeli army has actually dug up the road to Gaza, and both of the major checkpoints are closed. This means that Palestinians who want to go and register for their next quarter at university can't. People can't get to their jobs and those who are trapped on the other side can't get home; and internationals, who have a meeting tomorrow in the West Bank, won't make it. We could probably make it through if we made serious use of our international white person privilege, but that would also mean some risk of arrest and deportation, even though none of us has done anything illegal. The Gaza Strip is divided in thirds now. There is some talk about the "reoccupation of Gaza", but I seriously doubt this will happen, because I think it would be a geopolitically stupid move for Israel right now. I think the more likely thing is an increase in smaller below-the-international-outcry-radar incursions and possibly the oft-hinted "population transfer". I am staying put in Rafah for now, no plans to head north. I still feel like I'm relatively safe and think that my most likely risk in case of a larger-scale incursion is arrest. A move to reoccupy Gaza would generate a much larger outcry than Sharon's assassination-during-peace-negotiations/land grab strategy, which is working very well now to create settlements all over, slowly but surely eliminating any meaningful possibility for Palestinian self-determination. Know that I have a lot of very nice Palestinians looking after me. I have a small flu bug, and got some very nice lemony drinks to cure me. Also, the woman who keeps the key for the well where we still sleep keeps asking me about you. She doesn't speak a bit of English, but she asks about my mom pretty frequently - wants to make sure I'm calling you. Love to you and Dad and Sarah and Chris and everybody. Rachel February 27 2003 (To her mother) Love you. Really miss you. I have bad nightmares about tanks and bulldozers outside our house and you and me inside. Sometimes the adrenaline acts as an anesthetic for weeks and then in the evening or at night it just hits me again - a little bit of the reality of the situation. I am really scared for the people here. Yesterday, I watched a father lead his two tiny children, holding his hands, out into the sight of tanks and a sniper tower and bulldozers and Jeeps because he thought his house was going to be exploded. Jenny and I stayed in the house with several women and two small babies. It was our mistake in translation that caused him to think it was his house that was being exploded. In fact, the Israeli army was in the process of detonating an explosive in the ground nearby - one that appears to have been planted by Palestinian resistance. This is in the area where Sunday about 150 men were rounded up and contained outside the settlement with gunfire over their heads and around them, while tanks and bulldozers destroyed 25 greenhouses - the livelihoods for 300 people. The explosive was right in front of the greenhouses - right in the point of entry for tanks that might come back again. I was terrified to think that this man felt it was less of a risk to walk out in view of the tanks with his kids than to stay in his house. I was really scared that they were all going to be shot and I tried to stand between them and the tank. This happens every day, but just this father walking out with his two little kids just looking very sad, just happened to get my attention more at this particular moment, probably because I felt it was our translation problems that made him leave. I thought a lot about what you said on the phone about Palestinian violence not helping the situation. Sixty thousand workers from Rafah worked in Israel two years ago. Now only 600 can go to Israel for jobs. Of these 600, many have moved, because the three checkpoints between here and Ashkelon (the closest city in Israel) make what used to be a 40-minute drive, now a 12-hour or impassible journey. In addition, what Rafah identified in 1999 as sources of economic growth are all completely destroyed - the Gaza international airport (runways demolished, totally closed); the border for trade with Egypt (now with a giant Israeli sniper tower in the middle of the crossing); access to the ocean (completely cut off in the last two years by a checkpoint and the Gush Katif settlement). The count of homes destroyed in Rafah since the beginning of this intifada is up around 600, by and large people with no connection to the resistance but who happen to live along the border. I think it is maybe official now that Rafah is the poorest place in the world. There used to be a middle class here - recently. We also get reports that in the past, Gazan flower shipments to Europe were delayed for two weeks at the Erez crossing for security inspections. You can imagine the value of two-week-old cut flowers in the European market, so that market dried up. And then the bulldozers come and take out people's vegetable farms and gardens. What is left for people? Tell me if you can think of anything. I can't. If any of us had our lives and welfare completely strangled, lived with children in a shrinking place where we knew, because of previous experience, that soldiers and tanks and bulldozers could come for us at any moment and destroy all the greenhouses that we had been cultivating for however long, and did this while some of us were beaten and held captive with 149 other people for several hours - do you think we might try to use somewhat violent means to protect whatever fragments remained? I think about this especially when I see orchards and greenhouses and fruit trees destroyed - just years of care and cultivation. I think about you and how long it takes to make things grow and what a labour of love it is. I really think, in a similar situation, most people would defend themselves as best they could. I think Uncle Craig would. I think probably Grandma would. I think I would. You asked me about non-violent resistance. When that explosive detonated yesterday it broke all the windows in the family's house. I was in the process of being served tea and playing with the two small babies. I'm having a hard time right now. Just feel sick to my stomach a lot from being doted on all the time, very sweetly, by people who are facing doom. I know that from the United States, it all sounds like hyperbole. Honestly, a lot of the time the sheer kindness of the people here, coupled with the overwhelming evidence of the wilful destruction of their lives, makes it seem unreal to me. I really can't believe that something like this can happen in the world without a bigger outcry about it. It really hurts me, again, like it has hurt me in the past, to witness how awful we can allow the world to be. I felt after talking to you that maybe you didn't completely believe me. I think it's actually good if you don't, because I do believe pretty much above all else in the importance of independent critical thinking. And I also realise that with you I'm much less careful than usual about trying to source every assertion that I make. A lot of the reason for that is I know that you actually do go and do your own research. But it makes me worry about the job I'm doing. All of the situation that I tried to enumerate above - and a lot of other things - constitutes a somewhat gradual - often hidden, but nevertheless massive - removal and destruction of the ability of a particular group of people to survive. This is what I am seeing here. The assassinations, rocket attacks and shooting of children are atrocities - but in focusing on them I'm terrified of missing their context. The vast majority of people here - even if they had the economic means to escape, even if they actually wanted to give up resisting on their land and just leave (which appears to be maybe the less nefarious of Sharon's possible goals), can't leave. Because they can't even get into Israel to apply for visas, and because their destination countries won't let them in (both our country and Arab countries). So I think when all means of survival is cut off in a pen (Gaza) which people can't get out of, I think that qualifies as genocide. Even if they could get out, I think it would still qualify as genocide. Maybe you could look up the definition of genocide according to international law. I don't remember it right now. I'm going to get better at illustrating this, hopefully. I don't like to use those charged words. I think you know this about me. I really value words. I really try to illustrate and let people draw their own conclusions. Anyway, I'm rambling. Just want to write to my Mom and tell her that I'm witnessing this chronic, insidious genocide and I'm really scared, and questioning my fundamental belief in the goodness of human nature. This has to stop. I think it is a good idea for us all to drop everything and devote our lives to making this stop. I don't think it's an extremist thing to do anymore. I still really want to dance around to Pat Benatar and have boyfriends and make comics for my coworkers. But I also want this to stop. Disbelief and horror is what I feel. Disappointment. I am disappointed that this is the base reality of our world and that we, in fact, participate in it. This is not at all what I asked for when I came into this world. This is not at all what the people here asked for when they came into this world. This is not the world you and Dad wanted me to come into when you decided to have me. This is not what I meant when I looked at Capital Lake and said: "This is the wide world and I'm coming to it." I did not mean that I was coming into a world where I could live a comfortable life and possibly, with no effort at all, exist in complete unawareness of my participation in genocide. More big explosions somewhere in the distance outside. When I come back from Palestine, I probably will have nightmares and constantly feel guilty for not being here, but I can channel that into more work. Coming here is one of the better things I've ever done. So when I sound crazy, or if the Israeli military should break with their racist tendency not to injure white people, please pin the reason squarely on the fact that I am in the midst of a genocide which I am also indirectly supporting, and for which my government is largely responsible. I love you and Dad. Sorry for the diatribe. OK, some strange men next to me just gave me some peas, so I need to eat and thank them. Rachel February 28 2003 (To her mother) Thanks, Mom, for your response to my email. It really helps me to get word from you, and from other people who care about me. After I wrote to you I went incommunicado from the affinity group for about 10 hours which I spent with a family on the front line in Hi Salam - who fixed me dinner - and have cable TV. The two front rooms of their house are unusable because gunshots have been fired through the walls, so the whole family - three kids and two parents - sleep in the parent's bedroom. I sleep on the floor next to the youngest daughter, Iman, and we all shared blankets. I helped the son with his English homework a little, and we all watched Pet Semetery, which is a horrifying movie. I think they all thought it was pretty funny how much trouble I had watching it. Friday is the holiday, and when I woke up they were watching Gummy Bears dubbed into Arabic. So I ate breakfast with them and sat there for a while and just enjoyed being in this big puddle of blankets with this family watching what for me seemed like Saturday morning cartoons. Then I walked some way to B'razil, which is where Nidal and Mansur and Grandmother and Rafat and all the rest of the big family that has really wholeheartedly adopted me live. (The other day, by the way, Grandmother gave me a pantomimed lecture in Arabic that involved a lot of blowing and pointing to her black shawl. I got Nidal to tell her that my mother would appreciate knowing that someone here was giving me a lecture about smoking turning my lungs black.) I met their sister-in-law, who is visiting from Nusserat camp, and played with her small baby. Nidal's English gets better every day. He's the one who calls me, "My sister". He started teaching Grandmother how to say, "Hello. How are you?" In English. You can always hear the tanks and bulldozers passing by, but all of these people are genuinely cheerful with each other, and with me. When I am with Palestinian friends I tend to be somewhat less horrified than when I am trying to act in a role of human rights observer, documenter, or direct-action resister. They are a good example of how to be in it for the long haul. I know that the situation gets to them - and may ultimately get them - on all kinds of levels, but I am nevertheless amazed at their strength in being able to defend such a large degree of their humanity - laughter, generosity, family-time - against the incredible horror occurring in their lives and against the constant presence of death. I felt much better after this morning. I spent a lot of time writing about the disappointment of discovering, somewhat first-hand, the degree of evil of which we are still capable. I should at least mention that I am also discovering a degree of strength and of basic ability for humans to remain human in the direst of circumstances - which I also haven't seen before. I think the word is dignity. I wish you could meet these people. Maybe, hopefully, someday you will. Rachel +++++++++++++++++++++++++ FOLLOW UP: Activist's memorial service disrupted Chris McGreal in Jerusalem Wednesday March 19, 2003 The Guardian Israeli forces fired teargas and stun grenades yesterday in an attempt to break up a memorial service for Rachel Corrie, the American peace activist killed by an army bulldozer in Gaza on Sunday. Witnesses including several dozen foreigners and Palestinian supporters say Israeli armoured vehicles tried to disperse the gathering at the spot in Rafah refugee camp where Ms Corrie was crushed to death. The 23 year-old activist with the International Solidarity Movement (ISM) was trying to prevent the destruction of Palestinian homes by the Israelis when she was hit by the bulldozer. Joe Smith, a young activist from Kansas City, said about 100 people were gathered to lay carnations and erect a small memorial when the first armoured personnel carrier appeared. "They started firing teargas and blowing smoke, then they fired sound grenades. After a while it got hectic so we sat down. Then the tank came over and shot in the air," he said. "It scared a lot of Palestinians, especially the shooting made a lot of them run and the teargas freaked people out. But most of us stayed." Another witness said the army failed to break up the service. "People were laying carnations at the spot where Rachel was killed when a tank came and fired teargas right on them. Then a core group of the peace activists took an ISM cloth banner to the fence and pinned it up. "The tank chased after them trying to stop them with teargas but the wind was against the army," she said. Tensions rose further when a convoy of vehicles, including the bulldozer that killed Ms Corrie, passed the area. "I don't think it was deliberate but it was pretty insensitive," said Mr Smith. "I think they had been destroying some buildings elsewhere and had to pass by to get back to their base." The army said it was investigating the incident. p.s. open up your eyes. just open up your eyes. :: a rosa do povo ( ao som de one i love do coldplay) como sei que a luiza adora drummond, gostaria de atentar os leitores desse blog para o livro "a rosa do povo". um livro muito forte e lindo e que tem tudo a ver com o momento em que vivemos. a gente acha que o mundo vai melhorando, mas parece que só a tecnologia vai. trechinho: "Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio." in: A flor e a náusea p.s. "could you, could you come home? come home forever, surely things in the band, keep us together" quinta-feira, março 20, 2003
:: apresentação apresento o blog "no scrubs"!!! com luiza fecarotta e marcio yonamine. espero que gostem! |
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